31 dezembro 2014

Misto quente (livro)


Tenho um certo preconceito com Bukowski – o famoso autor alcoolotra não media palavras ao dizer o quão mais importante inspiração era do que aspiração, ao contrário de quase todos os seus companheiros romancistas.

Mas ah, Bukoswki! Se até mesmo os grandes se escondem debaixo da cama, com medo de seus primeiros rascunhos, como seu conselho pode ser válido? Se Guimarães Rosa era um obcecado com revisões – que você afirmava não fazer, depois de uma sessão de escrita bêbada – como acreditar em seus conselhos? Neil Gaiman disse que se você esperar a inspiração, poderá até ser um poeta decente, mas nunca será um romancista. Acreditei nessa premissa e admirei os poemas de Bukowski, evitando os seus romances, mas a curiosidade me venceu e fui ler Misto Quente.

30 dezembro 2014

29 dezembro 2014

Moonrise kingdom (filme)


Sam parte para o acampamento de verão dos escoteiros com um plano bastante especial: fugir com sua namorada por correspondência, Suzy. Morando em uma ilha minúscula de 26 km de comprimento, os dois se conheceram pouco tempo antes, em uma apresentação de Suzy na igreja, e desde então vem mantendo um contato cheio de promessas e carinho.


Aos doze anos, espera-se que ou Suzy ou Sam consiga medir as consquências de fugir de casa, mas nenhum dos dois tem realmente gosta do que deveria chamar de “lar”. A menina é extremamente agressiva, perdendo o controle de si mesma com os menores acontecimentos, e recentemente descobriu que é um dos maiores problemas da vida de seus pais. Já Sam também tem problemas de auto controle, piorados pelo fato de, como um orfão, viver em uma família adotiva no esquema americano (onde as mesmas recebem dinheiro para cuidar temporariamente das crianças), a última de um número tão alto que ele já perdeu as contas.

28 dezembro 2014

Domingo preguiçoso: projeto de escultura


Não sou grande usuária do Tumblr, mas sempre que entro acho uma ou duas coisas que chamam bastante a minha atenção e me fazem repensar minha opinião sobre essa rede social que é, mais do que qualquer outra, um poço de desculpas para a procrastinação.

A coisa legal que achei para esse Domingo Preguiçoso é simples – um projeto de arte. Usuária de anti-depressivos e outros remédios afins, a autora dessa “escultura” a montou com quase mil potinhos de remédios e ao invés de rótulos como Prozac ou Percocet, eles têm, na verdade, os motivos pelos quais ela tem de tomá-los, todas as coisas (intencionais ou não) que as pessoas lhe disseram que causaram seus problemas psicológicos. O ditado de língua inglesa que diz que “paus e pedras podem quebrar meus ossos, mas palavras nunca me machucarão” não poderia estar mais errado.

26 dezembro 2014

Dark Places (livro)


Segundo Osvald de Andrade, dá pra ter poesia até na dor e no elevador – mas a ficção as vezes parece ter se esquecido disso.

Seguindo a tendência adotada por filmes hollywoodianos, é hábito de muitos escritores só mostrar o lado belo da coisa, mesmo quando retratando coisas que na vida real nunca são boas. A morte de ente queridos, a pobreza extrema e até mesmo algumas doenças entram nesse jogo artificial de maquiagem – anorexia e cleptomania são hoje escolhas comuns de vamos-dar-um-problema-para-este-personagem pelo glamour embutido na magreza e no material.

Esse mundo embelezado e cheio de glitter nem sempre me desagrada – doenças deixadas de fora, por que não ter uma visão mais suavizada das coisas as vezes, quando o dia a dia já é difícil demais? Sair disso, porém, é sempre bom – fiquei feliz, portanto, ao ler Dark Places. Dois adjetivos que cabem para este livro? “Cru” e “sujo”, eu diria.

25 dezembro 2014

24 dezembro 2014

Especial de natal de Black Mirror: White christmas


Especiais de natal de seriados não me atraem muito. É muito difícil gostar de uma coisa tão distante de mim – sem rabanada, com neve e maratonas de compras. É diferente dos filmes, porém – esses tem um gosto irremediável de infância.

