A invasão da
privacidade alheia é um tema muito difícil de ser discutido em
tempos de internet. Ninguém gosta de ter sua vida fuçada por outra
pessoa, mas ao mesmo tempo, expomos tudo que há de possível nas
nossas redes sociais. O termo stalker, então se popularizou não
como um louco perseguidor que segue cada passo de seu objeto de
atenção, mas sim como um homem ou mulher normal que destrincha os
perfis online de determinada pessoa e até mesmo – Deus nos salve
disso – joga o nome dela no Google (técnica conhecida pelos
resultados infames que traz).
Em Stalker, como
há de se esperar, falamos do primeiro caso.
Me fascina o jeito como
as investigações criminais parecem caminhar na terra do tio Sam.
Não falo pela organização nem nada do tipo, mas se há sequer uma
gota de verdade (e minhas pesquisas me mostram que está mais para
três ou quatro) em CSI ou Criminal Minds, os EUA
parecem ser o lar de um número assombroso de psicopatas, sociopatas
e portadores de doenças mentais em geral. Não que não tenhamos
nossos maníacos do parque ou Champinhas, mas a escala não me parece
proporcional, principalmente se levamos em conta não só os serial
killers e assassinos violentos, mas também os massacres em escolas e
universidades.
No universo de Stalker,
o número de perseguidores em Los Angeles (aumentado graças a
concentração de celebridades na área) levou a polícia a criar um
departamento especializado no assunto, o TAU. Beth Davis, ex-vítima
de um stalker, é chefe do grupo, que conta com um novo detetive,
Jack.
Torci um pouquinho meu
nariz frente à aparição de Jack – já não temos homens com
passados obscuros e gostos duvidosos demais como protagonistas? Eu
estava errada, porém: ele divide muito bem a cena com Beth, e, em
episódios posteriores, com os outros dois detetives do departamento,
Janice e Ben. Recém chegado de Nova York, Jack esconde alguns
segredos – por que, por exemplo, ele deixou seu posto como bem
sucedido investigador de homicídios na Big Apple para ir trabalhar
lá?
Enquanto mostra as
histórias pessoais de Beth e Jack, Stalker também segue a
estrutura clássica de uma série do gênero: cada episódio, um
caso. Entro constantemente em discussões em grupos feministas sobre
a necessidade da representação da realidade feminina na ficção –
algumas meninas, por exemplo,acham a excessiva violência contra a
mulher em Game of Thrones desnecessária, do que discordo
inteiramente. A função da ficção é, de forma secundária,
espelhar a realidade, mas principalmente criar empatia. É por isso
que só a literatura e o cinema poderão salvar o mundo – por que
criam empatia, essa coisinha poderosa e tão necessária para o
convívio humano e para a paz.
Stalker,
portanto, foi chamada de misógina por retratar, na maioria de seus
episódios, crimes contra mulheres – mas por que a série deveria
se retrair disso se, na vida real, a maior parte das vítimas de
stalkers são mulheres? Mais do que isso, eu diria: Stalker
se apresenta, em muitos momentos, feminista, mostrando um
companherismo e força entre as mulheres que passam pela série que é
mais necessário na televisão.
A série, porém,
apresenta alguns pontos fracos. Comecemos pelo óbvio: se você é do
tipo medroso, que olha por cima do ombro de cinco em cinco segundos
enquanto andando à noite, não assista Stalker. A trama é muito bem
construída e verossímil, não sendo ideal para essas pessoas.
Falando agora da
qualidade da série em si, faltou um pouquinho mais de cuidado dos
produtores na construção da história de Jack. Muitas vezes clichê,
ele poderia ter sido melhor aproveitado e desenvolvido. A atuação
de seu interprete, Dylan McDermott, não ajuda muito: embora boa em
alguns episódios, ela é cheia de falhas para cenas mais emocionais,
o que também ocorre em interações com os colegas, Janice e Ben.
Até o momento em que
escrevo esta resenha, Stalker não teve sua segunda temporada
confirmada. Meus dedos estão cruzados: junto com CSI e Law and
Order, esta pode se tornar uma longa e aclamada série policial.
Haha postei sobre essa série ontem mesmo! Eu aaamo essa série, e aliás hoje saiu episódio novo :v os atores interpretam maravilhosamente bem, principalmente a Maggie Q, adorei ela!
ResponderExcluirAchei que o ator do Jack falhou um pouco naquela parte em que ele conversa com o filho, sabe, no sofá, jogando videogame? Mas sei lá... As vezes as pessoas mesmo não demonstram totalmente os sentimentos, então..
xx Carol
http://caverna-literaria.blogspot.com.br
Tem post novo sobre séries no blog, vem ver!
Nossa, eu achei aquela parte super mal feita! Acho que dificilmente alguém que tá conversando com o filho depois de anos teria uma reação assim...
ExcluirOi, Isabel! Tudo bem? Ainda não conhecia "Stalker", mas curti bastante a premissa da série e fiquei com vontade de vê-la! Obrigado pela dica! :)
ResponderExcluirPS:Qual o nome dessa atriz que aparece em duas fotos ao lado do personagem que parece ser o principal da série? Acho que conheço ela, mas não estou conseguindo lembrar o nome dela! rs
Abraço
http://tonylucasblog.blogspot.com.br/
É a Maggie Q :)
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