Se Girls e uma
miriade de outros seriados e filmes estiverem certos, a crise dos
vinte e cinco anos parece ser dramática. Ao mesmo tempo que se é
jovem o suficiente para que se admitam algumas irresponsabilidades e
erros, a sensação de não ter se construído nada (quando um terço
da vida já se passou) deve ser dolorosa.
Mas não é na dor
dessa idade que Broad City se foca – na verdade, o seriado
trata os problemas dessa idade com um humor único e fabuloso. Abby e
Ilanna, nossas protagonistas, são duas amigas judias inseparáveis
morando em Nova Iorque.
Mas não há o glamour
de Sex and the city: as duas garotas estão sempre quebradas,
com dinheiro somente para as contas mais essenciais – e as vezes
nem isso. Abby é uma aspirante a artista, que trabalha como
faxineira em uma academia. Já Illana, bom... Illana não sabe muito
bem o que faz na empresa onde trabalha, ao menos não qualquer coisa
além de dormir nos banheiros e atazanar seus colegas de trabalho.
Não há muito que eu
possa escrever sobre Broad City, não pelo medo de spoilers,
mas sim pelo fato de que cada episódio trata de um problema
diferente – todos eles mundanos e bastante comuns, mas tratados com
uma crueza, proximidade e humor que os tornam hilários.
Provavelmente a série
consegue ser assim pelo aspecto auto-biográfico: as autoras, que
também se chamam Abby e Illana, colocaram bastante de suas
experiências pessoais lá. As comparações com a série da HBO,
Girls, são bem batidas e previsíveis, mas ao mesmo tempo
inevitáveis: embora eu ame ambas as séries igualmente, Broad
City me ganha pela capacidade de Abby e Illana de rirem de si
mesmas, bastante diferente do frequente egocentrismo e construção
de personagem duvidosas de Lena Dunham.
As garotas arrumam
trabalhos temporários bastante estranhos para irem a festas, se
metem em encontros pavorosos e percorrem Nova Iorque inteira através
de um telefone perdido, tudo isso resultando em diálogos
inteligentes e situações inusitadas. Todos os dramas pessoais de
Abby e Illana viram piada, fazendo o espectador perceber que a maior
parte das coisas pode ser tratada com simplicidade e leveza.
Oi, Isabel! Tudo bem? Pelo visto é tendência agora nas séries dramáticas que os diretores a transformem em um trabalho auto-biográfico né? Confesso que nunca assisti "Girls" e não posso realizar comparações entre as produções, mas devido ao que você disse, "Broad City" parece ser bem mais divertida que a produção da HBO. Eu gosto de séries que trabalham essas crises de idade, mas quando o drama é mais puxado, eu acabo perdendo o interesse. Espero que BC seja realmente boa, porque você me convenceu a dar uma chance :) Bjs
ResponderExcluirJéssica - http://lereincrivel.blogspot.com.br/
Essas séries de crise de idade sempre parecem divertidas, mas me cansam depois de poucos episódios D:
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