Mas mesmo que especiais de natal não sejam minha praia, Black Mirror é. A série britânica – que só peca pela mínima quantidade de episódios por temporada, cada um contando uma história diferente – é provavelmente a minha preferida, e quase sai correndo pela sala ao descobrir o lançamento de White Christmas, o especial de natal que precede a tão aguardada terceira temporada.

23 dezembro 2014

22 dezembro 2014

Uma noite de crime: anarquia (filme)



Uma noite de crime não surpreendeu muito: apesar da excelente atuação de Lina Hadley (a Cersei de Game of Thrones) o filme não passou muito do clichê de cenas de ação sagrentas, sem mostrar as reflexões que a sua versão distópica dos Estados Unidos oferece. A sua sequência, Uma noite de crime: anarquia, porém, conseguiu preencher bem algumas destas colunas.


Não temam por spoilers – embora parte de uma mesma franquia, os dois filmes só têm em comum o mundo em que se passam. Os chamados “novos pais fundadores” deram aos americanos um direito curioso e assustador: o de cometer qualquer crime, assasinato incluso, em um período anual de doze horas, celebrado como um feriado nacional. Os ricos – como a família protagonista do primeiro filme – trancam-se em suas casas com sistemas de segurança moderna, caso não tenham escolhido “Expurgar”. Palavra curiosa, refere-se a “limpeza” que seria feita nas almas de todos os participantes da noite, o Expurgo, justificativa para todo este absurdo: purificados de toda a violência sem o risco de punição, os americanos não teriam razão para cometé-la em outro dia do ano, diminuindo assim as alarmantes taxas de crimes. Expurgar, portanto, não se torna só uma prática aceita, mas também louvada, uma prova de status e força.

21 dezembro 2014

Domingo preguiçoso: Literary Starbucks



Neste Domingo Preguiçoso, eu não poderia deixar de falar de um dos blogs mais virais do Tumblr de 2014: o Literary Starbucks.

A ideia é bastante simples: o que seus autores e personagens favoritos pediriam caso entrassem em um café? A partir dessa premissa, dois amigos estudantes de Inglês resolveram criar pequenos textos, refletindo as personalidades e acontecimentos principais dos autores ou personagens. Não funciona muito bem se você não conhece a obra, mas basta saber um pouco sobre a mesma (várias histórias populares, como Othello e Harry Potter, estão lá) para rir alto desse Tumblr viciante.

Meus favoritos são Emma, de Jane Austen; Murakami, autor de Norwegian Wood; Mr.Darcy personagem de Orgulho e Preconceito; Jack Kerouac, autor de On the Road e Chuck Palahniuk, autor de Clube da Luta e Sobrevivente.


Domingo preguiçoso é uma coluna criada para postar aquelas coisas que, mesmo não rendendo um post de verdade, não merecem passar em branco.

20 dezembro 2014

Essa semana #1: maratona literária de verão



Voltei, galere! No vídeo de hoje, falo sobre o que eu andei lendo e minha lista de leituras futuras para a maratona literária de verão.

01 julho 2014

Hiatus

Oi pessoal, alguém por aí?

Creio que não, mas para os interessados:

como vocês podem ver por aqui, eu passei os últimos dez meses em um intercâmbio na República Tcheca, periodo onde parei de escrever aqui por uma razão bem óbvia: distância da língua mãe. Por mais que eu ame a língua portuguesa, escrever em um idioma que eu não praticava era complicado (e ainda é – por favor, só vejam a qualidade desse pequeno comunicado) o que gerou algumas teinhazinhas de aranha no blog nos últimos meses.
Infelizmente, a minha recente volta ao Brasil não é um sinônimo de
 volta ao blog: o fantasma do vestibular paira sobre mim, me fazendo arrependida de cada conteúdo enrolado, esquecido ou ignorado do ensino médio. Quero fazer o vestibular e o blog da maneira com que merecem ser feitos, e neste momento, não hesito em dizer que os dois sejam provavelmente conflitantes. Me dá raiva ter que abandonar uma das minhas paixões e prazeres por mais alguns meses – logo agora que eu poderia voltar! – mas fazer o quê? Particularmente, não encaro o ensino superior como um sonho ou até mesmo como algo potencialmente prazeroso, mas como uma coisa que deve ser feita e uma experiência que possivelmente pode me auxiliar com alguns objetivos meus. Não tenho nem almejo a garra dos vestibulandos de medicina que tentam por anos a fio, mas me surpreendi com essa minha decisão de não voltar com o blog agora – pelo menos estarei abrindo mão de algo além da minha vida social e sanidade (brincadeirinha, só a vida social mesmo).

