Dou graças aos céus por nunca ter entrado na ondinha
I-love-UK de detestar o Brasil e tudo que vem daqui. Não falo isso só pelo lado
nacionalista de amar o seu país e mimimi (embora esse seja um mimimi verdadeiro
e importante para mim) mas sim pelo de idolatrar outra nação sem saber de fato
os seus defeitos e trunfos, de dobrar o joelho para o que vem de fora quase que
indiscriminadamente. O sentimento de pertencer é bom sob qualquer circunstância
– mesmo que seja para o tal do viajar o mundo e não esquecer o quintal de casa.
Puck Conolly, protagonista de A corrida de escorpião, não quer nem a parte de viajar o mundo, ainda
que a ilha de Thisby, onde nasceu e viveu sua vida inteira, tenha sido o
cenário da situação mais triste de sua vida – a morte repentina de seus pais.
Thisby tem algo de bastante peculiar: os capaill uisce, cavalos que saem do mar
e se alimentam de carne e sangue ao invés de feno, sendo seu pão e vinho freqüentemente
provenientes daqueles que os montam (ou tentam).
Puck, pelos lápis de um fã. |
Em novembro, quando o mar está agitado e os capaill ainda
mais, ocorrem as corridas de escorpião (basicamente a única fonte de renda da
ilha) onde homens de todas as idades e classes sociais enfrentam o irresistível
perigo de correr nesses enormes e fatais cavalos. É redundante dizer que a maré
alta lavará o sangue de muitos deles da areia no final do mês.
Embora odeie esse símbolo da ilha – ela nunca foi às
corridas – Puck ama Thisby, e se desespera quando seu irmão mais velho, Gabe,
anuncia que vai ao continente em busca de emprego. Ainda que ele já trabalhe e
Puck e o caçula Finn façam bicos, o dinheiro é curto, fazendo com que três
órfãos corram riscos muito maiores do que o atual desconforto em viver à base
de maçãs e feijão.
Tentando manter o que resta de sua família unida, Puck anuncia
que se juntará às corridas – a primeira mulher desde sempre a fazê-lo. Contará
com, além da resistência dos seus concidadãos, a ajuda de Sean Kendrick,
cavalariço cuja mera presença parece exercer um poder mágico sobre os capaill –
ele os controla perfeitamente, tendo ganho quatro das seis vezes que participou
das corridas de escorpião.
Quando eu estava lendo este livro, o resumo que eu fazia aos
curiosos gerava um punhado de “que livro besta!”. Bom, a lenda pode realmente
soar estúpida e pouco prolífica para boas histórias, mas o jeito com que Maggie
Stiefvater a aplicou definitivamente não é. Através de Sean e Puck, entendemos o
porquê dos capaill serem tão amados e odiados, a vida e a morte na pequena
ilha. Isso só poderia se dar através de uma narrativa bem envolvente, algo que
a autora domina e me faz ter vontade de ler algum de seus outros livros.
Os personagens são mais maduros do que a média dos
protagonistas de livros Young Adult – mesmo que Sean tenha dezenove e Puck um
pouco menos que isso, as situações pelos quais os dois passaram retiraram um
pouco do drama e da impulsividade típicos da idade – aleluia. Ambos tem uma
ligação forte com Thisby e um certo fascínio pelo perigo – ainda que os fins
justifiquem os meios – por isso o previsível romance se explica e se torna
interessante. Amor à primeira vista é a pior coisa que pode acontecer na
ficção, e palminhas para os escritores que não enveredam por esse fácil e
confortável caminho.
A As corridas do
escorpião faltou o inominável, “aquilo” que lhe faz pensar sobre um livro
por dias e dias. É um ótimo passatempo com toda a certeza, mas eu
particularmente não esperaria muito mais.
Oie Isa
ResponderExcluireu amei profundamente o livro, e estou em uma fase de veneração a autora, porque nunca tinha lido um livro sem um romance daqueles de tirar o fôlego, e gostado tanto.
Amei o jeito poético com o qual ela contava a lenda, e também a grande paixão de Sean: seu cavalo capaill.
Bjos
Existe a ondinha I-love-UK e detesto Brasil??!! Estou mesmo por fora destas coisas.
ResponderExcluirÉ tão legal o jeito que você começa suas resenhas. Começa não comentando o livro, e no final tudo tem a ver. Estilo Distopicamente.
Caracas, tua resenha tá perfeita! A corrida de escorpião está na minha lista faz tempo. Quero muito ler os livros desta autora.
haa, muito obrigada! ouço falar muito bem da autora, e embora esta leitura tenha sido morna, pretendo ler alguns outros livros dela - tipo os dos lobos de mercy falls, ou senão o novo, raven boys. ela inova bastante os aspectos mitologicos, e isso é mt legal!
ExcluirIsabel, eu achei a lenda interessante, apesar de os humanos quererem montar cavalos carnívoros serem um tanto quanto idiotas né, mas acho que deu um enredo bacana.
ResponderExcluirTambém detesto quem diminui nosso país cantando as glórias de nações estrangeiras que pouco conhecem. É ridículo.
Dois abraços.
também achei isso ao ler a sinopse, mas no livro essa impressão meio que foi embora: dá para entender o fascínio que o perigo dos cavalos exerce, sabe?
ExcluirMenina que Blog massa é esse?
