Juliette, protagonista de Estilhaça-me, está presa em um
manicômio – mas não porque a priori lhe faltasse sanidade, e sim por carregar
consigo uma espécie de maldição: ao tocar ou ser tocada por outro ser humano,
este sente uma dor excruciante e, caso o contato seja prolongado, o toque de
Julliette pode ser mortal.
Rejeitada por seus pais e considerada um perigo à sociedade,
a garota é trancafiada. A solidão,
experimentada por todos nós uma hora ou outra, é onipresente e especialmente
intensa para Juliette: por causa de seu dom, ela sempre foi isolada
emocionalmente até mesmo de sua família, e os dias no confinamento físico só
tornam isto pior.
Depois de 254 dias no manicômio, este tal confinamento
físico termina: Adam, um rapaz misterioso com olhos da mesma cor do céu, é
designado para ser colega de cela de Julliette – que acredita piamente conhecê-lo,
embora ele não pareça se lembrar.
Em Estilhaça-me, a terra está definhando a passos largos. O
clima está desregulado, os animais morreram, as colheitas não rendem mais quase
nada – enfim, o caos se instaurou. Com promessas de um futuro melhor, um governo
chamado o Restabelecimento assume o comando em todo mundo, dividindo-o em 3.333
distritos, matando os seus opositores e destroçando todos os “ultrapassados” vestígios
de cultura das civilizações anteriores.
Com apenas dezenove anos, Warner já é responsável pelo distrito em que Julliette se encontra. Fora algumas explosões e caprichos ocasionais, Warner é persuasivo, egocêntrico e calculista, e não mede esforços para, depois
de retirar Julliette de sua cela, convencê-la a torturar e matar pelo
Restabelecimento. Warner é um vilão do tipo que gosto: não com aquela
polarização nojenta e irreal da típica encarnação do mal absoluto, e sim alguém
com noções éticas distorcidas pelo poder e circunstâncias.
Mesmo lendo muitos livros Young Adults, não me considero uma
leitora aberta à inovações. Não digo quanto ao conteúdo ou tradicionalidade da
obra (ao menos minhas leituras não são representativas disto) e sim quanto a
forma em que esta é escrita: não gosto de falta de pontuação, diálogos não
sinalizados, frases grandes demais ou parágrafos confusos.
Mas Estilhaça-me foi uma exceção a esta regra. Tudo para
Julliete é imensamente intenso ou novo, e através de uma escrita que meu eu
tradicional considera irregular, a autora conseguiu expressar isto. A narração
de Julliette repete palavras, risca frases, carece de sinais de pontuação ou
coesão em muitos pontos, dando um toque desejável de realidade a sua escrita. Sem esta escrita diferente e inovadora, Estilhaça-me seria somente um bom romance com pitadas distópicas - mas a narrativa de Tahereh Mafi o faz muito mais.
Em livros de alta vendagem sempre há um espaço destinado às hipérboles
jornalísticas sobre o mesmo. Em Estilhaça-me, ele é preenchido pelo comentário
de uma escritora que diz “Estou com inveja. Não conseguia parar de ler.”.
Eu não poderia concordar mais. E não quero esperar até 2013 para ler a continuação.
Nota: 5/5
Oi Isabel!
ResponderExcluirEu já estou com esse livro em casa para ler.
E pelo que você falou, acho que vou gostar! Parece ser muito bom!
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Estou curiosa...qual livro receberia nota, tipo um 8.5? Pq parece que vc gostou do livro...
ResponderExcluirBjs e obrigada por partilhar experiências no meu " canto". Não é nada fácil...
Bjs!
então, baseado no good reads, eu uso uma escala que vai de 1 - 5 (sendo que 1 é péssimo, 2 ruim, 3 "legalzinho", 4 bom e 5 muito bom) então 8.5 seria bem parecido com um 4 :)
ExcluirMenina, você descobre os livros com os enredos mais curiosos possível! E eu, claro, vou ficando com muita vontade de ler todos esses títulos. A princípio sua descrição de Juliette me lembrou da Rogue (a Vampira), dos X-men, hehe. Ai, mais uma adição para a minha lista do Skoob!