O abandono, porém, não será eterno: voltarei para o Distopicamente com toda a força na primeira terça feira de novembro, logo após a realização do ENEM – as postagens serão quase diárias, os vídeos mais frequentes e interessantes e o layout provavelmente novo. Por isso, não deixem de curtir a página do blog no Facebook (e apertar o botãozinho “exibir no feed de noticías”, para receber as atualizações da mesma, cada vez mais reduzidas por esta rede social gananciosa) e de se inscrever no canaldo Distopicamente no YouTube.

Um abraço e até mais!


05 março 2014

Jogador número um e as desvantagens de não ser uma fã girl



Acho que meu maior problema é não ser uma fã girl.

Calma, eu explico: estou muito bem sem ataques cardíacos a cada lançamento de um teaser trailer da minha série preferida. Apesar de esperar bastante por sequencias de séries literárias, consigo dormir – sem grandes ansiedades aqui – e mesmo se a cena for emocionante, não tenho tanta vontade assim de gritar no cinema.

Mas eu sinto falta da obsessão, da obsessão que faz com que você decore cada fala de episódios de um seriado, assistindo-os milhares de vezes. Desde Harry Potter e Desventuras em série, nunca mais destruí um livro por tê-lo relido vezes demais, a lombada quebrada como um Keri Smith e as páginas quase derretendo entre meus dedos.

Não, eu aprecio cada obra que leio ou assisto, cada música que escuto. As que são boas ganharão um local no meu coração, e as extremamente perfeitas serão revisitadas ocasionalmente sempre que eu arrumar um tempinho para elas, ou quiser um porto seguro para me divertir. Mas existem coisas demais no mundo para que eu assista Pulp Fiction (um de meus favoritos) cem vezes; ouça Black Keys todas as manhãs indo para a escola ou releia Cloud Atlas até que eu precise comprar um exemplar novo. Sou uma fã de quantidade, que quer experimentar o máximo desse maravilhoso mundo de ficção, não uma de obsessões.

Vivo em paz comigo mesma nesse estado na maior parte do tempo, ficando feliz pelo meu enorme repertório e não ligando por não saber parágrafos inteiros de A arma escarlate, mas quando me deparo com um fã obsessivo de carteirinha, pontadas de inveja me atingem. Como é possível amar tanto uma coisa assim,meu Deus?

E ah, Wade. Você me deu uma inveja de doer. Inveja de ter que subir o Bonfim de joelhos pra pedir perdão.

31 janeiro 2014

It's kind of a funny story (livro)

Vou falar por experiência própria, mas acho que esse é um problema de toda uma geração – pelo menos daqueles que, claro, tem um padrão de vida de classe média e acesso aos principais meios de comunicação (posso parecer uma babaca de vez em quando ao falar sobre essas coisas “gerais” que na verdade não são acessíveis para boa parte da população, mas como falarei de uma vida e de um mundo que não conheço de perto?).

Temos escolhas demais.

24 janeiro 2014

9 planejamentos de autores famosos



Sou uma grande fã de planejamentos, ou, no inglês, outlines - aquele resuminho básico dos acontecimentos que vários escritores fazem com o objetivo de traçar uma linha dos acontecimentos em suas obras. Achei nesse post aqui alguns planejamentos de livros razoavelmente famosos, indo de Harry Potter e a Ordem da Fênix até algumas outras que nunca ouvi falar. Eis então a bagunça da mente de um escritor em produção:

22 janeiro 2014

Maratona literária 2.0



Pois é, meio que ~voltei~ com os vídeos. Nesse,comento a minha participação na Maratona Literária 2.0, que rolou semana passada. O que acharam?

