Sou uma grande fã da trilogia Millenium. É bem complicado se ver um livro ou filme feminista, e ao contrário de algumas blogueiras americanas
, acredito que Millenium mereça tal rótulo. Gosto do jeito com que Stieg Larsson mostra a violência contra a mulher: onipresente (mesmo em sociedades em que a igualdade deveria estar perto de ser concretizada, feito a Suécia, de onde ele era e onde Millenium se passa) e terrível.
Infelizmente, ainda não assisti a versão sueca do filme - que, pelo que dizem, é bem mais fiel - mas fui na sexta conferir a versão americana. Como com Sherlock Holmes, meus sentimentos quanto a mesma foram contraditórios.
O jornalista Mikael Blomkvist está em apuros: depois de cair em uma armadilha, é condenado por difamação por denunciar sem grandes provas o milionário Wennestrom. Graças a isto, suas economias estão acabadas e sua carreira como editor de uma revista independente - a Millenium - está em ruínas. No meio desta confusão, o industrial Henrik Vanger lhe oferece um emprego que, além de melhorar sua situação financeira, pode lhe dar a cabeça de Wennestrom (que começou a carreira no grupo Vanger): descobrir quem foi o assassino de Harriet Vanger, sobrinha de Henrik. Conforme Mikael vai avançando na investigação, descobre mais e mais mistérios que cercam a morte de Harriet, e começa a precisar de ajuda. Por isso, associa-se a anti-social, habilidosa e feminista não auto-declarada Lisbeth Salander.
Só assisti duas adaptações realmente boas - As vinhas da Ira e Jane Eyre - mas sempre espero muito de adaptações de livros bons. Com Millenium, contudo, foi diferente: de antemão, eu já sabia que o filme dificilmente faria jus à obra original, pelo livro ser bem longo e possuir um ritmo lento que não combina com filmes cujo ator principal já viveu James Bond. Como já esperava este defeito, não foi a evolução rápida das coisas que me irritou, e sim outro aspecto que justifica este texto: os aspectos feministas do livro se perderam quase que completamente. O diretor omitiu as falhas de Mikael, e não fez Lisbeth Salander ou Erika Berger (uma das donas e editora-chefe da Millenium) serem tão fortes quanto Stieg Larsson as pinta.
Daniel Craig também não me agradou: não consegui vê-lo como o mesmo Mikael dos livros - na maior parte do tempo, faltou a coragem e a humildade deste personagem, e lhe sobrou o aspecto heróico que, em geral, é conferido a sua parceira. Já Rooney Mara me convenceu como Lisbeth Salander: ela realmente me pareceu a mesma moça anti-social e brilhante dos livros.
Outra coisa que detestei foi a mudança no final: mesmo leve, fiquei com aquela coceirinha de fã por causa disso. A inserção de aspectos do segundo livro no filme também não fica atrás: fiquei me perguntando como o roteirista fará para inserir determinadas cenas caso haja uma continuação do filme.
Apesar de tudo, ainda se vê muito das qualidades da obra de Stieg Larsson no filme. Quem é fã - como sempre - provavelmente se decepcionará, mas, ainda assim, o indico.
Nota: 3/5
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Eu ja vi o filme original - o sueco, e é bem legal. Mas ainda nao vi esse q esta nos cinemas, qualquer dia eu vou.
ResponderExcluirOii
ResponderExcluirEu assisti o americano ontem e adorei
Adoro suspense, mistério.. essa coisa de quem matou quem rs
Não li e nem vi a versão sueca..mas sei lá antes nem curtia o Daniel Craig, por causa desse filme apaixonei por ele HAHAHA
A Rooney virou outra pessoa como Lisbeth, mudou DEMAIS nossa
A Erika achei tão zZZZZZZZZ não sei se no livro ela é assim haha
beijos
Nana - Obsession Valley
Vixe maria que tu escreve bem demais. Eu vi o filme sueco (?) e não gostei pelo fato de a violência ser muito forte pra mim, histórias assim me deixam mal. A trama e produção eram excelentes, mas não faz meu estilo.
ResponderExcluirOi, Isabel!
ResponderExcluirBem, eu vi o filme esses dias atrás, mas não tive a oportunidade de ler o livro. Contudo, adorei o decorrer do mesmo. Me pareceu um pouco confuso no início, mas logo peguei o suspense "da coisa" e me entreti bastante. Adorei a atuação de Rooney Mara assim como você, mas não gotei do final em que ela se encontrara: gosto de filmes com finais mais claros e este não me pareceu ser tão claro assim...
Beijinhos,
Isa
universoliterario.blogspot.com