10 agosto 2013

Sábado + livro = < 3: Caçadores de bruxas



Minhas expectativas para o primeiro volume da trilogia Dragões de Éter, Caçadores de Bruxas, eram altas: eu já havia ouvido falar bastante de Raphael Draccon, e os elogios eram inúmeros. Iguais aos meus nessa resenha.

Vamos começar pelo narrador: geralmente desimportante quando não é um personagem do próprio livro, aqui esta lógica se inverte, com um contador de histórias onisciente nos narrando diversas aventuras paralelas de uma forma que atiça a curiosidade do leitor mais desinteressado. Como ele sabe de tudo? Como ele consegue fazer algo como dar “pausa” em um cenário parecer a coisa mais ordinária do mundo? As digressões são gigantescas, muitas vezes ininteligíveis e estranhas, mas cada uma delas é necessária para sabermos mais sobre os fascinantes personagens que habitam Nova Ether.

08 agosto 2013

Filminho de quinta: Idiocracia



Mais uma pra série coisas que me irritam na humanidade (mas que provavelmente faço também): complexo de superioridade. Embora possivelmente isso seja um problema mais freqüente na classe média brasileira do que na humanidade em si. [E aqui recorro a outra coisa que me irrita: dizer que alguma coisa é problema do Brasil. Bom, não somos perfeitos, e as fascinantes terras tupiniquins e a internet sem lei tem sido meu universo até agora, então não poderia falar com o mínimo de propriedade de qualquer outro povo.]

Dá nos nervos essa prepotência de que você sabe o que é certo, que seu voto é o correto, você é fã de verdade do livro X e interpretou-o corretamente. É o resto que é culpado pela eleição de políticos ruins, é o resto que não sabe o que está dizendo sobre o livro X e por aí vai. Irritante, irritante, irritante. A culpa é sempre dos outros.

07 agosto 2013

Quarta-feira aleatória: Continuum (série)



O tema das viagens no tempo habita as mentes dos escritores de ficção científica há décadas, mas ainda divide os grandes físicos quanto a sua possibilidade real e conseqüências. O velho paradoxo: e se eu voltasse no tempo e impedisse que meus avós se conhecessem?

04 agosto 2013

Domingo preguiçoso: o melhor comercial de absorventes que eu já vi

E sim, vocês não leram o título errado.

Publicitários que me desculpem, mas a proporção de comerciais inteligentes para comerciais completamente idiotas e irreais é bem injusta. Coisas "próprias para as mulheres" tem um tipo de idiotice particular e perigoso. Comerciais de absorventes não são o pior da lista, mas nuvens azuis e olhares inadequadamente insistentes de homens não são exatamente a melhor coisa do mundo para colocar na televisão. 

Até que lendo os comentários do blog de Lola encontro essa genial peça publicitária: Camp Gyno.

Feito exatamente para aquelas para quem menstruar é uma novidade (pré-adolescentes) Camp Gyno retrata a menstruação de uma forma real e engraçadinha. Infelizmente não achei o vídeo legendado, mas aí está a versão original:



Correndo o risco de soar vira lata, espero que importem esse tipo de publicidade para as terras tupiniquins.

03 agosto 2013

Sábado + livro + < 3: Linhagens


De forma geral, eu começo as resenhas com alguma reflexão que a obra em questão (seja livro ou filme) me trouxe.

Alguns, porém, não trazem reflexão nenhuma – o que é ruim – ou são tão completos em si próprios que não conseguem me fazer escrever mais nada do que o referente ao seu enredo, diálogos e narrativa – o que é bom, e é o caso de Linhagens, de Eleonor Hertzog. [Pode conter spoilers de Cisne a partir daqui.]

01 agosto 2013

Filminho de quinta: Toda forma de amor



Nós, temos uma necessidade geral de classificar as coisas, de estereotipar tudo, de encaixar toda nossa vida em um molde. É completamente compreensível: tudo é tão difícil, então porque não simplificar as coisas?
Pena que a vida não é tão simples assim.

É engraçado que eu não consiga classificar Toda forma de amor nem falar com precisão do filme porque justamente isso o tema central do filme: a nossa falha ao querer saber tudo.



Alguns meses depois da morte de sua esposa Hal “sai do armário”. Tudo parece ótimo: ele participa de grupos para direitos civis dos homossexuais, arruma um namorado e não enfrenta nenhuma resistência do único filho, Oliver. Pois é, uma parte das pessoas que assistiu Toda forma de amor meio que quebrou a cara aqui: o filme não é sobre a aceitação do filho a homossexualidade do pai. Oliver é bastante tranqüilo com isso – sua preocupação se resume a felicidade da mãe, agora questionada por ter sido casada durante décadas com um homem que não a desejava.