16 janeiro 2014

Unwind (livro)



Unwind tem uma premissa estranha, mas que ao mesmo tempo gira em torno de algo que divide muita gente. Anos antes da história (uma distopia em um futuro distante, mas não tanto) houve a chamada “heartland war”, ocorrida graças ao conflito entre os “pró vida”* e “pró escolha” - os dois lados na briga sobre a legalização do aborto – que atingiu níveis de tensão máximos.

Aí há um problema que me fez franzir um pouquinho a testa no começo da leitura. Sim, sei que a legalização do aborto é uma questão importante (essencial, levando em conta o número de mulheres mortas em abortos ilegais) mas mesmo em um país como os Estados Unidos (em que religiosos radicais e progressistas brigam feroz e nem sempre honestamente) uma guerra civil completamente dedicada à isto me parece um pouco exagerado.

Mas distopias nem sempre são feitas para serem críveis; então continuemos. Como forma de terminar a guerra – e satisfazer ambos os exércitos pró vida e pró escolha – foi assinada a Bill of Life (algo como Constituição da Vida), que estabelece que a vida humana é intocável do momento de concepção até os treze anos de idade. A partir daí, porém, os pais podem escolher “abortar retroativamente” uma criança, mandando para ser Unwinded, ou seja: todas as partes de seu corpo (exceto por aquelas como o apêndice, que você não usaria de qualquer jeito) serão enviadas para pessoas que necessitam de uma doação, cada vez mais comuns uma vez que a ciência parou de procurar curas após a legalização de Unwinding.

Prática que, aliás, não é só legal: é aceita por toda a sociedade. Problemas número dois e três vem aí: como pró-escolha ferrenha eu mesma, tenho minhas dúvidas de se qualquer um dos lados acharia que Unwind é uma boa solução para a sua briga. Toda a briga pró-escolha não é sobre ter a responsabilidade sob uma criança ou não, e sim sobre os direitos da mulher sobre o próprio corpo. Unwinded seria uma solução pobre, e duvido que os exércitos da Heartland War discordassem de mim.

O problema – ou na verdade a solução – é que Neal Schurman é tão perfeito na caracterização e descrição de seu mundo que, mesmo com esses dois buracos históricos gigantescos, é difícil não acreditar que ele é real. O mundo de Unwind parece ter exigido um nível de planejamento e detalhe tão grande que é impossível não admirar.

Entre toda essa coisa, temos três personagens que vão ser Unwinded por motivos bem distintos. Primeiro há Connor, um garoto bastante rebelde cujos pais não conseguem controlar. Risa cresceu em um orfanato do estado, e aparentemente sua vida – e sua possível brilhante carreira como música – não é valiosa o suficiente para lhe garantir um lugar por lá – Unwind é então colocado como solução. Por último ficamos com o mais estranho, Levi, um garoto de uma família religiosa riquissima que, pela velha regra bíblica dos dez por cento como dízimo, tem que dar um de seus dez filhos ao mundo, filho este que vai feliz e satisfeito por cumprir o seu dever como religioso.
Os caminhos dos três se cruzam em um estranho acidente de carro. A fuga de Unwinds, algo obviamente comum, é tratada seriamente, com policiais eficientes trabalhando contra isto e população atenta a jovenzinhos vagando sozinhos por aí. O nosso estranho grupo, porém, é extremamente inteligente, e sobrevive de uma maneira ou de outra, em uma corrida aparentemente interminável.

Já li Unwind faz um tempinho, e o livro ainda me deixa um pouquinho confusa sobre o que pensar dele. Como já disse, a construção é boa, salvando a premissa de mundo semi-absurda. Os personagens, obviamente, crescem bastante no caminho, em um arco bem traçado e crível.

As resenhas que li discutem se o livro seria contra ou a favor da legalização do aborto, mas não creio que isso seja necessariamente relevante – com a sua solução absurda achada para essa discussão, o autor a colocou em segundo plano, discutindo, na verdade, o valor da vida. Não da vida de um feto, mas da vida dos Unwind que existem, em maneiras diferentes, na nossa realidade; da vida de mães que abandonam os seus filhos nas portas de casas exubertantes por não terem o mínimo de estrutura para cuidar dos mesmos e, obviamente, na individualidade de cada um, construída através dos anos, preciosa demais para ser jogada fora por mais marginal, rebelde ou sem expectativas que seja.


