Um acidente acontece em uma cidadezinha francesa durante um passeio escolar, e nele,
trinta e oito adolescentes locais morrem. Entre eles está Camille, cuja morte
desmantelou a sua família: seus pais, Claire e Jerome, passam por um complicado
processo de divorcio; este último parece sucumbir aos poucos ao alcoolismo e
Lena, sua irmã, está cada vez mais distante de todos. Enfim, as preces da mãe
ferida acabam sendo atendidas da pior maneira possível: um belo dia, Camille, o
seu” bebê”, volta dos mortos.
Como se isso não fosse por si só curioso o suficiente, há
também alguns adendos na situação de Camille – sua última lembrança é do
passeio escolar. Não há zumbis os fantasmas aqui. Tudo é complicado não só para
sua família, que recebeu este presente de grego, mas também para ela mesma, que
não sabe como lidar com a situação de ser uma “renascida” que não viu luz
branca nem atingiu iluminação espiritual – na verdade, ela não se lembra nem
mesmo do acidente que provocou a sua morte. O mundo continuou a girar sem
Camille, e aceitar isso pode ser mais complicado do que parece.
Embora a garota tenha um pouco de sorte em relação a Simon:
morto há dez anos (ela está somente há quatro) a vida de sua única pessoa na
cidadezinha e grande amor, Adéle, se modificou completamente desde então. Não
há mais espaço para um noivo que morreu no dia de seu próprio casamento na
felicidade caseira leve da mulher, com um novo marido – o capitão da polícia da
cidade – e filha.
Fechando o ciclo, há Julie que não ser é uma “renascida” ela
mesma, mas passa por sua cota de situações curiosas ao encontrar Victor, um
estranho garotinho. No início, a reação é a de se esperar (checar na polícia se
há alguém procurando por ele) mas ao perceber que Victor aparentemente não tem
família, os elos entre ele a jovem e cautelosa enfermeira se tornam
estranhamente maternais. Isso não impede, porém, que Julie constate que há algo
de muito macabro e bizarro com o garoto.
A primeira série que realmente assisti foi Lost – minha mãe costumava comprar os
DVDs (entulhados no armário da sala até hoje) e fazíamos maratonas no final de
semana. Gostei do formato de uma história contada em vários episódios de
quarenta minutos ao invés de somente em duas horinhas, e realmente me apaixonei
por todo aquele mistério, os personagens, a ilha.
Mas mesmo para alguém com pouquíssima experiência em
seriados era óbvia a enorme confusão em que os produtores estavam metidos: como
explicar todos aqueles fenômenos loucos sem uma desculpinha estúpida? Temi
quanto a isso com Les Revenants, mas
o caráter eminentemente sobrenatural da série a salvou.
Mas não foi só isso: ao contrário de Lost (que perdeu um pouco da qualidade lá pela quarta temporada) Les Revenants é impecável do início ao
fim. Não há um só ator ruim no elenco, com destaques para a intérprete de Lena
– que encarna perfeitamente uma adolescente obviamente confusa pela volta da
irmã – e de Adéle. Duas jóias vindas da França que eu nunca havia ouvido falar,
mas que prestarei mais atenção no futuro.
Até porque para cumprir o proposto pelo enredo era
obviamente necessário uma dose forte de emoção. Embora o mistério cative e
prenda de uma forma que me fez assistir os oito episódios em cerca de um final
de semana, não é esse o sustentáculo de Les
Revenants, e sim as reações dos personagens. Se lidar com a morte de um
ente querido é difícil, imagine com a sua volta? Os personagens religiosos da
série aceitam isso de forma melhor, como era de se esperar, mas só a reação dos
renascidos já seria o suficiente – a solidão e deslocamento são quase
palpáveis. Não é terror, é um suspense psicológico dos bons.
Pode parecer, mas Les Revenants não dá medinho não. Palavra de uma medrosa profissional. |
Pouco a pouco, outros personagens são introduzidos –
renascidos ou não – e outros mistérios também. Não há explicação racional (ou
até mesmo dentro do universo paranormal da série) para nenhum dos fenômenos,
mas isso não fez muita falta – ao menos não para mim.
