31 julho 2013

Quarta-feira aleatória: Camp NaNoWriMo, julho de 2013



Cerca de três vezes por ano algumas dezenas de pessoas com pouco tempo livre e bastante disposição se junta online para participar dos programas do Office of Letters and Lights, conhecido por incentivar novos e velhos autores a fazer o seu ofício: escrever.

Para alguém que não escreve é estranho que muitos de nós precisem de incentivo, mas escrever um romance se prova uma tarefa ingrata. No começo é divertido como uma viagem de férias, mas assim como nossos pés criam bolhas e a cama do hotel nunca é igual a de casa, os personagens se rebelam, o enredo se prova idiota e qualquer relida atraí magneticamente nossos dedos a tecla Delete. Para mim, a coisa é mais ou menos como disse Dorothy Parker: eu odeio escrever, mas amo ter escrito.

28 julho 2013

Domingo preguiçoso: Feminist Frequency

Feminist Frequency Logo

O Feminist Frequency é um programa online criado por Anita Sarkieesan que explora de forma linda as representações da mulher na cultura pop. Como escritora, leitora assídua e ser humano, confesso que muitas das representações expostas por Anita me escapavam nas minhas leituras, filmes e seriados, mas tudo que ela fala é tão embasado que nunca consigo desligar o meu alerta contra Manic Pixie Dream Girls ou fazer mentalmente o teste de Bechdel.
Anita Sarkeesian at Rusty Quarters
Se você gosta de qualquer coisa de ficção – sejam games, livros, séries ou filmes – sugiro que assista os três vídeos abaixo, os meus preferidos (e, na minha opinião, essenciais) da série de Anita. Não dá para ver a ficção da mesma maneira depois disso.

[Clique em CC embaixo do vídeo para selecionar as legendas em português.]

27 julho 2013

Sábado + livro = < 3: Sob o céu do nunca



Dentre as coisas que mais me irritam na internet estão os conceitos de “poser” e “modinha”. O primeiro é assunto para páginas e páginas de Word, mas vamos tratar um pouquinho do segundo, já que ele se relaciona profundamente com o livro que vou resenhar hoje.

É sempre assim: basta um determinado assunto fazer sucesso que já se seguem toneladas e toneladas de obras com assuntos semelhantes. A maior parte das pessoas relaciona isso ao oportunismo dos autores, mas eu não vou tão longe: é uma mera questão editorial.

26 julho 2013

Maratona literária: o que é, o que eu vou ler.

Post fora de hora para anunciar a minha participação na Maratona Literária. Clique aqui para mais informações sobre como participar e assista o vídeo para saber o que eu ando planejando!

25 julho 2013

Filminho de quinta: A ilha + sorteio do livro Bruxos e Bruxas!



O isolamento é uma arma preciosa para governos ou organizações ditatoriais ao controlar os seus subjugados – não é por nada que a internet foi temporariamente cortada no Egito durante a sua primeira revolução, por exemplo.

Por isso é instantaneamente curioso para o espectador de A ilha que os personagens em um cenário aparentemente distópico queiram ir para o local que é o maior símbolo de isolamento – uma ilha. Lincoln Six Echo e Jordan Two Delta vivem em um lugar no subsolo que dizem ser um dos últimos refúgios da humanidade depois de uma terrível contaminação. Suas tarefas e aspirações são reduzidas ao mais simples possível: se manter saudável e esperar ansiosamente para ir para a tal Ilha, um local paradisíaco onde alguns sortudos sorteados vão para repopular a terra.

24 julho 2013

Quarta-feira aleatória: sete personagens que eu gostaria de conhecer



Já escrevi uma coisa ou outra sobre personagens aqui, como os mais frustrantes ou aqueles com quem eu trocaria de lugar por um tempinho. Mas nada em relação a parar um pouco tomar um chá, bater um papinho ou até mesmo questionar os erros que eles cometeram em seus respectivos erros. Como toda lista, esta é bastante difícil, afinal toda boa obra tem uma ou outra figura fascinante, em diferentes níveis e intensidades.
Sem mais delongas, a muito incompleta relação dos personagens que eu gostaria de conhecer.

