Ah, é tão bom poder mudar de opinião. Não ser estática sem
medo de parecer influenciável. Não ser dona da verdade pura, absoluta e
universal.
Esse prazer de ser volúvel não sendo também se aplica aos
livros.
Graças a uma comunidade no Orkut – se não me engano a Nossos quotes – me interessei pela série
Os instrumentos mortais. Não gosto muito de quotes de forma geral (Clarice
Lispector que o diga – a descontextualizarão de sua obra em imagens de Facebook
faz com que muitos a tratem como uma escritora qualquer) mas as expostas de Cidades dos Ossos eram bastante
engraçadas – então resolvi tentar.
E detestei. Na verdade, quase caia no sono. Deixei então o
tal ebook de lado (sim, eu era levemente criminosa naquela época – não me
culpem: não conhecia as barganhas do Submarino e do Book Depository) feliz pela
decisão de não ter comprado o livro “físico” – afinal, só faria juntar poeira.
Há alguns meses, porém, me deparei com Anjo Mecânico, da mesma autora e no mesmo universo ficcional (Anjo
mecânico faz parte da prequel As peças
infernais, enquanto Cidade dos ossos da
série Os instrumentos mortais) onde
os Caçadores das sombras coexistem com um mundo fantástico, destruindo demônios
e mantendo a paz entre fadas, vampiros, lobisomens, feiticeiros e outras
criaturas fantásticas mais.
É fato que escritores evoluem – e muito – com o passar dos
anos. Deixe-me pegar um exemplo conhecido: JK Rowling. Os fãs mais ortodoxos da
série negarão, mas é visível a diferença (positiva) da prosa de Harry Potter e a pedra filosofal e Harry Potter e as relíquias da morte –o
sétimo livro flui melhor, tem menos repetições de palavras e enrolação no
enredo (sim, até divas como JK pecam nisso).
Mas o estilo permanece. A criatividade permanece. Então como
poderia ter eu adorado um livro da autora e odiado outro – sendo que ambos se
passam no mesmo universo ficcional? Encucada com essa pergunta fui me aventurar
com Cidade dos Ossos mais uma vez.
Assim como Tessa Gray da série As peças infernais, Clary, de Os
instrumentos mortais também é jogada no submundo fantástico sem aviso ou
piedade: aparentemente, sua mãe lhe escondera durante toda a vida sua real
origem – antes do nascimento de Clary, ela era uma caçadora das sombras.
Isso não é o que Clary espera começar a descobrir ao entrar
em um clube noturno em Nova Iorque com seu melhor amigo Simon, mas é o que
acontece. Presenciar o assassinato de um garoto (ou melhor, demônio) por
Isabelle, Alec e o lindo e misterioso (detesto isso de colocar adjetivos antes
dos nomes dos personagens, mas cabe aqui) Jace muda sua percepção de seu
passado e do mundo para sempre – de repente, as coisas não são só o que ela
pode ver.
O desaparecimento de sua mãe mergulha Clary ainda mais no
mundo das sombras e em um só questionamento: o que é e não é verdade?
Cidade dos Ossos
não é maravilhoso ai-meu-deus-como-eu-vivi-até-hoje-sem-ler-isso, mas é muito
bom. Em alguns livros percebe-se que a “formação leitora” do autor se deu
somente com livros do gênero que ele escreve – um grande erro: gêneros
completamente diferentes daqueles em que pretendemos encaixar nossas obras
podem nos trazer referências, bagagem e originalidade as mesmas. Percebe-se que
Cassandra Clare provavelmente nunca se limitou aos livros YA ou fantásticos –
há algo de bem único na maneira com que suas obras são escritas que não as
alienam dos supracitados gêneros literários, mas as destacam.
Não há nada em Clary ou em Jace que me tenha feito adorá-los
ou detestá-los – mas quanto a Alec (melhor amigo e irmão de criação de Jace)
foi diferente: ele é um dos personagens secundários mais interessantes que já
vi em um livro. É interessante quando um personagem secundário brilha – afinal,
como sua própria denominação diz, eles são feitos para bastidores.
