Sempre falta um
pouquinho de realidade nas séries médicas.
Não falo muito em
termos de diagnósticos e cura – disso dificilmente posso falar –
mas sim em coisas práticas. Mesmo nos melhores hospitais do mundo,
dificilmente um House teria um caso só por vez. E o que falar das
instalações de luxo de Red band society – hospital no qual
nunca se ouviu a frase “você tem seguro de saúde?”.
Em The Night Shift,
porém, os médicos esbarram com esse probleminha chamado realidade
mais ou menos o tempo todo. Localizado em San Antonio, no Texas, o
hospital no qual a série se passa é a única unidade de trauma na
região, passa por uma situação financeira difícil e tem no
exército o seu principal fornecedor de médicos. Para complicar a
situação mais um pouquinho, não seguimos um turno normal, e sim o
da noite, com acidentes mais complicados e expectativas mais altas.
O chefão do turno,
Michael Ragosa, passa por serios problemas pessoais e por um dilema
profissional muito grave: como administrar um orçamento tão
apertado sem perder a humanidade, decidindo quem é tratado ou não?
Ragosa, por não ser médico, não é muito respeitado por alguns de
seus subordinados – principalmente pelo Dr.TC Callahan, um
ex-oficial complicado que apresenta sintomas de transtorno
pós-traumático.
A parte de ex-membros
do exército americano estarem envolvidos como personagens na série
me deixou com um pé atrás: sinceramente, não tenho nenhuma
paciência com esse papinho patriótico de que os soldados americanos
estão somente defendendo a liberdade do seu país, enquanto estes
massacram populações de países pobres em intervenções que pouco
bem faz as mesmas ou ao mundo de forma geral. Felizmente, The
Night Shift trata a ida a guerra de uma forma muito mais
particular, não explorando os motivos políticos, e sim as
consequências que as temporadas no Iraque ou no Afeganistão
trouxeram.
Entre outros que
combateram nas guerras estão Topher, melhor amigo de TC e alívio
cômico do seriado; e Drew, responsável principal pelos novos
residentes, Paul e Krista. Enquanto Krista é um poço de
auto-confiança e se encaixa muito bem no ambiente do hospital, Paul
é cheio de medos e dúvidas, demonstrando várias vezes só exercer
a medicina por pressão familiar.
E como supervisora
temos Jordan, uma médica habilidosa e que sabe lidar muito bem com
seus ex-oficiais médicos provavelmente por ter convivido com um –
o seu relacionamento com TC já acabou quando a série começa, mas
ainda resta um forte laço entre eles. Recém saída do turno do dia,
Jordan tem algumas dificuldades bem grandes em lidar com todas as
responsabilidades que o turno da noite traz.
Os dramas entre os
médicos são bem desenvolvidos, mas não ocupam a cena o tempo
inteiro como em outras séries do gênero – um ponto positivo. Já
falando dos casos, eles não são tão misteriosos ou fascinantes
como em House, mas não deixam de ter o fascínio que geralmente
exercem. Se séries médicas são sua praia, não deixe de conferir
The Night Shift.
Eu amava Grey's Anatomy e curtia muito os episódios aleatórios que assistia de House, mas vamos combinar que em Grey's o que menos tem no enredo são as partes médicas mesmo e em House até tem, mas como você disse, algumas realidades são deixadas de lado. E acredito que era isso que me fazia gostar dessas séries, por não tratar da realidade de um hospital em sua total realidade, algo que não me interesso muito. Mas gostei de saber um pouco sobre essa série que retira aquela visão de série médica que não retrata exatamente a Medicina na vida real.
ResponderExcluirBeijos
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