23 julho 2013

Vídeo de terça: tag louca por filmes



Vídeo de terça um pouquinho diferente do comum, mas espero que vocês gostem! Falo um pouco sobre meus filmes e gêneros favoritos, e os que tem resenha no blog estão no box de Sobre do proprio YouTube. 

21 julho 2013

Domingo preguiçoso: quando o mundo acabar

Para variar um pouquinho, estou em progresso na escrita de um livro distópico, que apesar de não ser pós-apocaliptico, tem como cenário uma cidade “urbanizada” e excludente ao extremo.
Qual não é minha felicidade ao ver no maravilhoso blogConversaCult esse set de imagens estranhamente fascinantes com o tema distópico/futurista/pós apocaliptico que deixo aqui para vocês, fãs e não fãs do gênero, nesse Domingo Preguiçoso.

20 julho 2013

Sábado + livro = < 3: As bruxas de Oxford



Graças a nossa eterna e coletiva síndrome do floco de neve especial, todo mundo gosta de passar uma fase da vida gostando de algo único e realmente peculiar (mas só nas suas cabecinhas), abraçando bandas indie antigas ou aprendendo maia.

Eu também tive uma fase especialmente intensa disso, claro, mas meu interesse não era musical nem de estilo – eram bruxas.

18 julho 2013

Filminho de quinta: Looper

Por meio desta, eu confesso: eu geralmente rio muito de filmes e séries de ficção científicas famosos.

Eu sei – e como sei! – que não são os efeitos especiais que fazem uma boa obra para as telinhas, mas alguns trechos de Duna, da série original de Jornadas nas Estrelas e até mesmo dos filmes mais antigos de Guerra nas Estrelas (por favor, não quero bombas na minha caixa de correio! Livros sim, bombas não!) arrancaram alguns risinhos de escárnio da minha parte.

Holywood me adestrou bem nesse quesito, pessoal. Ou você poderia dizer que “elevou os meus padrões”, se for gentil.

17 julho 2013

Quarta-feira aleatória: cinco melhores músicas de Os miseráveis



O filme Os miseráveis começou lentinho, com uma péssima maneira de mostrar o passado do ex-condenado Jean Valjean – mas depois de sua transformação em industrial, precisei pegar uma toalha para secar minhas lágrimas. Uma dica? Não assista em público. É simplesmente triste e emocionante demais.


OBS.: O post não contém spoilers significativos para o enredo.
OBS2.: Sem ordem particular de preferência.

14 julho 2013

Domingo preguiçoso: A pequena vendedora de fósforos



Talvez a maturidade me faça entender porque as crianças são, de forma geral, subestimadas pelos adultos, como se fossem seres incompletos, como se a chegada da idade parasse completamente o desenvolvimento e aprendizado que se tem mais intensamente nessa idade.



Meu amor pelas coisas feitas por esse público que não as subestimam já é muito declarado, e eis que topo com esse curta do lindíssimo conto de Hans Christian Andersen, A pequena vendedora de fósforos. Como eu nunca havia visto nada que adaptasse esta história em especial, aqui está a dica do Domingo Preguiçoso.


11 julho 2013

Filminho de quinta: dos monstrinhos que a Pixar criou


Acabei de chegar do cinema onde assisti com minha irmã Universidade de Monstros, a prequel para o muito famoso Monstros S/A. Adoro assistir animações no cinema por um motivo: o clima em geral é tão feliz (e/ou emocionante) que não consigo me incomodar muito com os freqüentadores extremamente mal-educados, que acham que conversar, atender ao telefone (“to no cinema, cara!!”) ou narrar a história (“aposto que agora ele vai abrir a porta! Abriu! Não disse?”, “Olha o zumbi ali! Não, faz silêncio, idiota!”) sejam boas idéias.
Mas seja em casa ou seja no multiplex local, uma coisa é mais do que certa: as animações que assisti recentemente (sobretudo as da Pixar) tem me deixado com uma sensação incrível de vazio.

