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28 janeiro 2012

L11 - Como água para chocolate


Numa aula de espanhol, eu já havia assistido ao filme de Como água para chocolate – e gostado bastante. Como é tendência, o livro mostrou-se muito melhor.
Tita de La Garza cresceu na cozinha: por sua mãe, a temível Mamá Elena, não ter leite para dar a sua filha caçula, sua alimentação – além de qualquer vínculo emocional com o resto do mundo – ficou por conta de Nacha, empregada da família. Talvez seja por isto que Tita se tornou uma maravilhosa cozinheira, e também a razão pela qual os capítulos do livro sejam estruturados em torno de uma receita: a autora soube bem intercalar a forma de preparo de diversos quitutes com acontecimentos significativos pro enredo.
Por causa de uma velha tradição familiar – a de que a filha caçula deveria cuidar da mãe até que a mesma morresse – Tita é privada de casar-se com Pedro, a quem ama bastante. Pedro, a fim de ficar perto de sua amada, casa-se com sua irmã, Rousaura, iniciando-se assim uma série de intrigas na família de La Garza. Essas intrigas são literalmente alimentadas pelas reações causadas pela comida preparada por Tita, que carrega todas as emoções que a mesma sentiu durante o seu preparo.
Para alguém desacostumado – feito eu – o gênero realismo literário, ao qual o livro pertence, pode soar estúpido e infantil. Contudo, depois que me acostumei, dei boas risadas com os “exageros” presentes neste tipo de obra.
Os personagens são um ponto que divergiu minha opinião: enquanto adorei Tita, a heroína, por sua força e coragem, detestei Pedro por ele ser completamente diferente de sua amada. Mamãe Elena foi uma vilã maravilhosa: Laura Esquivel conseguiu fazê-la detestável, mas ao mesmo tempo humana.
Mais um ótimo livro para o Desafio Literário 2012. Que venham muitos mais nos próximos onze meses!
Nota: 4/5

20 janeiro 2012

L10: Escola dos sabores (Desafio Literário 2012)


Não adianta: sou uma das do time que escolhe livro pela capa e pelo nome. Por isso que não hesitei em pedir Escola dos Sabores, de Erica Bauerminster, de presente em um amigo secreto – me iniciando assim no até então desconhecido gênero da literatura gastronômica e cumprindo o primeiro mês do Desafio literário 2012
.
Não, literatura gastronômica não é livro de receita, e sim uma estória onde a comida e o ato de cozinhar são atores importantes no enredo, feito Escola dos Sabores que conta, através de lembranças despertadas por uma aula de culinária, a trajetória dos participantes da mesma.
Há Lillian, a professora e renomada chef, que curou a catatonia da sua mãe através de pratos preparados com muito amor e sensibilidade; Claire, a jovem mulher que perdeu sua própria identidade e noção de individualidade depois de ter filhos; Isabelle, cujas lembranças estão se perdendo com o passar da idade; Chloe, garçonete cujo relacionamento está em crise; Carl e Helen, casal aparentemente feliz, mas com um problema que os incomoda há anos; Ian, engenheiro de software que procura estabilidade; Tom, que quer recuperar o prazer pelo ato de comer depois da morte de sua mulher, que era chef de cozinha e finalmente Antonia, imigrante italiana que veio arriscar-se como decoradora do outro lado do oceano.
Sou suspeita para falar de qualquer coisa relacionada a comida: amo cozinhar e mais ainda comer. Mas o jeito que Erica Bauerminster escreve há de cativar até mesmo aqueles não tão fascinados por essas duas artes: ela descreve as sensações produzidas pela comida de uma forma maravilhosa e liga as trajetórias pessoais dos personagens a mesma muito bem. Apesar de conhecer muito bem a emoção de estar diante de um prato bem preparado,fiquei com uma certa inveja da capacidade de “metaforizar” as coisas e dos sentidos aguçados da autora: no conforto de um prato de purê bem feito ou na explosão de sabores de um taco. As descrições e comparações, aliás, são o ponto alto do livro: o enredo é meio mulherzinha, mas as imagens criadas durante todo o livro são tão fantásticas que valem a pena. Adorei, um ótimo começo para o Desafio Literário 2012.

