Às
vezes parece que todo mundo tem depressão hoje em dia.
Não
me entenda mal: não estou diminuindo a importância do chamado “mal do século
XXI”, nem subestimando a gravidade da doença para os que realmente a possuem. O
problema é que aparentemente há diagnóstico em excesso, onde qualquer tristeza
um pouquinho mais duradoura ou problema mais complicada deve ser tratado com
uma ajudinha química. Sim, a ciência supostamente deve tornar as nossas vidas
melhores, mas obstáculos são algo constante na vida e devem ser enfrentados em
estado natural. Se você não tem transtorno de déficit de atenção, não deve
tomar Ritalina só porque quer um empurrãozinho para passar no vestibular.
Esse
excesso de diagnóstico fica logo claro nos primeiros minutos do filme americano
Terapia de risco: quase todos ao
redor da protagonista Emily parecem ter tomado alguma medicação para depressão
nos últimos tempos. De marcas que exibem suas propagandas em todo lugar,
tratando a doença como um fenômeno geral e dando a entender que as pílulas anti
depressivas são tão simples como aspirinas ou sabonetes contra acne.