21 agosto 2013

Quarta-feira aleatória: quatro livros que dariam ótimas séries literárias

Considerando que sou leitora assídua de livros para jovens, esse é um tema que ultrapassa as fronteiras do estranho – em geral, os YAs de hoje em dia pecam por excesso de séries, não por sua falta. Como as séries da escritora americana Cassandra Clare, por exemplo, poderiam ser melhores se condensadas! Qual foi a necessidade de A esperança para o fechamento da maravilhosa trilogia Jogos Vorazes?

Mas não vivo só de romancezinhos adolescentes e sempre existem exceções, então foi com alguma dificuldade que selecionei essas não partes de série que me fizeram desesperadamente querer mais. Alerta para possíveis heresias literárias!

1. Cloud Atlas, de David Mitchell



De longe, de muuito longe esse livro foi o que me fez querer que escritores de gêneros não para jovens também fossem fãs de escrever séries. Um dos meus livros favoritos de todo o século tem um universo extremamente rico e complexo, com destaque para uma das partes futurísticas, Nea So Copros.

Em Nea So Corpros (chamada em A viagem, a versão cinematográfica, de Nova Seoul) os replicantes (simplificando: clones) de Blade Runner são utilizados para tarefas desvalorizadas e/ou perigosas, as corporações mandam em tudo e qualquer semelhança com a realidade atual não é mera coincidência. Através dos olhos de Somni, uma replicante que conseguiu pensar por si própria, vemos tal mundo delineado de forma que não sentimos em momento algum a sensação de “livro didático” que muitas vezes temos em universos paralelos.

Com Zachry, vemos o futuro de Somni, e com os outros três universos mundos conhecidos mais igualmente fantásticos. Enfim, ao contrário de 99% dos livros YA transformadas em séries Cloud Atlas “dá pano pra manga”, e é fantástico o suficiente para merecer mais vinte livros mais.

2. A visita cruel dotempo, de Jennifer Egan



A visita cruel do tempo segue uma infinidade de personagens, com histórias entrelaçadas por relacionamentos e pequenos acasos. A maior parte deles tem boa parte de sua história narrada através de um só acontecimento precioso de suas vidas, e são extremamente diferentes entre si. Reconheço que provavelmente seria bem exaustivo para autora (cujos estilos de escrita mudam a cada personagem) escrever uma série, mas quem disse que autores merecem ser levados em consideração? Se é bom tem que enlouquecer mesmo.

Tá, brincadeirinha.

De qualquer maneira, meu pedido aqui é parcialmente atendido: A visita cruel do tempo virará uma série da HBO, mas não literária (dã, a HBO não publica livros) e sim na televisão. Melhor que nada, não?

3. Sobrevivente, de Chuck Palahniuk



Sou suspeita porque gosto demais dos dois livros que li desse autor fabuloso. Mas Sobrevivente (que conta a história de um ex-membro de uma seita religiosa radical que vira estrela gospel) dá no mínimo um spin-off, com mais detalhes da vida de Tender Branson na comunidade peculiar onde cresceu.

4. O concorrente, de Stephen King




Falo isso aqui com um pouco de risco, pois O concorrente tem uma daquelas premissas que pode ser facilmente desviada e transformada em ação impensada – o filme, pelo que contam, é um exemplo disso. Desde que não transformassem a nossa série fictícia em um loop eterno de concorrentes com pequenas diferenças entre si (que no livro competem em uma corrida mortal – só dois sobreviveram em toda a história do reality show, se a memória não me falha – por dinheiro) seria uma ótima série. Você tem que confiar em Stephen King, não é?

1 comentários:

  1. Realmente, algumas séries para jovens adultos poderiam ser encurtadas sem sofrerem grandes danos. Mesmo que eu adore Instrumentos Mortais, tem algumas coisas desnecessárias, assim como Jogos Vorazes.

    Ando bem curiosa pra ler Cloud Atlas! Só tenho visto resenhas positivas. Do Chuck Palahniuk só li O Clube da Luta, mas Sobrevivente está na minha lista de futuras aquisições. (:

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