17 janeiro 2012

L9: Amores infernais


Aprecio muito coletâneas de contos: gosto do jeito como bons autores conseguem fazer uma boa estória em poucas páginas. Eu já havia lido Formaturas Infernais quando o segundo livro dessa “série” (de coletâneas de contos de um só tema, feitos por vários autores relativamente famosos quando se trata de YA) caiu nas minhas mãos.
Mas aí é que tá: enquanto em Formaturas Infernais a maior parte dos contos me agradou, não gostei muito de Amores Infernais. Um único conto realmente me agradou – Abominável mundo perfeito, de Scott Westerfeld – e minhas impressões sobre os outros variavam de “dá pra ler” a “detestável”.
Impressões sobre os contos:
1 – Dormindo com o espírito
Apesar da premissa ser interessante – uma garota que se apaixona pelo espírito que assombra sua casa por ter morado e morrido nela anos atrás – o conto não foi muito bem desenvolvido. Não acredito nem que seja culpa do número de páginas, já que a autora meio que “encheu lingüiça” em alguns pontos.
2 – Abominável mundo perfeito
Do autor da série Feios, o livro retrata um mundo onde as pessoas não passam por vários incômodos diários – doenças, dormir, hormônios na adolescência, deslocamento lento e etc. Contudo, para uma aula, todos têm que abrir mão de alguma coisa, e voltar para a antiguidade – ou seja, o nosso tempo.
Gostei muito do conto, pois meio que lançou (ainda que nas entrelinhas) uma discussão sobre o quanto a tecnologia pode “desumanizar o homem”.
3 – Mais ralo que água
Gostei um pouquinho desse conto, que conta a história de uma garota em uma aldeia que, apesar de ser dos dias de hoje, ainda parece estar presa na idade média: todos fazem tudo como há cem, duzentos anos atrás. A estória é envolvente – mistura mitologia, um cenário pitoresco e uma personagem interessante – mas a escritora é mediana, o que dificultou o desenvolvimento da trama.
4 – Fan fic
Não gostei muito: o romance entre os dois personagens principais era muito parecido com Crepúsculo, inclusive na parte sobrenatural, e a trama se arrasta – o que não é legal de se acontecer em um conto desse tamanho.
5 – Perdido de amor
Outro com premissa interessante: usa a mitologia de um determinado local para dar o toquezinho de sobrenatural no conto. Contudo, infelizmente, o relacionamento do casal-tema é meio estranho, e a personagem principal é desagradável – não uma chata de galocha feito Mia de O diário da princesa ou egocêntrica feito Tally de Feios, só desagradável mesmo.

No geral, os contos não são bons: me decepcionei um pouco por esperar a qualidade parecida com Formaturas Infernais. Ainda assim, quero ler o próximo, recém lançado por aqui: Beijos Infernais - cuja capa brasileira é linda! Alguem já leu?

