27 fevereiro 2015

Broad city (série)


Se Girls e uma miriade de outros seriados e filmes estiverem certos, a crise dos vinte e cinco anos parece ser dramática. Ao mesmo tempo que se é jovem o suficiente para que se admitam algumas irresponsabilidades e erros, a sensação de não ter se construído nada (quando um terço da vida já se passou) deve ser dolorosa.

Mas não é na dor dessa idade que Broad City se foca – na verdade, o seriado trata os problemas dessa idade com um humor único e fabuloso. Abby e Ilanna, nossas protagonistas, são duas amigas judias inseparáveis morando em Nova Iorque.

Mas não há o glamour de Sex and the city: as duas garotas estão sempre quebradas, com dinheiro somente para as contas mais essenciais – e as vezes nem isso. Abby é uma aspirante a artista, que trabalha como faxineira em uma academia. Já Illana, bom... Illana não sabe muito bem o que faz na empresa onde trabalha, ao menos não qualquer coisa além de dormir nos banheiros e atazanar seus colegas de trabalho.


Não há muito que eu possa escrever sobre Broad City, não pelo medo de spoilers, mas sim pelo fato de que cada episódio trata de um problema diferente – todos eles mundanos e bastante comuns, mas tratados com uma crueza, proximidade e humor que os tornam hilários.


Provavelmente a série consegue ser assim pelo aspecto auto-biográfico: as autoras, que também se chamam Abby e Illana, colocaram bastante de suas experiências pessoais lá. As comparações com a série da HBO, Girls, são bem batidas e previsíveis, mas ao mesmo tempo inevitáveis: embora eu ame ambas as séries igualmente, Broad City me ganha pela capacidade de Abby e Illana de rirem de si mesmas, bastante diferente do frequente egocentrismo e construção de personagem duvidosas de Lena Dunham.


As garotas arrumam trabalhos temporários bastante estranhos para irem a festas, se metem em encontros pavorosos e percorrem Nova Iorque inteira através de um telefone perdido, tudo isso resultando em diálogos inteligentes e situações inusitadas. Todos os dramas pessoais de Abby e Illana viram piada, fazendo o espectador perceber que a maior parte das coisas pode ser tratada com simplicidade e leveza.

2 comentários:

  1. Oi, Isabel! Tudo bem? Pelo visto é tendência agora nas séries dramáticas que os diretores a transformem em um trabalho auto-biográfico né? Confesso que nunca assisti "Girls" e não posso realizar comparações entre as produções, mas devido ao que você disse, "Broad City" parece ser bem mais divertida que a produção da HBO. Eu gosto de séries que trabalham essas crises de idade, mas quando o drama é mais puxado, eu acabo perdendo o interesse. Espero que BC seja realmente boa, porque você me convenceu a dar uma chance :) Bjs
    Jéssica - http://lereincrivel.blogspot.com.br/

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  2. Essas séries de crise de idade sempre parecem divertidas, mas me cansam depois de poucos episódios D:

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