Alguns temas e gêneros parecem já me parecem bastante
esgotados. Fantasia, por exemplo: depois da onda vampiros/lobisomens/anjos, eu
acreditava que até mesmo uma reencarnação de Tolkien falharia em achar uma centelha
de criatividade aproveitável, algo que ainda não tivesse sido escrito. Para
quem, assim como eu, também foi/é fã do seriado Sobrenatural, a coisa se
agrava: não parece haver uma criatura mítica ainda não caçada por Dean e Sam –
que, apesar de se distanciarem da aura romântica e de aceitação dos YAs, ainda
possuem sua parte Fantástica.
Que eu estava redondamente errada e perdi muito em ignorar
livros de fantasia nos últimos tempos é óbvio, mas resta saber que obra mudou
minha opinião – neste caso, ela atende pelo nome de Firelight.
Neste livro, Jacinda,
a protagonista, é uma draki, uma espécie de dragão que pode se transformar em
humano. Mais do que isto: Jacinda é a primeira cuspidora de dragões em
gerações, o que faz com que ela seja destinada a casar com Cassian, o futuro
alfa do clã, o que ela odeia – além de não querer ser feita de mera
reprodutora, Jacinda sente por sua irmã gêmea, Tamra, apaixonada por Cassian
desde sempre e ignorada por ele desde que não incorporou (ou seja, não foi
capaz de assumir sua forma draki) no início da puberdade.
Graças às propriedades mágicas do seu sangue e ossos e
habilidade para achar gemas embaixo da terra, os drakis são caçados, os que os
leva a viver escondidos em aldeias isoladas e protegidas magicamente. As regras
também são bastante estritas: drakis não podem voar a luz do dia – o risco de
um caçador vê-los é imenso. Jacinda, porém, desobedece esta regra juntamente
com sua amiga Az – o que quase custa a vida de ambas.
Depois deste ato de rebeldia, a mãe de Jacinda – que não incorpora
em solidariedade à Tamra e para não lembrar de seu marido, morto pelas mãos de
caçadores – decide que o melhor para a família é que todos fujam da isolada
aldeia do clã e se mudem para uma cidade.
Apesar de odiar toda a atenção que lhe é dispensada e o fato
de ser “destinada” a Cassian no clã, Jacinda detesta ainda mais a cidade que é
escolhida pela mãe como seu novo lar: no meio do deserto, sem contato com a
terra, a natureza “viva” ou sua própria espécie, o lado draki de Jacinda começa
a definhar como sua mãe objetivava. A única coisa que o mantém vivo no árido
clima de Nevada é Will, um colega charmoso de Jacinda e que esconde tantos
segredos quanto ela.
Firelight foi feito para vender – desde a capa (que é linda)
até o precinho razoavelmente camarada para um YA. Não digo por que a autora
escreveu exatamente o que gostaríamos de ler ou coisa do tipo, mas é
perceptível pelas frases curtas e linguagem simples empregadas que Sophie
Jordan queria uma leitura o menos complicada possível. E conseguiu: li
Firelight em uma noite, movida em parte pela falta de sono e em parte pelo
envolvimento que a história proporcionou.
Tento variar minhas leituras o máximo possível: desde YAs
até os clássicos, de distopias a épicos. Contudo tenho meus preferidos, e
quando se lê bastante do mesmo gênero é quase impossível não encontrar
semelhanças gritantes – os famosos clichês.
Nesse aspecto Firelight está bem servido: o grande conto de
irmãs gêmeas muito diferentes entre si; a luta pela aceitação por parte da
família; as panelinhas dos populares e uma protagonista egocêntrica são
elementos presentes – e como. Sinceramente, não me incomodei muito. Embora eu
acredite que o livro formado somente de clichês perca completamente qualquer
vestígio de enredo, não tenho muitos problemas se isso não interfere no
desenvolvimento geral de forma significativa. Faltaram, contudo, explicações mais claras: ainda não entendi o que é um enkros, o temido inimigo dos drakis; ou até mesmo conseguir visualizar de forma inteira um draki completamente transformado - mesmo que as descrições de mudanças físicas existam e sejam muito boas.
Mas do que me entreter, Firelight abriu meus olhos para um
gênero literário que eu deliberadamente ignorei desde o boom de Crepúsculo. Uma
ótima companhia para uma noite de calor, tédio e insônia.
Nota: 4/5
Sua resenha, pra variar, perfeita!
ResponderExcluirAdoro o jeito que você escreve. Devia escrever um livro... hehehe
Eu já Firelight e Vanish e tive a mesma impressão que você. É bom, mas peca em algumas coisinhas... Também não consigo imaginar uma draki
Beijos.
