19 dezembro 2013

O Sistema


Todos fazemos promessas, tudo é em alguma maneira uma promessa, mas não há nada que se exceda mais nesse campo do que uma narrativa. Cada novo personagem, item ou ação gera expectativas naquele que a prestigia, expectativas que devem ser frustradas ou satisfeitas. Nenhum desses dois caminhos é ruim; o ruim é, na verdade, um terceiro caminho,o de fazer promessas e esquecé-las, como se nunca tivessem existido. Ele sim que causa a tal frustração.

Com uma premissa completamente adorável (lembrando a minha série adorada e ansiada, Continuum) O Sistema se excede, infelizmente, em quebrar as suas promessas, esquecendo-se completamente de elementos apresentados que o expectador anseia para que sejam desenvolvido – mas, no final, não são.


Sarah é uma agente em uma firma privada de segurança, responsável por proteger grandes e poderosas corporações. Seu próximo alvo é O Este, um grupo ativista/terrorista que tem tais empresas como alvo, com mensagens humanistas e ambientais.

Depois de algum tempo sob o disfarce de uma jovem adulta sem casa, Sarah consegue finalmente chegar ao quartel-general d'O Este, lá conhecendo Benji, o líder da operação. Sua possível lealdade é o tempo inteiro questionada – sobretudo por Izzie, uma das fundadadoras do grupo – mas em pouco tempo fica claro: ela já está dentro, estejam os membros felizes ou não.


O Sistema acaba perdendo tempo com dramas inúteis e encheção de linguiça, esquecendo-se de nos apresentar a operação e credos d'O Este. Em uma ou duas cenas, por exemplo, vemos os membros do grupo jogando joguinhos de confiança e ligação, temas que não são explorados ou mesmo levemente desenrolados com o tempo. Na verdade, acabamos sabendo muito pouco da ideologia d'O Este, dando a impressão de que os membros estão ali por revanchismo puro graças a máculas de seus alvos no passado.



Felizmente, O Sistema tem um ritmo bom, misturando bucólicas paisagens do quartel-general do grupo com cenas de suas ações – estas, aliás, bem pensadas e criativas, O Este pagando na mesma moeda de forma inteligente e não com as usuais matanças geralmente atribuidas a tais coletivos. Não perdi duas horas de vida – me entreti e aprendi que mais ainda do que na vida, como produtora de ficção nunca devo quebrar as promessas que faço.


2 comentários:

  1. Quando vi o poster, já tinha começado a ficar animada haha Mas lendo a sua resenha... bem, acho que vou abaixar minhas expectativas :)
    bookaholicandshopaholic.blogspot.com

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  2. Oi, Isabel!
    Não conhecia "O Sistema", e já não me interessou muito, espero não ser decepcionante.

    Beijos

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