12 maio 2013

[LIVRO] Meu amor, meu bem, meu querido + sorteio




Primeiras impressões quase sempre são enganosas – como imortalizado por Elizabeth Bennet no seu gigante erro ao julgar a personalidade do Sr.Darcy, custa tempo para conhecer qualquer coisa.

Primeiras impressões seria, aliás, um título bem mais legal para Meu amor, meu bem, meu querido – nome que,além de feio e pouco atraente, é mal traduzido dado o contexto.

Deixando isso de lado, é impressionante o quanto eu me enganei sobre a história de Ruby McQueen, a garota com nome de estrela country a quem sempre coube o rótulo de “certinha”. A sinopse dá atenção em excesso a esse fato, e mais atenção ainda ao que vem por aí: querendo quebrar um pouco a monotonia, ela se envolve com Travis, um típico “garoto-problema”.

Rico e em busca de adrenalina, andar em alta velocidade na sua moto é o mínimo que Travis faz – seus hobbies também envolvem invadir casas, só pela diversão da coisa. Como acontece com uma porcentagem imensa e assustadora das garotas, Ruby vira uma cópia mal feita de Travis, compartilhando como que por mágica seus gostos, personalidade e desejos.

Felizmente, um incidente dá fim ao perigoso romance, e Ruby tem que arrumar um jeito de esquecê-lo. Admito que rolei os olhos quando percebi que era essa a tal história de superação que iria acontecer, esperando um mimimi infantil, infinito e enjoado no melhor estilo Lua nova. Que erro!

Para Ruby, histórias de “superação amorosa” não são inéditas. Não por ela mesma, mas por sua mãe, Annie, continuamente abandonada pelo pai dos seus dois filhos. Anualmente, ele volta. Anualmente, ela torce, sofre, e arruma e cria esperanças. Anualmente, ele vai embora.
Não é incomum que livros Young Adult retratem pais de maneira maniqueísta ou invisível – das três, uma: ou a ausência é completa ou o apoio incondicional ou há alguma mácula terrível. Não, é rara a representação tridimensional de pais, como pessoas que amam os seus rebentos, mas tem defeitos e problemas próprios que, talvez, influenciem na criação dos mesmos.

Toda essa fragilidade emocional de mãe e filha são somadas a uma missão bem peculiar: as rainhas caçarolas, clube de leitura de senhoras mediado por Annie, descobrem que uma de suas colegas viveu uma história de amor com um escritor – transformada, como acontece quase que irremediavelmente, em um livro. Agora adoentada, este verão pode ser a sua última chance de reencontrá-lo.

A missão das rainhas caçarolas vira mais do que uma aventura para Ruby: é também uma encantadora jornada de auto conhecimento. Confesso que passei a primeira metade de Meu amor, meu bem, meu querido com uma expressão um tanto indiferente quanto ao livro, mas não pude deixar de adorá-lo ao ver a evolução de Ruby. É mais do que uma historinha de uma garota que faz besteira no amor, é mais do que uma road trip absurda – não, é um livro lindo que se relaciona, em certos níveis, com praticamente qualquer um.

De forma tranqüila e sem preconceitos, o livro tenta desmistificar os estereótipos de relacionamento aos quais Ruby e a maior parte das mulheres (portanto, personagens de ficção) estão presas. Arrancando lágrimas de mim em vários momentos, Meu amor, meu bem, meu querido é um manifesto ao que é belo e genuíno, sendo belo e genuíno por si só. É são as primeiras impressões me enganando de novo...








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15 comentários:

  1. Eu realmente não gostei desse livro, sério! Achei uma confusão :(
    @mmundodetinta
    maravilhosomundodetinta.blogspot.com.br

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  2. Oi Isabel! Ainda estou no começo do livro e não senti a história ainda. Sua resenha me deixou mais preparada pelo que vou encontrar e espero gostar. Bjos!

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  3. Quero ler, mas não tenho mais a mesma expectativa que tinha antes. Realmente a sinopse vende um livro diferente.
    Beijos,
    Carissa
    www.carissavieira.com

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    1. Acho irritante de leve isso da sinopse diferente do enredo haaha Sério, por isso que nunca as uso por aqui...

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  4. Isabel, eu peguei ele pra ler mas não consegui ir muito longe, vou deixar praz mais tarde. Agora estou lendo o "O Livro do amanhã", e ele está me agradando, espero que continue assim.

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  5. Jura que arrancou lágrimas Isabel? Estou postergando essa leitura porque achei que iria ser uma coisa mais mimimi, pelo visto também estou bem enganada. Fiquei mais curiosa agora.

    Beijos

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  6. É ótimo quando vemos a evolução de um personagem num livro para o qual não dávamos nada (ou no máximo poucas expectativas), isso já me aconteceu algumas vezes com outros livros, geralmente é uma agradável surpresa.

    Thoughts-little-princess.blogspot.com

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  7. Hm, as opiniões estão bem divididas né?! Teve gente que adorou e gente que achou mais ou menos. Eu tenho curiosidade por ser um drama familiar ou algo assim hehehe
    boa semana
    ;*

    www.redbehavior.com

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  8. Não tinha lido uma resenha ainda!
    Realmente vou ter que ler para ver se gosto ou não, vejo muitas resenhas boas e ruins!
    Beijos
    Rizia - Livroterapias

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  9. Hum...estou com um pé lá e outro cá com esse livro. Ele me deixa confusa e as resenhas que vejo ora são boas, ora ruins! kkkk Estou lendo e ainda não me conquistou, mas espero que isso aconteça.
    Beijos!
    Paloma Viricio- Jornalismo na Alma.

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  10. Hey
    Também não acho o título atrativo.
    Eu ri que ele super mexeu com suas emoções, até chorou.
    Parece ser uma leitura rápida [pelo número de páginas que vi aqui], mas vi a menina comentando que é confuso..
    Não sei se leria agora.. e mimi de Lua Nova, ninguém merece

    Tenha uma ótima quarta
    Nana - Obsession Valley

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  11. Achei o nome um tanto quanto comprido demais. Eu ganhei esse livro em uma promoção, mas estava até desanimada para ler de tantas resenhas negativas que eu li dele. Que bom que você gostou.

    http://blogprefacio.blogspot.com.br/

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    1. Compridinho mesmo, e ainda traduzido de forma incorreta (de acordo com o contexto)...

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  12. Oi Isabel, tudo bem?
    Li há alguns dias uma resenha não muito positiva quanto ao livro, e confesso que isso tirou um pouco meu ânimo, mas depois de ler a sua fiquei um pouco mais animada. E acho que o melhor mesmo é tirar a prova por si.
    Abraços,
    Amanda Almeida
    Você é o que lê

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  13. Estou louca pra ler esse livro,
    e agora que sei que ele é emocionante, estou querendo lê-lo ainda mais, amo os livros que mechem comigo a ponto de me fazer chorar.

    http://soubibliofila.blogspot.com.br/

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