#Resenha falada.
Nunca havia ouvido falar de uma draki antes. Bom saber das novidades passando por aqui.
ResponderExcluirps: eu consegui assistir só a 1ª temporada de Sobrenatural: depois que eles mataram um demônio- acho que era isto- usando sal, achei que já era demais!
Oi Isabel
ResponderExcluirNão sabia que esse livro trazia mitologia sobre dragões. Jurava que era sobre sereias. Enfim, o mercado literário está cheio de livros de fantasia, mas esse em especial me chamou atenção pela capa, e pelo fator inovação. Nunca li nada sobre humanos se tornando dragões (draki.
Um pena que ela a autora não explique direito, mas acho que por ser uma trilogia (espero) que no segundo livro ela consiga explicar mais sobre a mitologia em si.
Mais um livro pra listinha (fico pobre lendo suas resenhas rs)
bjos
Eu fui fã de Supernatural(bons tempos: temporada 1-5)...
ResponderExcluirEste livro nunca me chamou atenção.. garota dragão... Sei não. Sua resenha está excelente e é a primeira que leio deste livro e que me faz sentir curiosidade.
Ainda não li este livro
ResponderExcluirMas as resenhas que já li falam super bem
Além dessa capa maravilhosa
Beijos
@pocketlibro
http://pocketlibro.blogspot.com
Acho a capa desse livro maravilhosa, mas não sei se um dia lerei, pois apesar de linda, nunca senti vontade de ler a sinopse e muito menos resenha, essa foi a primeira e não me arrependo, já disse mil vezes, você escreve muito bem!
ResponderExcluirMas sei lá, esses livros de fantasia não são meus preferidos, apesar de já ter lido alguns. Por um momento eu não aguentava mais vampiro pra cá e pra lá, não sei se pela "mesmice".. li um sobre sereias e adorei e pretendo começar a ler outro, mas de dragão eu nunca li e nem imaginava que fosse sobre isso o Firelight.
Pode até parecer estranho, mas eu até gosto de alguns clichês =x hahahah
Eu sempreee quis ler esse livro, mas as pessoas que têm um gosto parecido com o meu não gostaram, acabei deixando para lá..
ResponderExcluirMas adorei sua resenha, foi uma perspectiva completamente diferente da que eu tinha! Na próxima vez que tiver uma promoção com o livro, vou comprar! HAHAHA
Beijos!
Isabel, eu estou totalmente aberta a sugestões de livros com essa temática, pois devo confessar que ela muito me agrada. Contudo, não posso deixar de concordar que para ser bom é preciso que tenha originalidade e um diferencial considerável em meio a um mercado literário repleto de clichês do mundo da fantasia.
ResponderExcluirJá ouvi falar desse livro, mas esta é a primeira resenha do mesmo que leio. Fiquei bem interessada, só que mais que isso, contente, pois vi que ele o agradou de verdade, e uma letura realizada com satisfação é algo que não tem preço.
Um abraço!
http://universoliterario.blogspot.com.br/
Comecei a me viciar em romances sobrenaturais com 13 anos. Desde então, eu lia TUDO, vampiros, lobisomens, anjos, demônios e outras criaturas fantásticas. O problema é que chegou uma hora que mais nenhum livro me chamava a atenção. Era sempre a mesma história, os principais sempre tinham o mesmo jeito. Porém, eu nunca vou deixar de gostar desse tipo de livro, às vezes calha de eu achar algum inusitado e diferente. Não li Firelight ainda, mas já o conhecia. Tenho vontade de ler porque fala sobre dragões, coisa que gosto desde pequenininha.
ResponderExcluirSou fanática pro Supernatural, inclusive quero rever todas as 6 temporadas, enquanto a sétima não termina, adoro ler sobre fantasia, adoro mesmo, mas também concordo que o tema meio que se banalizou. Quis ler Firelight principalmente pela capa, não vou mentir, é linda demais, cheia de detalhes maravilhosos, não tinha como não me chamar a atenção, e aí que eu leio a sinopse e DRAGÕES. Eu tinha que ler, tinha que matar a curiosidade, eis que minha prima compra, acho que eu o li ano passado, ou no comecinho de 2012, não lembro bem, mas já faz um tempinho, lembro que gostei bastante do enredo, mas o final deixou a desejar, pelo menos pra mim. Tudo bem que tem a continuação e tudo o mais, mas eu acho que o livro merecia um final daqueles sabe? Pra deixar a gente louca pelo próximo.
ResponderExcluirJá viu a capa do terceiro volume, Isabel? É tãaao linda! A do segundo nem tanto.
Ótimo texto/resenha, como sempre! :*