João Guilherme Estrella começou a vida como a típica criança
feliz de classe média – com direito a brinquedos, família amorosa e amigos
fieis. Depois do divórcio de seus pais, a coisa se torna um pouco mais desregrada:
com o pai doente (e prostrado na cama quase que o dia inteiro) o jovem adulto
fica com sua casa enorme para si – aproveitando todas as oportunidades
possíveis para dar festas regadas a álcool e cocaína.
Segundo Draúzio Varella, todo usuário de droga é de alguma
forma traficante: sendo a possessão de drogas uma contravenção, não há razão
pela qual dez pessoas precisem ir a uma boca se apenas uma pode fazê-lo. A
evolução dessa lógica é natural para alguns desses usuários – afinal, pode-se
facilmente sustentar o próprio vício cobrando um pouco mais dos amigos pelo
serviço, ou, melhor ainda: lucrar com isto.
Como seu vício, o status de João Guilherme evolui de forma
sutil: o que era simplesmente uma simples divisão de custos se torna um meio de
vida e, antes que ele percebesse, já era
um dos maiores traficantes do Rio de Janeiro – sem organização ou modus
operandi, movido apenas pela vontade de cheirar cocaína e curtir a vida.
Filmes sem um argumento central – que se orientem só pelos
erros e acertos de seus personagens – são em geral adoráveis, humanos, reais,
mostrando que não são os acontecimentos que tornam uma vida extraordinária, e
sim o que se faz nela. Mas em Meu nome não é Johnny isso não aconteceu: o filme
é raso feito uma piscininha de plástico, com personagens sem nenhuma profundidade
ou carisma. Não há complexidade, não há conflitos psicológicos, simplesmente
não há nada além de uma enumeração chata de acontecimentos que soa como um
diário desconexo, cor de rosa e brilhante de uma garota de oito anos. Essa
bagunça só foi salva (e ainda assim levemente) pela (como sempre) ótima atuação
de Selton Mello.
Numa era na qual filmes com mais de duas horas são
considerados chatos, Meu nome não é Johnny não tenta economizar minutos: a
primeira parte do filme – que conta os primeiros anos de vida de João – não me pareceu ter nenhuma utilidade prática, mesmo
para uma cine biografia. Seria uma tentativa de absolver ou condenar o
personagem por suas atitudes? Não posso responder, mas, em ambos os casos, a
tentativa é falha: é bastante ingênuo acreditar que podemos mergulhar nos porquês
alheios em apenas alguns minutos, por melhor feitos que estes sejam – o que não
é o caso.
Nota: 2/5
O Selton deve ter ganhado bem pra fazer este filme. E a imagem que o João Estrela passou para mim é que ele era simplesmente um menino rico e mimado que, um dia, foi pra cadeia e aprendeu dar valor a liberdade, blá, blá, blá...
ResponderExcluirTenha uma ótima semana!
Eu tive um amigo - um ex, posso arriscar - que era só usuário, mas de repente ele apareceu vendendo também. E ele lucrava muito com isso, porque ele vendia pouco por muito. Argh.
ResponderExcluirDe qualquer forma, até gostei do filme. Aparentemente, você não assistiu Two Lane Black Top (Corrida Sem Fim). Acho que os dois filmes, apesar de serem "rasos", são ótimos.
Eu realmente acredito que nem sempre as coisas precisam ser profundas, para serem boas. Ou talvez eu seja só sonhadora demais, meh.
Olá Isabel! Vim agradecer seu comentário lá no blog, e respondendo...
ExcluirTambém acho que dá para soltar a imaginação e criar uns cupcakes nota 100(..)000, mas para isso precisa de talento na cozinha, e isso não é comigo, hahaha. É isso. seja sempre bem vinda por lá ^^! BJs, Laila.
www.gotasdeframboesa.blogspot.com
Não assisti o filme, mas lembro que pensei várias vezes em locar e acabei deixando pra depois.
