03 agosto 2013

Sábado + livro + < 3: Linhagens


De forma geral, eu começo as resenhas com alguma reflexão que a obra em questão (seja livro ou filme) me trouxe.

Alguns, porém, não trazem reflexão nenhuma – o que é ruim – ou são tão completos em si próprios que não conseguem me fazer escrever mais nada do que o referente ao seu enredo, diálogos e narrativa – o que é bom, e é o caso de Linhagens, de Eleonor Hertzog. [Pode conter spoilers de Cisne a partir daqui.]

Linhagens é a continuação do ótimo Cisne, que já mexeu um pouquinho com a minha cabeça quando o li no ano passado. Antes de publicar a resenha, fiz uma pequena consulta com a autora no Facebook para saber o que seria considerado spoiler ou não. Segundo a mesma, falar sobre o fascinante universo do livro, que envolve casas mentais e linhagens, não configuraria como spoiler. Estava apenas de fora da sinopse porque era complexo demais, e podia assustar os leitores.

Pois bem. Me senti assustada, nos primeiros capítulos de Linhagens. Mas não durou muito.

A tripulação do Cisne é deixada por nós no primeiro livro sem grandes problemas. É claro que  nunca é agradável  ter um possível problema diplomático – os dois estagiários tarilianos do Intercâmbio – a bordo, mas os doutores Melbourne estão conseguindo lidar com tudo.

A numerosa filharada, porém, tem que enfrentar problemas que os conectam cada vez mais com a segunda vida de sua irmã adotiva e de seus pais extraterrestres: como uma boa sensitiva, Peggy sente perigo em uma das ilhas que é rota do Cisne, alarmando a todos no barco e colocando-os em situações que desafiam a lógica.

Peggy, aliás, é o eixo central de Linhagens: depois de resolvido o problema na ilha, é a sua mente “mutante” que toma a cena. É estranho que um livro cujas maiores batalhas são travadas no âmbito mental possa ter tanta ação, mas até os numerosos diálogos de Eleonor Hertzog conseguem deixar o leitor louco por mais.

Aliás, falando em narrativa, não consegui encontrar nenhum erro em Linhagens, assim como em Cisne – a revisão é impecável, algo louvável para um livro tão longo. O que incomodou um pouquinho (embora isso se relacione mais ao meu eu escritora do que ao meu eu leitora) é o tamanho dos diálogos,gigantescos! Não é cansativo, mas a ausência de pausa é algo a se observar para futuros livros.


A personalidade de cada um dos Melbourne e dos seus futuros colegas na Champ-Bleux fica cada vez mais clara. Falando em Champ-Bleux, a escola citada na sinopse do primeiro livro não dá as caras ainda – a impressão que dá é, na verdade, que ainda demoraremos um pouco para que os Melbourne ponham seus numerosos pezinhos nela. O desenvolvimento da história é sim lento, mas de novo, não é algo ruim, pelos inúmeros núcleos e subtramas da série Uma geração, todas as decisões. Com esses finais bombásticos e caminho a percorrer, eu quero o próximo – o mais rápido possível.

OBS.: O livro será lançado na bienal do Rio de Janeiro pela editora LetraImpressa. O que eu li foi uma prévia, portanto não tenho opinião a dar sobre diagramação, edição e afins.

5 comentários:

  1. Sabe..
    No começo eu não tinha me sentido atraída em ler "Cisne", mas depois de tantos comentários a respeito, fiquei (e estou) super curiosa em ler.
    Fico feliz que tenha gostado da continuação. Ótima dica!

    Oba oba..
    Quem sabe eu não aproveite para comprar os dois na Bienal! Uhuuu...

    ♥ Beijos, Lu
    http://luizando.blogspot.com.br

    OBS.: Não entendi seu comentário sobre a Dukan.. Você tentou e não conseguiu? Eu me adaptei super bem :)

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    1. Não, não consegui :/ Acho sacrifício demais, e tenho minhas dúvidas de se é realmente saudável...

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  2. Isabel, não conhecia o livro, corri lá para ver sua resenha de Cisne e achei interessantíssimo o lidar com as relações dentro de um espaço tão limitado quanto um navio ou uma ilha - a ideia de não ter para onde ir, de estar "preso" rende boas discussões - e me interessei muito em ler. Somado ao fato de que capricharam na edição, fiquei bastante interessado e ler.

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  3. Oie Isabel =)

    Não conhecia nem o livro e nem a editora, e também infelizmente não vou poder estar na Bienal =/

    Eu li bastante resenhas positivas de Cisne e é um livro que quando tiver oportunidade quero ler.

    Ótima resenha! Me deixou ainda mais curiosa para conhecer o trabalho da autora!

    Beijos e um ótima semana;***

    Ane Reis.
    mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
    @mydearlibrary


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  4. Hey, flor!
    Eu já tinha ouvido falar do Cisne justamente por conta de resenhas sobre ele em outros blogs. Me parece ser bom! :D
    Sua resenha tbm foi ótima, acho que vou correr atrás mesmo pra ler!
    Beijãoo!

    http://penny-lane-blog.blogspot.com.br/

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