Já comentei aqui do universo fantástico construído por
Cassandra Clare, mas comento outra vez: não está dentre os mais complexos, mas
é isso que o torna interessante. O maior problema de alguns livros fantásticos
é que a mitologia envolvida é tão profunda que o leitor – mesmo aquele mais
paciente (coisa que infelizmente não sou) – tem problemas de acompanhar. Ao
mesmo tempo que é inovador, o mundo das sombras nos traz elementos já conhecidos
sem alterá-los demais do mito original – ainda bem: não creio que suportaria vampiros
brilhantes de novo.
Resenhas de As peças infernais: #1 Anjo mecânico e #2 Clockwork prince
Engraçado porque gosto bem mais de Cidade dos Ossos do que de Clockwork Angel. Mas também é aquela coisa - li CdO numa época e CA em outra, e acho que isso muda opiniões.
ResponderExcluirNa época em que li Cidade dos Ossos fiquei lendo sem parar, fui dormir de madrugada em dia de aula e tudo mais (wild!!! hahaha). Eu simplesmente adoro o Jace e os Lightwood, e acho que a Clary não é uma mocinha ruim, além de ter gostado da mitologia do livro. Mas eu não gosto muito de como a Cassandra Clare escreve (principalmente no começo, porque ela usava uma símile a cada parágrafo e passava muito tempo falando dos olhos/cabelo do Jace. Mas admito que ela melhorou muito, coisa que você também acha, né?). O que gosto mesmo é da criatividade, do sarcasmo que recheia o livro, e dos personagens. (em geral).
Enfim. Não quero falar demais, mas Cidade de Vidro é meu preferido, porque ele ainda é divertido, tem ação, tem romance, mas ele é mais intenso, com uma história mais interessante. E depois é bem descendo ladeira abaixo, infelizmente :( Recomendo só ler até lá (estou lendo City of Lost Souls faz um mês e zzzzz).
[Eu tive que olhar no google para lembrar o que era símile HDUASD]
ExcluirEnfim, tenho até City of Glasses aqui (consegui os três primeiros numa troca no skoob). Já li City of Ashes e achei ainda melhor do que o primeiro... O fato da série ser um pouco longa já me deixa um pouco desconfiada: é rarissimo não perder a qualidade!
Oi Isa
ResponderExcluireu comecei lendo CDO e detestei. Achei uma cópia de HP, até porque a autora escrevia fanfic sobre HP, então muita coisa ficou tão parecida que me irritou.
Mas fui firme e li o segundo da série e melhorou muito. Pelo menos não deu sono rs
Mas continuo preferindo Anjo Mecânico.
Não entendo como algumas pessoas conseguem morrer de amores pela Cassandra...rs
bjos
Oi, isa.
ResponderExcluirMe assustei com o começo da sua resenha. na verdade, em perguntei o que você tinha na cabeça,s e tinha prestado atenção na escrita da Cassie e nos personagens... Sim, isso em duas linhas de resenha, para você ter uma ideia.
Não me culpe por querer julgar você, afinal de contas cada um tem um gosto e ao ler a tua resenha percebi que, felizmente, tu gostou do livro. Iupi, B+ é quase A, então a Cassie até que está bem no teu conceito.
Apesar das semelhanças com a J.K (que, infelizmente, eu não posso me fingir de cega e dizer que não existem...), considero esse livro muito bom num conjunto geral e gosto da Clary e Jace em particular porque acho que elementos da personalidade de ambos se encaixam coma minha própria (ironia da parte de Jace; impulsividade da parte de Clary), mas também gosto muito do Alec. Concordo contigo quando tu diz que ele é um persoangem que brilha. O cara tem luz própria e no decorrer da série eu apenas gostei mais dele.
Bom, se eu continuar aqui, vou acabar escrevendo um texto do tamanho da tua resenha (não, não é exagero) só pra comparar minhas opiniões com as tuas... P.S>: Teu blog é demais, tuas resenhas são ótimas. Muito bom conhecer aqui, vai virar leitura obrigatória!
Gislaine,
atualizado, comenta?
Jeito Inédito
{ah, eu tô seguindo. Se quiser retribuir ficarei muito agradecida :D}
Muito obrigada! E é verdade, as semelhanças com JK são imeensas!
