Cinco livros que eu não me importaria de ganhar do papai noel

Atualmente me falta tempo para ler, não livros. Sim, senhoras e senhores, quando este post foi escrito, eu estava na marca dos cinquenta e dois livros comprados/emprestados e não lidos – e contando (dê uma espiada aqui). Cheguei ao ponto de ficar angustiada – porque as pessoas continuam escrevendo histórias legais? Nunca vou poder ler tudo! O pensamento de que pode ter outro As vantagens de ser invisível por aí que eu nunca vou chegar a conhecer me faz roer as unhas e respirar fundo para não chorar.

Não riam. É triste, e é sério.

Mas é a vida.

Estou tentando me segurar e não ser uma Becky Bloom dos livros, como bem definiu Larissa Siriani nesse vídeo daqui. Só que é claro que as pessoas não deixam de produzir livros legais só porque tenho muito o que ler, e é claro que eu não deixo de descobrir novas obras. Com dor no coração porque provavelmente não os encontrarei a beira da árvore no dia 25, aí vai meu top cinco de mais desejados.

1. Cinema pirata, de Cory Doctorow

Propriedade artística e intelectual é um assunto delicado para mim. Acredito na internet como forma de livre disseminação de cultura, mas, bom, os artistas e intelectuais têm que comer. O download de uma música não faz falta para a Madonna, mas um ebook ilegal pode fazer uma grande diferença para um autor iniciante. O fato é que o modelo de criminalização da pirataria é inviável, mas no sistema econômico atual qual a alternativa?

É sobre esse tema que versa Cinema pirata, que se passa em um futuro próximo onde as grandes corporações infiltraram-se nos governos e a única preocupação real é o lucro – tenho minhas dúvidas se isso é realmente no futuro, mas continuemos.

Nos Estados Unidos várias pessoas já se deram mal por download ilegal, mas a punição em Cinema pirata foi levada a outro nível: em um mundo super conectado os “criminosos recorrentes” (que desobedeceram as leis de copyright três vezes) têm o acesso à internet de toda a sua família cortado. Trent, de dezesseis anos, recebe esta dura pena, e morrendo de vergonha foge para Londres, onde combaterá as leis anti-pirataria com alguns amigos. Vi uma resenha que me instigou no Meu jardim de livros um tempo atrás, e o lançamento pela editora Galera aumentou ainda mais a vontade. Será, com certeza, uma das primeiras compras de livros de 2013.

2. Fios de prata: reconstruindo Sandman, de Raphael Draccon

Amo nosso país e coisa e tal, mas ser um escritor por aqui é uma tarefa meio ingrata. Recentemente, porém, alguns escritores de literatura de entretenimento tem se destacado por atingir cifras antes impensáveis em termos de vendas de livros, e Raphael Draccon (que também é curador do selo Fantasy e responsável por indicar as amadas Crônicas de gelo e fogo para a editora Leya) é um deles.

Isso por si só já seria uma razão para ler, mas o enredo de Fios de prata é bastante interessante por si só. Enquanto o protagonista, o jogador de futebol Mikael Santiago saboreia suas conquistas – ele tem o passe mais caro da história – junto a sua paixão Ariana Rochembach (título mundial de ginástica artística) os três deuses do Sonhar entram em guerra: Morpheu, Phanthasos e Phobetor. A elogiada mistura de mitologias de um dos escritores de fantasia mais bem sucedidos do Brasil me fisgou.

3. Sob a redoma, de Stephen King

O único livro que li de Stephen King foi O concorrente – mas não sei bem se vale. Como Por isso a gente acabou me mostrou, autores são autores, e seus pseudônimos são pessoas completamente diferentes - e isso é meio que sua razão de existir, não é mesmo? Já errei em ignorar este fato e não o farei de novo.

Pretendo estrear no mundo de King com Sob a redoma, livro que parece ser menos aterrorizante que seus outros – sou uma medrosa de plantão que foi dormir na mesma cama que a irmã só por causa do trailer de A última casa da rua. Neste livro, uma cidade é isolada por uma espécie de bolha, que mata todos aqueles que tentam se aproximar e causa pane nos circuitos dos aparelhos eletrônicos. As conseqüências do isolamento são o principal tema de Sob a redoma, e segundo quase todas as resenhas/comentários que li, as quase mil páginas passam rapidinho – só mais uma pequena mostra de que King é realmente é o rei.

4. Quem é você, Alaska?, de John Green

Apesar de ver alguns probleminhas em A culpa é das estrelas, me encantei com a capacidade de John Green de ser original usando enredos clichês. Quem é você, Alasca? tem publicação no Brasil anterior ao supracitado livro, e impressiona-me que ele ainda não esteja na minha estante.

Miles Halter, um adolescente com uma vidinha pacata e fissurado pelas últimas palavras de pessoas famosas, vai em busca do que o poeta François Rabelais chamou de o grande talvez em um internato no Arizona. Lá ele faz amigos e encontra a linda, inteligente e engraçada Alasca Young, por quem, obviamente, se apaixona.

Além de admirar essa capacidade mágica do John Green de recontar o gasto de forma completamente nova, vou em busca do meu grande talvez pessoal ano que vem, no intercâmbio de um ano que farei para a República Tcheca. Esse fator me faz superar até algo que já me irrita na sinopse – a Alasca parece fantástica demais – e querer trocar figurinhas com Miles sobre a tal jornada extraordinária.

5. Quem poderá ser a uma hora dessas?, de Lemony Snicket

A série Desventuras em série foi uma das que mais marcou minha infância. Nela, os irmãos Baudelaire passam por todo tipo de situação complicada, daquele tipo que lhe faz derramar lágrimas amargas de raiva e querer fazer um uniforme de cheerleader só para torcer pelos nossos heróis.

Nos últimos livros, o autor, Lemony Snicket, se torna levemente parte da história – não por uma aparição de fato, mas algumas conexões importantes entre ele e os personagens são descobertas. Quem poderá ser a uma hora dessas? é uma espécie de prequel de Desventuras em série, que me fará, no mínimo, revisitar as horas deliciosas que passei lendo na infância.

Como esse post é parte da top ten tuesday (meme criado pelo blog The broke and the bookish, com listas temáticas toda terça-feira, que me fez finalmente aprender a diferença entre tuesday, terça-feira, e thursday, quinta-feira - mas vocês não precisavam saber disso) deveria ter dez itens, mas ficou simplesmente grande demais – sou implicante com sinopses e careço de capacidade de síntese.