Quando falamos de
distopias puras e simples, a resposta é óbvia: as mesmas são
alegorias poderosas para críticas de problemas atuais. Mas quando
falamos de um filme ou livro no qual toda a humanidade é destruída,
por que isso é tão atraente?
Segundo o filme Jogos do apocalipse, um evento de destruição mundial varre, para os sobreviventes, todo o universo e cultura no qual seus planos se basearam. O diploma, o emprego e o acesso ao wi-fi não possuem mais nenhuma importância, visto que o sistema no qual sua essencialidade foi determinada não mais existe. Como esse crítico muito bem apontou, a morte de um só ser humano é um desastre, de toda a humanidade é entretenimento. Afinal, como não se atrair com um universo cheio de possibilidades?
Segundo o filme Jogos do apocalipse, um evento de destruição mundial varre, para os sobreviventes, todo o universo e cultura no qual seus planos se basearam. O diploma, o emprego e o acesso ao wi-fi não possuem mais nenhuma importância, visto que o sistema no qual sua essencialidade foi determinada não mais existe. Como esse crítico muito bem apontou, a morte de um só ser humano é um desastre, de toda a humanidade é entretenimento. Afinal, como não se atrair com um universo cheio de possibilidades?
Em o Expresso do
amanhã, esse mundo de possibilidades se desmembrou de forma
bastante criativa. Como forma de conter o aquecimento global,
cientistas lançaram na atmosfera um agente químico que deveria
estabilizar a temperatura terrestre. Seu efeito, contudo, foi
contrário: o congelamento completo do planeta, levando a extinção
de quase toda a vida.
Quase por que um
riquissimo e astuto engenheiro, Wilford, projetou uma locomotiva, o
Snowpiercer, que além de manter seus passageiros abrigados, seguros
e alimentados, nunca para. Isso mesmo: o homem, graças a seu
dinheiro e talento, conseguiu construir trilhos de trem que
percorriam todo o planeta devastado, e o Snowpiercer é, além de
tudo, autossuficiente graças a chamada máquina eterna, que o
mantém.
Mesmo com todo conforto
disponível a bordo, surge no trem desde a sua partida um sistema de
classes: passageiros da primeira com tudo que há de melhor, da
segunda com conforto o suficiente e alguns pequenos luxos, e os do
fundo empilhados e maltrapilhos, sem água para banho, luz do dia e
nada para comer além de uma barra proteíca gelatinosa e de
aparência nojenta.
Todas as revoltas dos
passageiros do fundo até a data – o filme se inicia quando o
Snowpiercer já está rodando por aí há quase dezoito anos –
deram errado, mas Curtis (um irreconhecível Chris Evans – quase
não se pode dizer que ele e o cara de Capitão América são
a mesma pessoa) diz possuir a solução: tomar o carro da frente,
onde viaja Wilford.
É difícil dizer o que
faz Expresso do amanhã fantástico sem entregar muita coisa
do seu enredo. O filme é o melhor que o cinema comercial pode
oferecer: ao mesmo tempo que entretêm públicos de gostos diversos
com cenas de ação bem orquestradas – afinal, tudo ocorre dentro
do claustrofóbico espaço dos vagões do trem – oferece também
imagens de referências poderosas e doses cavalares de reflexão.
Cada compartimento do
trem traz um mundo contido em si próprio: depois da primeira parte
passada inteiramente no compartimento do fundo, um mar apertado de
sujeira onde os passageiros planejam sua revolta, passamos por
aquários, clubes noturnos e grupos de senhoras tricotando enquanto
nossos protagonistas avançam em direção ao seu objetivo final.
Alguns desses cenários – como um compartimento cheio de ninjas e
outro com uma escola infantil – são cheias de pitadas inteiramente
surreais, como uma pintura de Dalí inserida ali, no literal fim do
mundo.
Por que eu gosto tanto
de obras pós apocalípticas? A questão ainda permanece parcialmente sem resposta. Agora, só digo que aprecio as suas possibilidades –
como, por exemplo, o trem sem paradas de Expresso do amanhã.
Essa animação mostra os desastres que levaram ao universo do filme e o embarque no Snowpiercer (legendada em inglês):
Essa animação mostra os desastres que levaram ao universo do filme e o embarque no Snowpiercer (legendada em inglês):
Eu também não sei por que, mas adoro obras pós apocalípticas também, mas geralmente quando não envolvem zumbis ;x rsrs
ResponderExcluirGostei do enredo do filme, não conhecia, mas se tiver um tempo, procurarei assistir.
Beijos
Também não sou fã de zumbis hihi Tô assistindo uma série que tem eles agora e viro a cara toda hora que eles começam a comer o cérebro de um...
ExcluirIsabel!!! eu achei incrível esse filme só por ler sua postagem. eu me interesso também por pós apocalíticos, e esse ai, caracas, parece ser realmente demais!
ResponderExcluirgabryel fellipe - quimeras mirabolantes
É incrível mesmo! Se puder, assista!
ExcluirOlá Isabel, fiquei ainda mais afim de assistir esse filme, ele tem tudo para me conquistar *-*
ResponderExcluirBeijos, Paradoxo Perfeito
Sim, espero que vc goste!
ExcluirCaramba, deu vontade de ver!
ResponderExcluirVeja mesmo, é muuito bom! Dá tanto para "se entreter" quanto pra tirar umas reflexões legais...
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