10 julho 2013

Quarta-feira aleatória: The Paradise (série)



Por algum tempo, séries de época para mim se resumiam naquelas que mostravam a ociosa (mas não entediante) vida das elites da época vitoriana.

Ainda bem que o novelão Downton Abbey desmistificou isso na minha cabecinha, abrindo meus horizontes para produções que retratam épocas mais recentes e a classe operária – mas que não perdem a magia e sotaque bonito. 
Confesso que as adaptações de Jane Austen (com sua leve e quase imperceptível ironia) ainda ocupam o lugar número um no coração, mas o charme também é presente naquelas que retratam não as relações sociais da elite inglesa, e sim as mudanças – protagonizadas por gente de todo tipo e origem.



As lojas de departamento fizeram parte da consolidação da cultura de consumo em praticamente todo o lugar, alterando a tradição e minando muitos pequenos comerciantes e seus exclusivos (mas de qualidade) produtos. Eu já havia começado a assistir Mr.Selfridge’s, que conta a história da abertura da primeira loja de departamentos em Londres (que existe até hoje) mas o andamento da série e seus personagens não me agradaram muito para passar do terceiro episódio. Aí achei The Paradise que, apesar de alguns defeitos, superou minhas expectativas.

09 julho 2013

07 julho 2013

Domingo preguiçoso: capas x gênero


Não dá para dizer tanto com 140 caracteres: "Eu desejo ter uma moeda para cada email que recebo que diz "Por favor coloque uma capa não-menininha no seu livro e então eu poderei lê-lo. - assinado, Um Rapaz.""
Um tweet da autora Amanda Hocking me chamou a atenção alguns meses atrás: ele falava sobre gênero.

Eu não devia, mas me surpreendo quando autores de livros Young Adult (principalmente se forem dos livros considerados mais “menininha” falam desse tema. Isso porque o machismo e os esteriótipos na maior parte do tempo dominam o meu gênero favorito, seja ele contemporâneo, distópico ou sobrenatural. Enfim, Amanda Hocking havia postado em seu blog sobre um maravilhoso e muito repercutido texto de outra autora, Maureen Johnson, chamado The Gender Coverup. Já imaginei milhares de maneiras com as quais eu introduziria esse texto aqui no blog, mas nesse Domingo Preguiçoso, não posso deixar de mostrar o resultado de  um desafio proposto por Maureen.

On the road - Pé na Estrada, de Jack Kerouac (fonte).
Como seriam as capas de seus livros favoritos caso eles fossem escritos por alguém do sexo oposto? Que pergunta imbecil, Isabel, você pode falar. Livros não tem gênero


Não. Por mais que muitos capistas façam trabalhos fantásticos, infelizmente, a percepção de masculino e feminino afeta bastante o seu trabalho - seja por inclinação propria, seja por pedidos dos autores e dos editores. Mas dê uma olhada nas imagens abaixo: tenho certeza de que você vai mudar de ideia. 

06 julho 2013

Sábado + livro = < 3: O conto da aia




Eu não tinha saudades quando eu era pequena e minhas felicidades cotidianas e familiares, porque sei que poderia voltar àquilo quando bem quisesse. O meu universo se ampliou, com o pequeno ônus de saber que em alguns dos rios pelos quais passeis nunca poderei voltar – ao menos não da mesma maneira.

No meu caso, isso é, quase sempre, algo suportável e as vezes até bom. Mas quando só se possui o passado e nada mais? Quando a saudade é tão grande que se transforma em uma denúncia óbvia da falta de futuro a se ansiar e da impossibilidade de prazer (por menor que ele seja) no cotidiano? Não estou falando de algum relato da aproximação da morte, e sim de Offred, uma aia na República de Gilead.