Nejat e seu pai, Ali, são dois dos milhares de imigrantes
turcos na Alemanha, povo que, em algumas regiões do país, formam até mesmo
comunidades próprias. Professor universitário, o doce Nejat divide-se entre
suas aulas e os momentos com o pai, sua única família no novo país.
Solitário, Ali contrata uma prostituta de sua terra natal,
Yeter, que usa seus rendimentos para pagar a faculdade da filha Ayten. Quando
em um momento de raiva Ali mata Yeter por acidente, Nejat vê como seu dever
moral encontrar a jovem Ayten e terminar de pagar pela sua educação.
Mas como nada pode ser tão fácil assim, Ayten tem algo de
bastante peculiar que pode atrapalhar a busca de seu possível amigo: a vida
como proscrita graças a sua atividade em um grupo político considerado
terrorista pelo governo turco (bastante conhecido por seu desrespeito aos
direitos humanos e a liberdade de expressão). Com medo de ser presa e
torturada, Ayten foge para a Alemanha, causando um enorme desencontro – Yeter
foi a Turquia, justamente a sua procura.
Lá ela conhece a estudante alemã Lotte, garota que, contra a
vontade de sua mãe, acolhe Ayten em casa. Quando o pedido de asilo da turca é
negado, Lotte, assim como Yeter, vê como seu dever ajudar Ayten.
Do outro lado é
magnífico, mas eu ainda não consegui descobrir muito bem porquê. Entre dois
países e três culturas diferentes (a alemã, a turca e dos imigrantes turcos na
Alemanha) as imagens e desentendimentos são extraordinários.
Mas não, não foi todo esse choque cultural – tema que sempre
me interessou e me interessa cada vez mais enquanto o meu intercâmbio se
aproxima – que me encantou em Do outro
lado. O filme é, na verdade, primoroso em falar de assuntos universais,
como a dor, a solidariedade e a culpa. Embora seja possível ver que todos os
personagens são pessoas completas, não sabemos muito sobre eles – só que as
situações pelas quais Ayten, Yeter e Lotte passam poderiam acontecer em
qualquer lugar do mundo.
Do outro lado me
surpreendeu também pelo seu ritmo: ao contrário dos filmes do gênero, não foi
excessivamente lento. Só tenho duas pequenas críticas: a primeira quanto a
pouca resistência da mãe de Lotte, Susanne, em receber uma completa estranha em
casa. Sim, ela reclama, mas não insistentemente o bastante para alguém cuja
filha acabou de trazer uma possível criminosa para casa. A segunda crítica
também é relacionada a isto: Susanne me pareceu, nos seus poucos minutos em
tela, uma personagem fascinante, interpretada por uma ótima atriz.
Infelizmente, sua atuação resume-se exatamente nessa palavra – poucos – e fiquei
com uma pontinha de curiosidade insatisfeita quanto a ela.
No melhor estilo A
separação, Do outro lado tem um
final em suspenso, aberto a possibilidades e outros caminhos. Aqui há uma
tonelada de verossimilhança, sua característica marcante – afinal, nem mesmo a
morte tudo resolve.
Esses desencontros são super chatos, odeio quando acontece isso em filmes, mas ao mesmo tempo isso instiga para um final super legal, que é o que parece acontecer nesse filme. E também é chato esses personagens que às vezes a atuação não convence.
ResponderExcluirClicando Livros
Beijão *-*
Bel, é impressionante como alguns detalhes mínimos tornam-se importantes em nossa avaliação. Achei tudo que você abordou muito bem colocado. Dá uma visão bem clara para quem não viu ou não conhecia o filme, como eu. Enfim... adorei!
ResponderExcluirUm abraço!
http://universoliterario.blogspot.com.br/
Obrigada :) Detalhes são tudo em filmes como esse, que mostram culturas pouco conhecidas...
ExcluirSinceramente? Esse filme parece-me ser bem complexo. Concordo com tudo o que a Francielle falou acima, principalmente sobre a forma como você abordou o filme e explicou o seu contexto para nós que ainda não conhecíamos esse filme.
ResponderExcluirBeijos.
http://absortoemlivros.blogspot.com.br/
As questões que o filme traz são complexas, mas a trama em si não :)
ExcluirIsabel, mais um filme que não conhecia, mas me pareceu bastante interessante. Desencontros quase sempre rendem boas histórias, pois meio que emulam nossa vida diária, nossos sentimentos de frustração por algo que não conseguimos alcançar. Este vai pra minha lista.
ResponderExcluirOi , Tudo bem ?
ResponderExcluirAdorei a explicação sobre o filme deu para saber um bocado sobre ele,logo no começo já estava pensando que não iria assisti -lo , por não gostar muito de filmes muito lentos, mas acho que darei uma chance a este .
Beijos
http://resenhandolivrosefilmes.blogspot.com.br/
Não parece muito meu estilo de filme, sou meio anta para filmes só gosto de comédias e super-heróis. Filmes geralmente são meio que meu jeitinho de me divertir, acho que me distrair só acontece rindo litros, então não gosto muito de filme-cabeça.
ResponderExcluirxoxo
peoples-says.blogspot.com.br
Não faz o estilo que vejo sempre, mas com certeza não iria negar a degustação desse filme. Parece ser aquele que você tem que sentar e assistir com calma, suportando a história junto com os personagens, não penso que deve ser um filme com menos de duas horas e meia a duas horas e quarenta, pelo menos foi essa a minha impressão com a sua resenha.
ResponderExcluirThoughts-little-princess.blogspot.com
Apesar de acontecer muita coisa, o filme é mais curto: mais ou menos uma hora e cinquenta :)
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