O isolamento é uma arma preciosa para governos ou
organizações ditatoriais ao controlar os seus subjugados – não é por nada que a
internet foi temporariamente cortada no Egito durante a sua primeira revolução,
por exemplo.
Por isso é instantaneamente curioso para o espectador de A ilha que os personagens em um cenário
aparentemente distópico queiram ir para o local que é o maior símbolo de
isolamento – uma ilha. Lincoln Six Echo e Jordan Two Delta vivem em um lugar no
subsolo que dizem ser um dos últimos refúgios da humanidade depois de uma
terrível contaminação. Suas tarefas e aspirações são reduzidas ao mais simples
possível: se manter saudável e esperar ansiosamente para ir para a tal Ilha, um
local paradisíaco onde alguns sortudos sorteados vão para repopular a terra.
Tudo lá é extremamente básico, desde os livros (que poderiam
ser lidos por crianças) até as músicas, a comida é controlada, as formas de
diversão são primárias e pouco complexas. Até mesmo relacionamentos não são
permitidos, com regras contra proximidade física e emocional.
Não soa errado só para a gente, mas também para Lincoln
também, que não demora a começar a questionar o porquê de estarem todos ali,
com aquela vida inútil e medíocre. As peças não se encaixam para ele: se houve
uma contaminação devastadora porque não param de chegar sobreviventes? Porque
não vivem e trabalham todos na Ilha?
O Dr.Merrick, responsável pelo bem-estar de todos, começa a
desconfiar de toda a inteligência de Lincoln tarde demais – quando sua amiga
Jordan é sorteada para ir até a Ilha, ele inicia assim uma fuga, mostrando a
ela e a si mesmo que nada é como lhe contaram.
A Ilha tem uma
premissa bastante interessante e até certo ponto bem desenvolvida mas,
sinceramente, a sorte dos personagens é extremamente inverossímil em muitos
pontos. Completamente alienados de nossa sociedade, Jordan e Lincoln tem de se
virar no instinto quando fogem para o lado de fora, mas sua proficiência em se
livrar de certos problemas é um pouquinho inacreditável.
Acreditei por alguns minutos que A Ilha fosse ser somente mais um filme de ação que se utiliza da
ficção científica, mas felizmente, questionamentos sobre as próprias motivações
da humanidade vão aparecendo aos poucos. Jordan e Lincoln não tem personalidade a
priori, mas o que esperar de uma sociedade padronizada? Conforme os dois vão se
libertando das amarras do lugar onde viviam, características próprias vão
aparecendo, e sinceramente não gostei muito das nuances machistas que o filme
toma em alguns pontos. Coisas pequenas e aparentemente sem grande importância,
mas que servem sim para reforçar os papéis de gênero.
É, faltou lembrar que mesmo que você seja um espécime super
saudável, não pode pular de um arranha céu sem algumas conseqüências...
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O filme me parece muito legal e fiquei curiosa para saber por que você disse que ele tem nuances machistas. É diferente do que eu costumo assistir, mas devo confessar uma coisa: aprendi a gostar mais de distopias depois que encontrei seu blog!
ResponderExcluirAbraço :)
Awn, obrigada :3 Fico muito feliz quando alguém me diz algo do gênero!
ExcluirDeixando os pontos falhos de lado, lembro que gostei bastante desse filme quando vi!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluireu ja assiti é um filme maravilhoso,efeitos perfeito e atores muito competentes.E UM DOS MELHORES FILMES DE FICÇÃO CIENTIFICA Q EU JA VI:ASSISTAM E VEJAM.É um filme imprecionante
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