De forma geral, eu começo as resenhas com alguma reflexão
que a obra em questão (seja livro ou filme) me trouxe.
Alguns, porém, não trazem reflexão nenhuma – o que é ruim –
ou são tão completos em si próprios que não conseguem me fazer escrever mais
nada do que o referente ao seu enredo, diálogos e narrativa – o que é bom, e é
o caso de Linhagens, de Eleonor
Hertzog. [Pode conter spoilers de Cisne a partir daqui.]
Linhagens é a
continuação do ótimo Cisne, que já
mexeu um pouquinho com a minha cabeça quando o li no ano passado. Antes de
publicar a resenha, fiz uma pequena consulta com a autora no Facebook para
saber o que seria considerado spoiler ou não. Segundo a mesma, falar sobre o
fascinante universo do livro, que envolve casas mentais e linhagens, não
configuraria como spoiler. Estava apenas de fora da sinopse porque era complexo
demais, e podia assustar os leitores.
Pois bem. Me senti assustada, nos primeiros capítulos de Linhagens. Mas não durou muito.
A tripulação do Cisne
é deixada por nós no primeiro livro sem grandes problemas. É claro que nunca é agradável ter um possível problema diplomático – os dois
estagiários tarilianos do Intercâmbio – a bordo, mas os doutores Melbourne
estão conseguindo lidar com tudo.
A numerosa filharada, porém, tem que enfrentar problemas que
os conectam cada vez mais com a segunda vida de sua irmã adotiva e de seus pais
extraterrestres: como uma boa sensitiva, Peggy sente perigo em uma das ilhas
que é rota do Cisne, alarmando a todos no barco e colocando-os em situações que
desafiam a lógica.
Peggy, aliás, é o eixo central de Linhagens: depois de resolvido o problema na ilha, é a sua mente
“mutante” que toma a cena. É estranho que um livro cujas maiores batalhas são
travadas no âmbito mental possa ter tanta ação, mas até os numerosos diálogos
de Eleonor Hertzog conseguem deixar o leitor louco por mais.
Aliás, falando em narrativa, não consegui encontrar nenhum
erro em Linhagens, assim como em Cisne – a revisão é impecável, algo
louvável para um livro tão longo. O que incomodou um pouquinho (embora isso se
relacione mais ao meu eu escritora do que ao meu eu leitora) é o tamanho dos
diálogos,gigantescos! Não é cansativo, mas a ausência de pausa é algo a se
observar para futuros livros.
A personalidade de cada um dos Melbourne e dos seus futuros
colegas na Champ-Bleux fica cada vez mais clara. Falando em Champ-Bleux, a
escola citada na sinopse do primeiro livro não dá as caras ainda – a impressão
que dá é, na verdade, que ainda demoraremos um pouco para que os Melbourne
ponham seus numerosos pezinhos nela. O desenvolvimento da história é sim lento,
mas de novo, não é algo ruim, pelos inúmeros núcleos e subtramas da série Uma geração, todas as decisões. Com esses
finais bombásticos e caminho a percorrer, eu quero o próximo – o mais rápido
possível.
OBS.: O livro será lançado na bienal do Rio de Janeiro pela editora LetraImpressa. O que eu li foi uma prévia, portanto não tenho opinião a dar sobre diagramação, edição e afins.
Sabe..
ResponderExcluirNo começo eu não tinha me sentido atraída em ler "Cisne", mas depois de tantos comentários a respeito, fiquei (e estou) super curiosa em ler.
Fico feliz que tenha gostado da continuação. Ótima dica!
Oba oba..
Quem sabe eu não aproveite para comprar os dois na Bienal! Uhuuu...
♥ Beijos, Lu
http://luizando.blogspot.com.br
OBS.: Não entendi seu comentário sobre a Dukan.. Você tentou e não conseguiu? Eu me adaptei super bem :)
Não, não consegui :/ Acho sacrifício demais, e tenho minhas dúvidas de se é realmente saudável...
ExcluirIsabel, não conhecia o livro, corri lá para ver sua resenha de Cisne e achei interessantíssimo o lidar com as relações dentro de um espaço tão limitado quanto um navio ou uma ilha - a ideia de não ter para onde ir, de estar "preso" rende boas discussões - e me interessei muito em ler. Somado ao fato de que capricharam na edição, fiquei bastante interessado e ler.
ResponderExcluirOie Isabel =)
ResponderExcluirNão conhecia nem o livro e nem a editora, e também infelizmente não vou poder estar na Bienal =/
Eu li bastante resenhas positivas de Cisne e é um livro que quando tiver oportunidade quero ler.
Ótima resenha! Me deixou ainda mais curiosa para conhecer o trabalho da autora!
Beijos e um ótima semana;***
Ane Reis.
mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
@mydearlibrary
Hey, flor!
ResponderExcluirEu já tinha ouvido falar do Cisne justamente por conta de resenhas sobre ele em outros blogs. Me parece ser bom! :D
Sua resenha tbm foi ótima, acho que vou correr atrás mesmo pra ler!
Beijãoo!
http://penny-lane-blog.blogspot.com.br/