Sam parte para o
acampamento de verão dos escoteiros com um plano bastante especial:
fugir com sua namorada por correspondência, Suzy. Morando em uma
ilha minúscula de 26 km de comprimento, os dois se conheceram pouco
tempo antes, em uma apresentação de Suzy na igreja, e desde então
vem mantendo um contato cheio de promessas e carinho.
Aos doze anos,
espera-se que ou Suzy ou Sam consiga medir as consquências de fugir
de casa, mas nenhum dos dois tem realmente gosta do que deveria
chamar de “lar”. A menina é extremamente agressiva, perdendo o
controle de si mesma com os menores acontecimentos, e recentemente
descobriu que é um dos maiores problemas da vida de seus pais. Já
Sam também tem problemas de auto controle, piorados pelo fato de,
como um orfão, viver em uma família adotiva no esquema americano
(onde as mesmas recebem dinheiro para cuidar temporariamente das
crianças), a última de um número tão alto que ele já perdeu as
contas.
Armados com equipamento
roubado por Sam, os dois partem em sua aventura romântica pela
natureza exuberante da ilha, encontrando alguns poucos problemas
práticos e, obviamente, despertando o desespero da polícia, não
acostumada a ocorrências do tipo por ali.
Como um filme feito
para crianças (no estilo de Pequenos Espiões, um dos meus
favoritos da infância) Moonrise Kingdom é cheio de pequenos
absurdos, coisas levemente impossíveis que não deixam o filme
ridículo ou o colocam na categoria de fantasia, mas sim dão um leve
tom cômico, um sinal para o espectador que ele não deveria levar o
narrado ali tão a sério.
Mas o que nasce com a
história de dois pré-adolescentes apaixonados se ramifica muito
mais profundamente conforme os minutos do filme vão passando:
cortados com cenas non-sense e engraçadissimas, os problemas de
socialização de Suzy e Sam e a dinâmica da família da menina são
exibidas de forma discreta, do tipo que pode-se perder caso pisque os
olhos, mas está ali de qualquer jeito. Aliás, creio que um dos
poucos erros de Moonrise Kingdom foi não explorar de forma
melhor alguns desses conflitos, que renderiam subplots curtos, mas
instigantes.
Pessoalmente, adoro
essa capacidade de alguns criadores de tornar o que outrora seria uma
história simples e quiçá clichê em algo único. O que ajuda em
Moonrise Kingdom não é só a ramificação da história, mas
também os personagens secundários. O líder dos escoteiros, Ward, é
risível em sua incompetência em cuidar de seus garotos, escondida
habilidosamente atrás de uma postura desesperada de liderança. Já
o Capitão Sharp, o policial responsável pelo caso, é um homem
extremamente triste e com poucas habilidades sociais, que ao
entrevistar moradores locais em busca de informações, revela cada
vez mais da sua personalidade.
Só assisti Moonrise
Kingdom por ter lido sobre o seu diretor, Wes Anderson, em algum
lugar – é dito que Anderson é facilmente identificável pelas
cores em seus filmes, extremamente belas e únicas. De fato, a
fotografia de Moonrise Kingdom é impecável, e a junção
disso com uma história de amor cheia de desventuras me lembrou um
pouco de Submarino.
Sem grandes lições,
Moonrise Kingdom é um filme gostoso de se ver, uma boa escolha
para uma noite com os amigos (por ter aquele aspecto quase universal,
de agradar, mesmo que em diferentes níveis, a todos) ou momentos de
tédio, daquele tipo que não se enjoa facilmente depois da segunda
ou terceira re-assistida. Como um filme da sessão da tarde – só
que bom.
Oiee ^^
ResponderExcluirNão conhecia o filme, mas parece ser bem divertido, gostei. Já anotei o nome aqui para pesquisar mais sobre depois :)
MilkMilks
http://shakedepalavras.blogspot.com.br
Que bom que vc gostou :) Feliz ano novo!
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