Nota: 2/5

16 janeiro 2012

L8: Pergunte ao pó


Mesmo o detestando, eu mandaria flores para o enterro de Arturo Bandini, personagem principal do livro Pergunte ao pó. Estas flores, porém, não seriam condolências, e sim uma doce ironia quanto às suas negadas origens. Explico: o talzinho insultava a sua amada latina, Camilla, por suas raízes, mesmo que suas duas únicas caracteristicas em comum fossem sua nacionalidade e imigração recente de seus antepassados.
Portanto, assim como os gangsteres italianos, eu mandaria flores para o enterro de Arturo Bandini, mesmo sabendo que se um dia nos encontrássemos, a inimizade seria despertada a primeira vista. Bandini é odioso: é daquele tipinho de artista (no caso, escritor) que não entende como o mundo ainda não se curvou perante a sua obra (mesmo que ela se resuma a um só conto) e ao invés de praticar, lamenta-se pelos cantos as injustiças e obstáculos que as musas, seu editor e quase inexistentes leitores estão lhe impondo. Pior: Bandini é um gastalhão, e não guarda um só centavo dos seus pagamentos pelas suas poucas publicações, gastando-os com futilidade e com a certeza de que, futuramente, aqueles trocados de direitos autorais serão substituidos por milhares e milhares de dólares graças a sua genialidade literária.
Eu poderia ter jogado o livro pela janela se Jonh Fante, autor do livro, não fosse tão bom. Por algumas horas, eu FUI Bandini, e assim como ele, vaguei confusa por debaixo do sol da Califórnia, martelei inutilmente uma máquina de escrever e desenvolvi uma relação de amor e ódio com uma garçonete latina. Na arte de fazer com que o leitor se sentisse no lugar do personagem Fante era mestre, e os sentimentos contraditórios de Bandini me acertavam repetidamente como vagões de um trem em alta velocidade. Não havia espaço para respirar: quando eu imaginava que Bandini havia se cansado de todo o seu drama, uma âncora de alguma de suas ações estúpidas me puxava para baixo, fazendo com que eu me afogasse de novo no mar da angústia desse tão estranho personagem. Desde as primeiras páginas, um enredo ou até mesmo o começo meio e fim do livro parece inexistente, mas isto acaba se revertendo em virtude: tive a sensação de que tudo estava ocorrendo enquanto eu estava lendo, tornando o livro muito mais real.
Não conhecia a obra de Jonh Fante, e nunca me interessei muito pelos escritos da Geração Beatnik, que foi inspirada por ele - a escrita sem fôlego de Jack Kerouac (o mais famoso escritor beat) me fez desistir de Os Vagabundos Iluminados na quinta página. Contudo, Pergunte ao pó é tão bom que resolvi parar de ignorar, em termos literários, o século XX.
Nota: 5/5

14 janeiro 2012

L7: Anna e o beijo francês


Confesso ter certo preconceito com livros YA que não têm o que chamo de “algo a mais” – falo de distopias, situações pós apocalípticas ou um toque de sobrenatural ou fantasia. Digo isso porque a probabilidade do tal livro (quando se mistura a faixa etária do público alvo e a falta do toquezinho de irrealidade) ser um romance açucarado, com uma protagonista dramática demais ou obcecada (alerta para clichê americano!) pela tal da popularidade é grande.
Mas Anna e o beijo francês estava dando bobeira, muita gente na blogosfera YA falou bem e eu estava entediada: isso, somada a qualidade e leveza do livro, me fez lê-lo de uma noite.
Anna, a protagonista, é obrigada por seus pais a ir estudar em um internato em Paris. A primeira vista, não entendi do que ela tanto reclamava (pô, Paris ainda é Paris!), mas só aí vi o quão complicado era: em Atlanta, sua cidade natal, ela estava em sua zona de conforto, com amigos, uma escola que ela aprendera a suportar e um emprego que, além de oferecê-la o próprio dinheiro, oferecia também a visão de um colega gato.
Contudo, a mudança para a cidade luz era inevitável, e lá foi ela, que começou com sorte: logo fez uma amiga, Meredith, e esbarrou com o lindo Étienne St. Clair, que rapidamente se torna objeto de seus sonhos. Mas é claro que haveria uma complicação: Étienne namora há mais de um ano com Ellie, estudante de fotografia e amiga de todo o grupinho pelo qual Anna foi adotada.
Mesmo começando com uma ideia um pouco batida, Anna e o beijo francês surpreende: é uma delícia conhecer Paris junto com Anna e Étienne, que usando como desculpa falta de habilidade linguística dela, a acompanha em vários dos monumentos que tornam a cidade dos apaixonados especial.
Além disso, Anna não é uma protagonista chata e Étienne não é um mocinho perfeito: ambos possuem seus momentos. Anna é divertida, não é bonita ou inteligente de forma forçada, tem outras razões para viver que não garotos (sim, estou falando de algumas mocinhas de Meg Cabot) e manias que, dependendo da ocasião, podem ser fofas ou irritantes. Já Étienne St.Clair, apesar de ser um pouquinho legal demais no começo – acho meio utópico existir um cara bonito, super inteligente, culto, amigo de todos e com um sotaque legal – acaba mostrando seus defeitos nos primeiros capítulos.
É esse tipo de YA que sinto um pouco de falta no mercado: um livro que (mesmo com a leveza e temas típicos de “jovens adultos”) não me faça querer jogar o livro num canto e ir ler algo mais real.
Nota: 4/5