ResponderExcluirAchei por acaso :P
Já adorei!! =)
Tb tenho um blog(nao tao massa como o seu), mas eu tento xD
Tô te seguindo, bjs
Aaah, saudadeeeeeeeees
oown nati, também não sabia que vc tinha blog! vou visitar lá com certeza.
ExcluirBem, diferente de vc q tinha lido algumas resenhas antes a sua é a primeira que eu leio, e preciso dizer que fiquei muito surpresa, estava lendo e vc falou de cavalos que saem do mar e carne e sangue e eu pensei que isso era muito estranho. e apesar dele não ter "aquilo" eu fiquei muito curiosa para ler, gosto de outros livros dessa autora e acho q gostaria de dar uma chance a ele!
ResponderExcluirótima resenha
tem postagem nova no blog
bjinhus
TÍTULOS DE LIVROS
Olá, como vai? Devo confessar que não conhecia esse livro e não ouvido falar, mas parece ser bacana! O enredo é diferente, mas não deixa de ser bom.
ResponderExcluirBom sábado pra você!
Beijo,
Leitora Online - leitoraonline.blogspot.com.br
Nossa, eu odeio a Inglaterra. Mesmo. Iria só para melhorar meu inglês e ficaria por curto tempo. E adoro o Brasil, sei dos pontos negativos, mas também sem reconhecer os pontos positivos. Quanto ao livro, não achei a sinopse besta, eu adorei! Nunca tinha ouvido falar do livro e fiquei encantada. Adoro cavalos (ainda mais sanguinários, que criatividade!) e também histórias que se passam em ilhas.
ResponderExcluirAh, sinceramente esse livro não me interessou não. :/
ResponderExcluirAh, eu gosto muito da Inglaterra, meu sonho é um dia visitar Londres, mas antes eu queria conhecer cidades turísticas aqui do Brasil, tem cada lugar incrível e muitos brasileiros nem dão valor.
Beijokas :*
Blog da Mylloka
Não tenho nada contra a Inglaterra, possuo até vontade de visitar lá. Esse livro não me chamou muito a minha atenção.
ResponderExcluirDavid - Leitor Compulsivo
Parece ser bastante interessante, porém não é o que eu gosto de ler. =/
ResponderExcluirbjs
www.amodernpinup.com
Ops... sou do time "I love UK", mas concordo com você quando diz que não é bacana fazer reverência a outra terra de forma indiscriminada. AMO o Brasil e sou tão consciente disso que me permito gostar de outros lugares, sem problemas.
ResponderExcluirQuanto ao livro, a resenha ficou ótima. Não é a leitura de minha preferência, mas como ando me aventurando e saindo de minha zona de conforto literária, pode ser que eu leia um dia.
Passando aqui pela primeira vez, gostei muito,
Beijos,
Pâmela Rodrigues
http://listerealize.blogspot.com
Oi Isa. :)
ResponderExcluirEntão, esse é um livro que eu tenho ouvido falar super bem na blogosfera. Não dava muita coisa por ele inicialmente, mas agora parece que ele realmente é incrível. Não o colocaria como prioritário ainda, mas quem sabe...
Um beijo,
Luara - @luuara
http://www.estantevertical.com/
Eu nunca ouvi falar sobre esse livro, parece ser interessante! Haha :3
ResponderExcluirÓtima resenha!
Beijos...
Batom De Framboesa.
Engraçado, achei a lenda pouco convencional mas nem por isso estúpida...Na verdade, uma dose extra de surrealismo deu um tom bem interessante. Contudo, fiquei um tanto confusa com relação ao enredo, acho que terei que o livro pra me esclarecer. Mais um pra pilha de prometidos para 2013.
ResponderExcluirBeijos ;*
É engraçado que, sou do RS e, mesmo gostando do Brasil, às vezes sinto como se estivesse venerando um outra terra: o amor dos gaúchos pelo estado (somos a República Rio Grandense,tchê!) supera o pelo Brasil, não tenho dúvida ao dizer isso.
ResponderExcluirQuanto ao livro... Não sei, me sinto um pouco em cima do muro: a capa nunca me chamou atenção [sim, eu sou fútil o suficiente para dizer que a capa não me chamou atenção!] e o enredo ficou um tanto confuso... E meio que achei idiota a ideia de as pessoas quererem montar em cavalos carnívoros o.o
Gislaine,
atualizado, comenta?
Jeito Inédito
compreendo isso, aqui na bahia muita gente também sente isso quanto ao estado... acho que é bem o resultado de viver em um país plural rs coloquei Brasil de forma geral, mas acho que a identificação dos gaúchos com o RS pode servir como "nacionalismo", digamos assim.
ExcluirOi Isa!
ResponderExcluirEu não vejo a hora de ler esse livro, porque li Calafrio da Maggie e simplesmente me apaixonei pelo jeito que ela escreve. Tem um tom meio poético, meio lírico e uma certa beleza de ser lida.
A história me parece interessante também, nunca vi nada com cavalos carnívoros ^^, devem ser uns amores, haha.
Beijinhos!
http://thebooksthief.blogspot.com/
Eu gostei da ideia do livro e acho que muitas coisas que soam idiotas são pra nos enganar ahahahaha
ResponderExcluirAdorei sua resenha e fiquei curiosa pra ler o livro.
Bjokas
Flavia - Livros e Chocolate