ExcluirJá me disseram uma vez que só não muda de ideia quem já morreu...:)
ResponderExcluirAh eu amo, amo, amo Cidade dos Ossos. Já li, reli e vou reler de novo com certeza.
Jace ao lado do Dimitri(Vampire Academy) está entre meus personagens favoritos, ele é tudo de bom. Adoro o Alec, principalmente nas cenas dele com Magnus.
Um livro não precisa ser complexo pra ser bom, aliás, não sou fã de complexidade. Deve ser por isso que não tenho o menor interesse em ler as tais "grandes obras da literatura", me dá sono só de pensar.
Sim, também não acho complexidade necessária. Os personagens devem ser complexos porque devem ser reais, e eu e você, pessoas de carne e osso, somos complexas... Já em termos de enredo, quase sempre dá errado.
ExcluirSério, amo sou suas resenhas, seus posts e adoro seu blog, ta entre meus preferidos
ResponderExcluirSobre esse livro eu sou simplesmente LOUCO pra ler, já ouvi falar muito bem dele, espero comprar em breve no Submarino.
Já me falaram que a Cassandra era melhor como escritora de Fan Fiction, eu conheço ela desde aquela época, não é a toa que faz tempão que tenho vontade de ler o primeiro livro dela ne
Enfim
Beijos
(quase não consigo comentar, ODEIO minha internet)
Ai, guria, me deixaste ainda mais ansiosa! Já tenho os três primeiros de Instrumentos mortais por aqui, mas ainda não me aventurei... Vou fazer logo! *-* Adorei a resenha :)
ResponderExcluirBeijo grande :*
eu li esse, não continuei a série, apesar de ter adorado esse vol. 1. :(
ResponderExcluiradorei sua resenha.
bjs
www.amodernpinup.com
Oi Isabel, eu tenho esse livro há um tempinho, mas ainda não consegui ler por falta de tempo (assim como vários outros).
ResponderExcluirMas eu tenho bastante curiosidade, apesar de não muitas expectativas. Adorei sua descrição de não ser maravilhoso ai-meu-deus-como-eu-vivi-até-hoje-sem-ler-isso, para mim poucos sao assim, mas ainda há os mais ou menos que valem a pena.
Beijos
Hey Isa
ResponderExcluirAi gente, agora fiquei com medo de decepcionar com o livro
Ainda bem que não comprei na feira que teve aqui HAHAHA
Por isso que gosto de ler em e-book, pq se gosto.. compro depois.
Tenha uma ótima sexta
Nana - Obsession Valley
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlha, se não me engano, haverá uma adaptação de "Cidade dos Ossos" para o cinema, não? Não faz muito tempo que ouvi um rumor, no qual Jamie Campbell (amor incondicional) era indicado como protagonista, tinha até a capa do primeiro livro... Anyway. Como tudo que vejo aqui, me interessei bastante, mas acabou parando na lista de "devo ler, um dia", visto que ainda faltam 400 páginas de "O Vampiro Lestat" (muito bom, por sinal) para serem devoradas nos intervalos que tiro das minhas apostilas do pré vestibular. Benefícios futuros, benefícios futuros (repetindo mentalmente para ideia fixar) ... DUHDUDHUF. Excelente post, beijos! ;*
ResponderExcluirSim, ouvi falar! Parece que vai ser bem interessante. Sei como você se sente quanto ao vestibular: apesar de ainda estar no segundo ano, estudo em uma escola rigorosa que propõe ritmo de cursinho logo no início do ensino médio :/ então repito isso para mim mesma há tempos :/// Ai, vestibular, pq vc atrapalha tanto minhas leituras?
ExcluirJá li Cidade dos Ossos, mas faz muito tempo. Tenho que relê-lo porque ganhei o segundo livro e lembro pouca coisa. Eu gostei muito da história, apesar de ter suas falhas. Meu irmão leu e por ser garoto e ser bem chato para leitura viu vários pontos negativos que eu não tinha visto. Gostaria de reler e ver se formo outra opinião sobre o livro. Estou louca para ler Anjo Mecânico!
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