13 janeiro 2012

L6: Especiais


ALERTA: pode conter spoiler dos dois primeiros livros da série Feios.
Eu sempre quis saber como seria o mundo caso não existisse a noção de beleza. Não digo a beleza da arte, porque assim como os rapazes de A Sociedade dos Poetas Mortos, não acho que exista vida (ao menos uma vida completa) sem a mesma. Estou me referindo a beleza física, aquela que em todas as classes sociais e lugares do mundo é almejada, desejada e clamada por uma parcela significativa da população. O mundo é prometido em troca do peso ideal, a alma é vendida para atingi-lo. Nessa odisséia, todas as outras qualidades que poderiam existir - se é que beleza física é mesmo qualidade - são postas de lado, a saúde é esquecida e a vida, por vezes também.
A série Feios se tornou uma das minhas preferidas por extremar essa obsessão pelo belo: no mundo de Tally Youngblood, todos com mais de dezesseis anos ganham uma cirurgia que os deixa fisicamente "perfeitos". Contudo, há um pequeno incômodo que vem com a tal cirurgia: lesões no cérebro, que tornam todos os perfeitos conformados, bobocas e felizes.
Mas não Tally e Shay. Como falado no final do livro anterior, Perfeitos, ambas se tornam Especiais, a força de segurança da cidade. Mais do que isso: elas são Cortadoras, jovens Especiais que além da força, crueldade e velocidade são programados para viver na natureza.
Os enfumaçados - grupo de pessoas que se opõem a operação - contudo, estão tornando o trabalho de Tally e Shay mais difícil, distribuindo pílulas que curam as lesões e aumentando cada vez mais seu número de membros. Pílulas, aliás, que trouxeram um grande problema para Tally: seu namorado, Zane, tomou-as de forma incorreta em Perfeitos, o que o deixou em coma. Quando Zane acorda deste coma, contudo, tudo se complica ainda mais para Tally: ele não passa de um perfeito ou um medíocre, como os Cortadores costumam se referir a todos ao seu redor. Menos do que isso: graças as pílulas malucas dos Enfumaçados, Zane está menos sagaz do que antes, com conseqüências físicas desagradáveis.
Após decidir que não conseguiria conviver com a tremedeira nas mãos de Zane, Tally bola um plano arriscado: para provar que Zane é bom o suficiente para ser um Cortador, ela se dispõe a ajudá-lo a fugir para a Nova Fumaça, matando assim, dois coelhos de uma cajadada só.
Irritante é como eu descreveria Tally nesse livro. Adorei Scott Westerfeld ter escolhido, em Feios, a personagem alienada e não a consciente para ser a narradora: assim, o leitor e Tally entram em processo de conscientização juntos. Contudo, como Especial, Tally ultrapassa as fronteiras da arrogância, descrevendo tudo a sua volta de forma meio abatida.
De maneira geral, gostei do livro, mas não o senti como um bom encerramento. A série, planejada para ser uma trilogia, acabou ganhando mais um livro, que espero ansiosamente para ler. Em Especiais, é finalmente quebrada uma barreira: assim como em Admirável Mundo Novo, o mundo distópico de Feios parecia perfeito demais. Todos eram felizes, não existia fome, guerra ou doença... O único defeito de verdade era a ausência da liberdade, a ausência do verdadeiro alimento da alma. Renunciar a um mundo basicamente perfeito pela mesma é arriscado, arriscado demais, mas gostei da forma que o autor abordou o assunto, colocando a liberdade como um direito inalienável e insubstituível. Espero que em Extras, o quarto livro, estes conceitos sejam melhor trabalhados :)
Nota: 3/5 (sim, eu dou notas agora)