Les Revenants foi
renovado para mais uma temporada, e será importado para os Estados Unidos com
uma versão que provavelmente se chamará Rebound.
Ambas as coisas (segunda temporada e versão americana) são daquele tipo que
podem dar maravilhosamente certo ou epicamente errado – afinal, não é
exatamente fácil se equilibrar na corda bamba entre mistério sobrenatural e
historinhas de zumbis.
OBS.: A trilha sonora (feita exclusivamente pra série) é instrumental e FABULOSA.
OBS2.: A série é baseada em um filme. Caso queiram a resenha também, não deixem de dizer abaixo ou lá no post de Les Revenants no Facebook :)
Resenha resenha resenha!
ResponderExcluirE essa série, tem com legenda?
Tem sim, Mareska! Eu baixei no O melhor da telona :) http://www.omelhordatelona.biz/series/les-revenants/3451-les-revenants.html
ExcluirIsabel, eu parei no primeiro episódio, tô acompanhando muita coisa então estou guardando ela pra quando entrar de férias em junho, mas eu gostei muito do que vi - as últimas cenas são excelentes, ali que eu percebi a extensão da série - e quero acompanhar. Acho que muito do que se passa tem a ver com o garotinho, não sei, ele é nem estranho. Também acho que Lost se perdeu um pouco, tanto que assisti apenas até a metade da quinta temporada, mas agora decidi voltar do zero, termino a primeira este fim de semana.
ResponderExcluirFalei "estranho" mais no sentido "ligado a coisas sobrenaturais" mesmo. Poxa, o que fizeram com Lost foi muito tenso...
ExcluirOk,a resenha dessa serie me surpreendeu, vou ficar de olho, realmente parece ser algo que vale à pena ser assistido.
ResponderExcluirThoughts-little-princess.blogspot.com
Oi Isabel!
ResponderExcluirEu sou viciada em séries de TV, mas assisto só as americanas... Talvez porque só passam essas na TV a cabo (não assino os canais de outros países, o pacote é mais caro e acho que não tem legendas). Mas fiquei com muita vontade de ver essa série! Adoro histórias sobrenaturais e adorei a comparação de Lost (saudades).
Faça a resenha do filme sim, fiquei curiosa para saber se ele é igual ou se é um prequel da série.
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Não tenho o hábito de acompanhar essas séries via TV. Tenho até alguns canais internacionais, mas que não passam coisas legais assim e, como vc disse, não tem legenda (isso complica muito HDUASD). A maior parte faço download mesmo... :)
ExcluirEu Isabel, eu (medrosa de carteirinha) também achei que a série era de matar do coração. Se não é, acho que vou procurar para assistir, já que a proposta me animou bastante.
ResponderExcluirBeijos
Oi Isabel,
ResponderExcluirvocê sempre trazendo resenhas de séries que me motivam a procurar coisas novas!
Adorei saber sobre essa série, vou procurar, inclusive o filme,
Posta a resenha do filme aqui pra gente também!
Tem promoção e post novo no blog
endless-poem.blogspot.com.br
Beijão
Aaah, obrigada :) Tento dar uma garimpada legal, para achar coisas que geralmente não vemos muito por aí... :) Postarei a do filme sim!
Excluiroi querida,
ResponderExcluirparece bem tenso, mas mesmo assim muito interessante. Fiquei com muita vontade de conhecer!
boa semana
;*
www.redbehavior.com
PS: não fala mal de LOST :(( hehehe
Poxa, não é nem mal, é uma constatação! HUDASDAS
ExcluirEu gostei, faz tempo que não vejo nada que me dê arrepios. Vou aproveitar as férias e assistir. Baixando agora.
ResponderExcluirBjos!!
Aii que tudo de bom! Adoreii essa dica de série e com certeza veria...é minha cara!^^ Vou compartilhar na Página do Projeto Ação Literária que esse mês é sobre suspense.
ResponderExcluirBeijos!
Paloma Viricio- Jornalismo na Alma.