13 fevereiro 2015

The night shift (série)


Sempre falta um pouquinho de realidade nas séries médicas.

Não falo muito em termos de diagnósticos e cura – disso dificilmente posso falar – mas sim em coisas práticas. Mesmo nos melhores hospitais do mundo, dificilmente um House teria um caso só por vez. E o que falar das instalações de luxo de Red band society – hospital no qual nunca se ouviu a frase “você tem seguro de saúde?”.

Em The Night Shift, porém, os médicos esbarram com esse probleminha chamado realidade mais ou menos o tempo todo. Localizado em San Antonio, no Texas, o hospital no qual a série se passa é a única unidade de trauma na região, passa por uma situação financeira difícil e tem no exército o seu principal fornecedor de médicos. Para complicar a situação mais um pouquinho, não seguimos um turno normal, e sim o da noite, com acidentes mais complicados e expectativas mais altas.

O chefão do turno, Michael Ragosa, passa por serios problemas pessoais e por um dilema profissional muito grave: como administrar um orçamento tão apertado sem perder a humanidade, decidindo quem é tratado ou não? Ragosa, por não ser médico, não é muito respeitado por alguns de seus subordinados – principalmente pelo Dr.TC Callahan, um ex-oficial complicado que apresenta sintomas de transtorno pós-traumático.


A parte de ex-membros do exército americano estarem envolvidos como personagens na série me deixou com um pé atrás: sinceramente, não tenho nenhuma paciência com esse papinho patriótico de que os soldados americanos estão somente defendendo a liberdade do seu país, enquanto estes massacram populações de países pobres em intervenções que pouco bem faz as mesmas ou ao mundo de forma geral. Felizmente, The Night Shift trata a ida a guerra de uma forma muito mais particular, não explorando os motivos políticos, e sim as consequências que as temporadas no Iraque ou no Afeganistão trouxeram.


Entre outros que combateram nas guerras estão Topher, melhor amigo de TC e alívio cômico do seriado; e Drew, responsável principal pelos novos residentes, Paul e Krista. Enquanto Krista é um poço de auto-confiança e se encaixa muito bem no ambiente do hospital, Paul é cheio de medos e dúvidas, demonstrando várias vezes só exercer a medicina por pressão familiar.


E como supervisora temos Jordan, uma médica habilidosa e que sabe lidar muito bem com seus ex-oficiais médicos provavelmente por ter convivido com um – o seu relacionamento com TC já acabou quando a série começa, mas ainda resta um forte laço entre eles. Recém saída do turno do dia, Jordan tem algumas dificuldades bem grandes em lidar com todas as responsabilidades que o turno da noite traz.



Os dramas entre os médicos são bem desenvolvidos, mas não ocupam a cena o tempo inteiro como em outras séries do gênero – um ponto positivo. Já falando dos casos, eles não são tão misteriosos ou fascinantes como em House, mas não deixam de ter o fascínio que geralmente exercem. Se séries médicas são sua praia, não deixe de conferir The Night Shift.  

1 comentários:

  1. Eu amava Grey's Anatomy e curtia muito os episódios aleatórios que assistia de House, mas vamos combinar que em Grey's o que menos tem no enredo são as partes médicas mesmo e em House até tem, mas como você disse, algumas realidades são deixadas de lado. E acredito que era isso que me fazia gostar dessas séries, por não tratar da realidade de um hospital em sua total realidade, algo que não me interesso muito. Mas gostei de saber um pouco sobre essa série que retira aquela visão de série médica que não retrata exatamente a Medicina na vida real.

    Beijos
    http://mon-autre.blogspot.com/

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