ResponderExcluirEntão, você me perguntou sobre Melancholia: bem, o tenho aqui no computador mas ainda não o assisti. Estou muito curiosa pra fazê-lo mas á li tantas coisas sobre o filme que estou com medo de ficar deprimida com ele, hehe.
Beijo, boa semana!
ele realmente é meio deprimente... é bom assistir em um dia de humor estável (não bom humor, pq estragar isso é quase crime - só estável mesmo) e com um bom chocolate do lado.
ExcluirEu adorei Estilhaça-me, talvez pelo fato da narração ter aquele frenesi todo,que foi como se eu estivesse na mente da personagem.
ResponderExcluirO fato dela não ser chatinha também ajudou muito. O romance me lembrou muito Jogos Vorazes sabe? especialmente ppr ele ser apaixonado por ela desde o colegial, e ter sustentado este amor por tanto tempo, mesmo sem nunca terem trocado uma palavra.
O final foi maravilhoso, e quero ler logo a continuação.
bjos
Oi Isabel!
ResponderExcluirEu não vejo a hora de ler esse livro sabe? Estou com ele aqui, por isso este será a minha próxima leitura.
Gostei muita da sua opinião =)
Beijos.
Eu simplesmente adorei Estilhaça-me! Foi uma leitura realmente surpreendente, acho que posso considerar uma das melhores de março.
ResponderExcluirUm beijo,
Luara - Estante Vertical
Hey
ResponderExcluiressa parada de não poder ser tocada me lembra um seriado chamado Pushing Daisies!
Acho que vou gostar bastante desse livro, adorei sua resenha!
beijos
Nana - Obsession Valley
Me chamou a atenção essa resenha, hein?!
ResponderExcluirAgora não tenho muito tempo para ler livros alheios à faculdade, porém nas férias terei e esse eu gostaria que me acompanhasse.
Achei interessantíssimo!
Beijo grande!
viivabeleza.blogspot.com
Pareceu interessante, mas ao mesmo tempo o fato de o toque da personagem ser prejudicial me lembrou demais a vampira, do X-men rs
ResponderExcluirIsabel, estou completamente fascinada pela temática e pela abordagem que Estilhaça-me ganhou. Tenho lido muitas críticas positivas, e fico imensamente feliz por saber que você veio a concordar com a carga positiva que a obra tem mostrado ter. Espero por um dia realizar essa leitura, porque, definitivamente, é será de muito agrado.
ResponderExcluirUm abraço!
http://universoliterario.blogspot.com.br/
Ca-ra-ca! Essa resenha me tirou o fôlego! 5/5? Deve ser bom pra cacete. Se não for, virei reclamar contigo na cara dura -nnn
ResponderExcluirSanta Teresa tem toda sua magia. Adoro muuuito!
Sinceramente? Você está indicando muitos livros legais de distopias! Sério, estou desesperada para ler todos os livros que você vem indicando. Sempre que puder, indique mais nesse estilo, porque gosto muito.
ResponderExcluirAdorei a história desse, parece ser melhor do que os outros que você indicou!
estou maluca para ler esse livro <3
ResponderExcluirhttp://himi-tsu.blogspot.com
Estou lendo e gostando menos do que pretendia. Mas a narrativa irregular é realmente o que faz essa diferenciação entre Estilhaça-me e, como você disse, um outro romance com pitadas distópicas.
ResponderExcluirE gosto do Warner como vilão bem pelo que você falou. Aliás, acho que ele é o personagem mais interessante do livro até agora, embora eu também goste da Juliette e do Adam.
Gosto de bastante coisa nesse livro, mas não estou achando muito empolgante. Sei lá. Explico na resenha quando tiver tempo pra pensar sobre.
Meu amigo o estava lendo outro dia e me trouxe o livro pra eu ver, fiquei SUPER interessada, adorei a diagramação, a sinopse, tudo! E ele também o achou fantástico, disse que não sabe de onde a mulher tirou o final, e eu tô aqui doidinha pra conferir, aí você faz uma resenha dessas e me deixa mais interessada ainda, só preciso de tempo livre e tá resolvido.
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