09 janeiro 2014

3 coisas para amar em Revolution - e duas que nem tanto...



Tenho épocas que fico extremamente “enjoada” para obras de ficção: simplesmente nada me agrada. Não consigo levar um mero filme até o final ou passar de um episódio piloto de uma série, não achando nada bom o suficiente para que eu use o meu tempo.

É mais do que uma “ressaca literária”: é uma estúpidafalta de concentração que, infelizmente, me ataca com mais frequência do que o desejado, talvez após periodos extremamente intensos de leitura ou escrita, talvez por simplesmente férias serem necessárias para o meu cérebro. Depois de algum tempo, finalmente aprendi que nada adianta forçar mais e mais coisas – a única solução é pegar leve, e recorrer a obras de gêneros que sei que raramente falham para mim.

Foi por isso que voltei a Revolution.

Pois é – reclamei de ter me decepcionado com o seriado nesse post (após ter aplaudido o piloto neste) mas depois de alguns episódios, me vi completamente viciada, maratonando um após o outro. Como nem tudo são rosas, vai aí os três pontos positivos e os dois negativos de Revolution – sem spoilers. No final? Eu assistiria – não existem muitas séries distópicas com o mínimo de qualidade por aí.

07 janeiro 2014

3 podcasts literários + maratona



Os podcasts para mim foram uma descoberta bastante grata – embora eu goste bastante de ler na minha hora e vinte minutos diária de locomoção para e da escola, às vezes as condições espaciais (ainda não me treinei a ler em pé) impedem que isso seja possível.

Mas não só nessas situações – os podcasts são uma maneira extremamente dinâmica de ouvir discussões entre autores e blogueiros, agregando em cada minuto milhares de informações. Assim como no YouTube, temos no Brasil algumas joías de podcasts, e aqui estão os literários que acompanho, sem ordem de preferência. Peguem os fones de ouvido e usem bem as horas no trânsito:

04 janeiro 2014

Garota Exemplar (livro)



Garota Exemplar foi um aqueles livros que causou um burburinho na blogosfera literária à época de seu lançamento – a mistura de qualidade da obra em si com a sempre ótima divulgação da Intrínseca tornam isso um caminho óbvio.

Demorei um pouquinho, mas finalmente li o livro de que tanto falaram – um suspense policial com pitadas de drama familiar que vale muito a pena.
Começamos com Amy e Nick, um casal americano que poderia estar em uma série moderninha qualquer em Nova Iorque – ambos jornalistas, mantém um estilo de vida bastante high society graças aos pais de Amy, autores de uma série de livros infantis de muito sucesso chamada Amy Exemplar.

Ou poderiam todos os verbos no paragrafo acima estar no passado? Porque quando o livro começa, Amy Exemplar não vende mais tão bem assim, o casal perdeu seus empregos na cidade e agora vivem na pequena terra natal de Nick, onde até um pouco de tempo antes ele cuidava da mãe adoentada. Com um estilo de vida mediocre comparado o que estão acostumados e as comuns rupturas que surgem em um casamento, o relacionamento dos dois está em decadência – até que algo chacoalha e muda a tediosa vida de Nick na cidadezinha: o desaparecimento de Amy.

02 janeiro 2014

Diário da revisão, parte I



Depois de muito bravamente cuspir um texto de sessenta mil palavras em um mês e meio (mais detalhes sobre aqui), a saga de Desconectada, o meu livro, continuou: eu precisava partir para a revisão.

O problema é que nunca revisei e não tinha muita ideia do que fazer – eu sabia que era burro começar por “line editing”, ou seja, o processo de polir a linguagem, em um livro que com certeza seria mais cortado e remendado do que uma celebridade de Holywood. Depois de uma leitura frustrada, fui à web procurar alguma solução, esbarrando com o razoavelmente célebre curso de revisão de Holly Lisle.

Tive que passar sem pringles e biscoitinhos pelo mês para pagar a primeira taxa, mas valeu a pena – o curso tirou um pouquinho do peso de revisar pela primeira vez um de seus manuscritos dos ombros. Não posso reproduzir literalmente nada do curso aqui por motivos de copyright, mas eis o que ando fazendo e aprendendo: