30 janeiro 2015

Por que eu quero ler mais livros que se passem no Brasil


Eu ainda me lembro da primeira história que escrevi no computador.

Àquela época, meus pequenos trabalhos à mão eram vários: folhas de ofício retiradas furtivamente da impressora, dobradas ao meio e grampeadas, preenchidas com histórias escritas à giz de cera e desenhos. Um dia, por uma razão qualquer, resolvi escrever no computador – um Windows 98 na cor gelo – e assim nasceu a minha primeira história.


Sei lá quantos anos eu tinha – não mais do que nove, provavelmente, portanto a qualidade da produção era compatível com a idade da escritora. Escrevi aquela história por alguns meses antes de me refugiar nas fanfics de Harry Potter, mas até hoje guardo uma de suas versões impressas, junto com outros pequenos trabalhos que fazem parte da minha história com a coisa que mais amo fazer no mundo. Mudei bastante de gênero: até hoje escrevo para um público jovem, mas que fui do romance ao sobrenatural. Até os meus catorze anos, porém, todas essas histórias tem uma coisa em comum: elas não se passam no Brasil.

29 janeiro 2015

28 janeiro 2015

A comissão chapeleira (livro)


Comecei a minha trajetória no mundo da escrita escrevendo fanfics: o amor por Harry Potter era tamanho que os livros (na época, acho que quatro) publicados não eram suficientes. Eu queria passar mais tempo com os bruxinhos, ser amiga de Hermione, expandir seus mundos, viver em Hogwarts – e criar minhas próprias histórias baseadas nesses universos era uma maneira de fazer isso. JK Rowling, você me enfeitiçou, e eu não conseguia tirar seus livros da cabeça.

Me aposentei no ramo da escrita de fanfics, mas desde então, alguns livros me deram a mesma sensação de Harry Potter: eu queria estar presa em seu universo. A arma escarlate, primeiro livro da série de mesmo nome, já me introduziu a um universo fantástico no qual eu gostaria de viver – A comissão chapeleira, sua continuação, consolidou ainda mais isso.

[A partir daqui, a resenha contém spoilers de A arma escarlate. Se você não leu, confira essa resenha: a série é fabulosa, e merece ser conhecida por todo mundo por razões de sou fangirl ser muito boa.]

26 janeiro 2015

Temporário 12


Grace tem o que deve ser um dos empregos mais complicados do mundo – ela supervisiona crianças em situações de risco em uma espécie de orfanato. Ao invés de pais mortos, porém, a maior parte deles foi abusado ou surrado em casa.


Digo mais complicados por uma razão bem simples: a maior parte dessas crianças não tem razão alguma para confiar em adultos, que ao invés de ajudá-los e protege-los, fizeram justamente o contrário em suas curtas vidas. Grace, felizmente, consegue fazer um trabalho muito bom, juntamente com seus colegas Mason (também namorado de longa data), Jessica e o novato Nate.

25 janeiro 2015

15 coisas para 2015




Ou uma rara e provavelmente chata e mal feita postagem pessoal.

23 janeiro 2015

Red band society (série)


Eu resisto em dizer que o bestseller e adaptação de bilheteria milionária A culpa é das estrelas é sobre adolescentes doentes. Ao descrever a obra para algum parente ou amigo talvez venha como algo natural mencionar que Hazel e Gus tem câncer – mas ao contrário do que nosso amigo Nicholas Sparks pode dizer sobre seus livros, é muito mais do que isso.

Red Band Society também. A adaptação americana da série espanhola Polseres Vermelles (que comecei a assistir mas não gostei muito: talvez o catalão não seja para os meus ouvidos) se passa entre as paredes de um hospital, contando a história de um grupo de adolescentes internados na ala pediátrica.

21 janeiro 2015

Belleville (livro)


Qual o seu preconceito literário?

Não negue, eu sei que você tem. Todo mundo tem – nacionais, fantasia, horror, chick-lit... A lista é interminável e geralmente, bestsellers e literatura de entretenimento de forma geral são os alvos preferidos. Eu particularmente não gosto muito de livros de romance. O meu preconceito é fundamentado num princípio muito simples: a literatura costuma superestimar os relacionamentos românticos, colocando-os como os mais importantes na vida do protagonista – quando, na verdade, existem outros tipos de relacionamentos que também são essenciais. Família é muito bom, e quem vive sem amigos?

Um romance, porém, me foi designado pela minha infame TBR Jar, potinho de livros para ler que decide meu futuro leitor através da sorte. Este romance foi Belleville, que me surpreendeu – e me fez perder um pouco do preconceito com o gênero.

19 janeiro 2015

A teoria de tudo (filme)


Cada vez eu me convenço que um dos maiores problemas que temos como humanidade é achar que pessoas são menos do que pessoas. Achar que o próximo não é real e tem uma vida interior tão interessante, conturbada e fascinante como a sua.

Me esforço diariamente para me lembrar disso – afinal, não se desfazem anos de condicionamento cultural em tão pouco tempo – mas a ficha ainda não caiu completamente. Eu ainda sou uma idiota, senhoras e senhores, e um dos aspectos no qual a minha idiotice se manifestava era achar que pessoas com deficiência eram, necessariamente, inspiracionais.



Pois é.

16 janeiro 2015

Stalker (série)


A invasão da privacidade alheia é um tema muito difícil de ser discutido em tempos de internet. Ninguém gosta de ter sua vida fuçada por outra pessoa, mas ao mesmo tempo, expomos tudo que há de possível nas nossas redes sociais. O termo stalker, então se popularizou não como um louco perseguidor que segue cada passo de seu objeto de atenção, mas sim como um homem ou mulher normal que destrincha os perfis online de determinada pessoa e até mesmo – Deus nos salve disso – joga o nome dela no Google (técnica conhecida pelos resultados infames que traz).

Em Stalker, como há de se esperar, falamos do primeiro caso.

15 janeiro 2015

14 janeiro 2015

Trocada (livro)

Assim como os nacionais Eduardo Spohr e Raphael Draccon, a minha atenção inicial por Amanda Hocking não se deveu ao conteúdo de seus livros – e sim a sua trajetória no mundo literário.

A jovem de seus vinte e poucos anos foi manchete em sites de notícias no mundo inteiro por ter sido uma das primeiras “milionárias do Kindle”, depois de vender milhares de seus eBooks publicados de forma independente pela Amazon. A ex-lavadora de pratos era uma escritora frenética, virando noites (seu único tempo livre graças ao trabalho) acompanhadas de Redbull a fim de escrever. Ouviu, como qualquer autor, incontáveis nãos de editoras, mas não deixou de criar histórias por causa disso: quando começou a publicar independentemente, já possuía cerca de uma dezena de manuscritos na manga.

12 janeiro 2015

Por que Garota Exemplar é importante


Precisamos de mais filmes como Garota Exemplar, precisamos de mais livros como Garota Exemplar – e não falo só do maravilhoso entretenimento de qualidade por ele proporcionado. Por mais que o filme divida blogueiras feministas entre o seu conteúdo (algumas o aplaudem, outras o detestam) como mulher e fã de qualquer forma de ficção, não posso negar que ele é uma joia rara.

Anita Sarkesiaan provou, nesse vídeo de 2012, que o cinema mainstream tem um serissimo problema com mulheres: dos indicados aos Oscars, pouquissimos passaram o teste de Bechdel, critérios utilizados para medir a representatividade feminina mínima em um filme. Não nos diz se um filme é misógino, legal ou se tem personagens mulheres interessantes: só nos diz se as mulheres existem na obra em questão, e se falam de alguma coisa que não o mui importante protagonista.

Garota Exemplar quebra isso em milhares de maneiras diferentes, mas vou apontar só duas. Aprenda, Holywood, por favorzinho.

[A partir daqui, o texto contém spoilers.]

11 janeiro 2015

Domingo preguiçoso: The March family letters


Já falei um pouco sobre The Lizzie Bennet Diaries (a adaptação de Orgulho e Preconceito que tomou o Tumblr como refém) aqui no blog, mas desde então as webséries que adaptam clássicos da literatura me decepcionaram um pouco. Talvez o legado de Lizzie e Lydia seja um pouco difícil de se elevar a, mas o fato é que nenhuma websérie até o momento chamou a minha atenção o suficiente para que eu a acompanhasse.



Espero que talvez The March Family Letters mude um pouco isso. Baseado no livro Mulherzinhas, de Louise Mary Alcott, ele conta a história de crescimento das irmãs March – Meg, Jo, Beth e Amy.


Não posso falar muito em termos do livro, que nunca li, mas as personagens da websérie são hilárias, e com personalidades bastante diferentes. A série adapta Mulherzinhas (que originalmente se passa no século XIX) para os tempos modernos, nos quais as quatro irmãs fazem vídeos para enviar a sua mãe, Marmee. Utilizando-se de recursos interessantes, ela provavelmente não é um novo The Lizzie Bennet Diaries, mas me faz esperar por cada novo episódio no meu feed no YouTube.


09 janeiro 2015

Shameless (US)


De longe, Shameless foi a minha melhor descoberta “televisiva” dos últimos tempos. Duas semanas depois de ler um post sobre o seriado e incontáveis episódios passados, eu estava completamente apaixonada pelas desventuras da família Gallagher.

07 janeiro 2015

O doador de memórias (livro)


Em teoria, conhecer o passado nos ajuda a tomar decisões mais acertadas para o presente. Guerras poderiam ter sido evitadas se os governantes olhassem para a história, e em nossas vidas passos mais acertados poderiam ter sido dados se usassemos o ontem como referência. Não vem funcionado muito bem, mas bom, é o que temos.

A sociedade de O doador de memórias, porém, escolheu esquecer. Mas não escolheu esquecer só os fatos históricos de guerras e destruição, mas os personagens desconhecem também qualquer coisa fora dos limites bem planejados e regras milimetricamente executadas de suas comunidades. Adotou-se a chamada Mesmice, e junto com a fome, a guerra e a violência, exterminou-se também os sentimentos profundos, o amor, as cores e a diferença. Esta última ainda existe, é claro, mas de forma tão sutil e controlada que não traz o problema e a beleza que o divergente geralmente carrega consigo.

06 janeiro 2015

05 janeiro 2015

Expresso do amanhã (filme)


Eu sempre me pergunto por que me entretenho tanto com obras pós-apocalípticas.

Quando falamos de distopias puras e simples, a resposta é óbvia: as mesmas são alegorias poderosas para críticas de problemas atuais. Mas quando falamos de um filme ou livro no qual toda a humanidade é destruída, por que isso é tão atraente?

Segundo o filme Jogos do apocalipse, um evento de destruição mundial varre, para os sobreviventes, todo o universo e cultura no qual seus planos se basearam. O diploma, o emprego e o acesso ao wi-fi não possuem mais nenhuma importância, visto que o sistema no qual sua essencialidade foi determinada não mais existe. Como esse crítico muito bem apontou, a morte de um só ser humano é um desastre, de toda a humanidade é entretenimento. Afinal, como não se atrair com um universo cheio de possibilidades?

04 janeiro 2015

Domingo preguiçoso: robôs poloneses em 1920


Sou bastante fã desse estilo que mistura coisas que nunca, de outra maneira, veríamos juntas: aguça a criatividade melhor do que os clichês.


Tipo esses robôs na área rural da Polônia em 1920.

02 janeiro 2015

Star-crossed (série)


O canal americano The CW vem aparecido com boas séries de ficção científica nos últimos tempos, mas é uma pena que muitas delas compartilhem dos mesmos problemas. No caso de The Tomorrow People, a qualidade da história não compensava muito tais defeitos, mas com The 100 e a infelizmente já cancelada Star-Crossed, vale a pena conferir.

Nunca me considerei uma grande fã de história de alienígenas – na verdade, todo meu amor por histórias de ficção científica repousam na distopia, e até mesmo clássicos do gênero como Blade Runner demoraram um pouco a me convencer. Depois de terminar uma maratona de V durante as férias, porém, resolvi abrir um pouco mais a cabeça para o gênero – afinal, não muito diferente de muitas das coisas que escrevo – e Star-Crossed me rendeu umas boas horas de diversão.