Todos fazemos promessas, tudo é em
alguma maneira uma promessa, mas não há nada que se exceda mais
nesse campo do que uma narrativa. Cada novo personagem, item ou ação
gera expectativas naquele que a prestigia, expectativas que devem ser
frustradas ou satisfeitas. Nenhum desses dois caminhos é ruim; o
ruim é, na verdade, um terceiro caminho,o de fazer promessas e
esquecé-las, como se nunca tivessem existido. Ele sim que causa a
tal frustração.
Com uma premissa completamente adorável
(lembrando a minha série adorada e ansiada, Continuum) O
Sistema se excede, infelizmente, em quebrar as suas promessas,
esquecendo-se completamente de elementos apresentados que o
expectador anseia para que sejam desenvolvido – mas, no final, não
são.
Sarah é uma agente em uma firma
privada de segurança, responsável por proteger grandes e poderosas
corporações. Seu próximo alvo é O Este, um grupo
ativista/terrorista que tem tais empresas como alvo, com mensagens
humanistas e ambientais.
Depois de algum tempo sob o disfarce de
uma jovem adulta sem casa, Sarah consegue finalmente chegar ao
quartel-general d'O Este, lá conhecendo Benji, o líder da operação.
Sua possível lealdade é o tempo inteiro questionada – sobretudo
por Izzie, uma das fundadadoras do grupo – mas em pouco tempo fica
claro: ela já está dentro, estejam os membros felizes ou não.
O Sistema acaba perdendo tempo
com dramas inúteis e encheção de linguiça, esquecendo-se de nos
apresentar a operação e credos d'O Este. Em uma ou duas cenas, por
exemplo, vemos os membros do grupo jogando joguinhos de confiança e
ligação, temas que não são explorados ou mesmo levemente
desenrolados com o tempo. Na verdade, acabamos sabendo muito pouco da
ideologia d'O Este, dando a impressão de que os membros estão ali
por revanchismo puro graças a máculas de seus alvos no passado.
Felizmente, O Sistema tem um
ritmo bom, misturando bucólicas paisagens do quartel-general do
grupo com cenas de suas ações – estas, aliás, bem pensadas e
criativas, O Este pagando na mesma moeda de forma inteligente e não
com as usuais matanças geralmente atribuidas a tais coletivos. Não
perdi duas horas de vida – me entreti e aprendi que mais ainda do
que na vida, como produtora de ficção nunca devo quebrar as
promessas que faço.
Quando vi o poster, já tinha começado a ficar animada haha Mas lendo a sua resenha... bem, acho que vou abaixar minhas expectativas :)
ResponderExcluirbookaholicandshopaholic.blogspot.com
Oi, Isabel!
ResponderExcluirNão conhecia "O Sistema", e já não me interessou muito, espero não ser decepcionante.
Beijos