09 janeiro 2012

L5: A menina que brincava com fogo

Demorei um pouco para ler "A menina que brincava com fogo": ganhei-o de presente em um amigo secreto de 2010, e agora me arrependo de ter feito a leitura somente semana passada. Apesar de preferir "Os homens que não amavam as mulheres" o primeiro livro da série Millenium, escrita pelo sueco Stieg Larsson, o segundo volume também possui seus méritos. Aspectos positivos, tais quais os personagens interessantes e estória envolvente são mantidos, mas a linguagem por demais direta (ou também podemos dizer jornalística, profissão de Larsson) também prossegue.
Mas esta é uma das poucas críticas que posso fazer ao livro. Depois de ter sua vida salva por Lisbeth Salander, o jornalista Mikael Blomksvit tem a chance de retribuir: a perigosa hacker de nível internacional é indiciada por triplo assassinato. Uma de suas suposta vítimas é um velho conhecido: seu tutor, que a estupra no primeiro livro e, depois de cair em uma armadilha, é obrigado a obedecer as exigências feitas por Lisbeth. Os outros são figurinhas novas: um casal composto por uma criminologista, que pesquisa a prostituição na Suécia, e um jornalista, colaborador da Millenium, revista de Mikael.
Quando Lisbeth é apontada como principal suspeita e começa a ser procurada (em vão, já que a habilidosa hacker é cheia de truques) uma crítica ao sensacionalismo midiático é feita pelo autor: mesmo sem a certeza de que Lisbeth seria culpada, os detalhes mais íntimos da sua vida são expostos e manipulados, pintando-a como uma psicopata assasina. Neste meio, cabe a Mikael achar culpados alternativos, salvando então sua amiga da prisão.
Lisbeth Salander é, talvez, uma das minhas personagens preferidas de ficção: gosto de sua moral torta, sua inteligência e suas habilidades investigativas. Larsson consegue fazer com que a moça anti-social pareça uma heroína, uma heroína ligeiramente torta, mas uma heroína. Além disso, é uma delícia a história ser ambientada em Estocolmo: é bom fugir do eixão de grandes cidades/cidadezinhas americanas.
O feminismo contido em Millenium é um capítulo a parte. Algumas feministas criticaram a personagem Lisbeth Salander, contudo, creio que isso só se aplique ao filme.: ambos os livros que possuem personagens femininas fortes (Lisbeth e Erica Berger, diretora geral da Millenium e amante de Mikael) e criticam incessantemente a violência contra a mulher.. Mia Bergman, uma das supostas vítimas de Lisbeth, pretendia denunciar vários homens pelo uso de prostitutas (o que é crime na Suécia) inclusive policiais. Mikael, munido desta informação, começa a procurar culpados dentre os clientes sexuais, inserindo assim a discussão sobre a violência contra prostitutas. Na Suécia, onde todas as suas cidadãs têm garantidas as condições mínimas de vida, as prostitutas são, em sua maioria, adolescentes estrangeiras, que são atraídas por falsas promessas de emprego e vida melhor e acabam sendo exploradas e levando seqüelas (tais quais traumas e vícios) para toda a vida. Outro ponto aqui é creditado a Larsson: ele não só mostra os males e a organização da prostituição, mostra também as diferentes reações de membros da sociedade, muitas quais coniventes ou até mesmo favoráveis a exploração sexual de estrangeiras.
Ainda não assisti a versão sueca do filme do primeiro livro, mas procurarei logo que voltar à minha cidade. A versão americana me pareceu, pelos trailers, um pouco, hã, americanizada, mas não deixarei de assisti-la também.
O plano inicial de Larsson eram cinco livros, contudo, ele morreu após entregar o terceiro ao seu editor. É uma pena: Millenium é aquele tipo de saga que, pela amplitude do seu tema, poderia sempre se renovar.