ResponderExcluirLembro que algumas críticas negativas (na época) me desanimaram; e, pela sua resenha, parece que o filme deixa mesmo a desejar.
Bjs ;)
Olá!
ResponderExcluirNão tive o menor interesse pelo filme na época do seu lançamento. Ainda bem que não me arrisquei... pelos seus comentários vi que não iria me agradar mesmo.
Um abraço!
universoliterario.blogspot.com.br
Oi Isa
ResponderExcluireu assisti esse filme e também achei a primeira parte desnecessária.
Não curti muito, mas só a atuação do Selton salvou e não me fez perder tempo rs
bjos
Costumo ter um certo preconceito contra filmes nacionais (contra coisas nacionais em geral, na verdade rs), mas eu vi meu nome não é Johnny. Já faz bastante tempo, e eu não lembro direito se gostei, mas lembro que também achei a história rasa.
ResponderExcluirobs: Tb acho que meu psicologo curte eufemismos haha
Oi Isabel!
ResponderExcluirEu não tenho vontade de ver esse filme, e depois da sua resenha menos ainda ;)
O tema drogas não me agrada, é difícil eu gostar de um filme sobre isso, a não ser que mostre o lado policial (como foi com Tropa de Elite).
Peguei birra do Selton Mello, pois toda vez que vou ver um vídeo no YouTube, ele aparece fazendo propaganda pra Motorola (esses anúncios do YouTube são tão irritantes!).
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Assisti esse filme a algum tempo e foi o primeiro do Selton Mello que não me agradou em nada.
ResponderExcluirmanuscritodecabeceira.blogspot.com
Bjs.
Nunca tive interesse em assistir a esse filme, fora o fato do Selton Mello estar nele, nada mais me interessa e confesso, filme brasileiro em si não me interessa. rs Sua resenha só me fez confirmar o meu desinteresse por ele!
ResponderExcluirBeijos
Meu outro lado
Isabel, eu já vi esse filme e concordei com cada ponto, com cada vírgula que você citou. Foram 2 horas perdidas da minha vida.
ResponderExcluirUma pena, já que os filmes nacionais tinham que valer a pena para serem mais valorizados.
Um beijo,
Luara - Estante Vertical
Eu quaaaase comprei o livro ano passado, mas se ele for como o filme, pelo que você citou, fiz bem em não comprar! :P
ResponderExcluirA atuação do Selton é realmente bárbara e isso foi o que me deixou com vontade de assistir, mas agora nem estou tão animada assim...
Beijinhos, Amanda Cristina.
www.primeiro-livro.com
Não sei pq, mas nunca senti vontade de assistir esse filme e agora tenho menos vontade ainda ahahah
ResponderExcluirSão poucos os filmes brasileiros que assisto =s
Legal saber que você também gosta de livros fúteis! heheh Se você tiver oportunidade leia Exclusivo sim, mas sinceramente eu se fosse você leria primeiro Gossip Girl (caso você não tenha lido ainda). Eu "preciso" terminar, mas ando desanimada para ler qualquer coisa, sério. Estou cansada ao ponto de nem sentir vontade de assistir filme. Só penso em como eu quero que as férias cheguem logo hahahaha =p
Comecei a assistir. Parei. Existem filmes ruins no começo que melhoram depois. Esse é ruim de verdade. Assisto filmes, independente de ser produção brasileira ou de fora. Não importa pra mim, desde que entretenha e me faça ficar interessado.
ResponderExcluirE, sobre The O.C., a diferença dessa série para GG é absurda. GG é mais superficial, menos dramática do que The O.C. e menos engraçada também. Amei muito a primeira temporada, mas as outras... ainda mais para quem leu a série de livros, se acostumar com a série de TV fica difícil. The O.C. é irônica, mas totalmente dramática. São bem diferentes MESMO. E nem todo mundo curte The O.C. Eu sou o cara que gosta das coisas loucas.
Nunca vi esse filme, confesso que, ahhhh, nunca tive muita vontade!
ResponderExcluirE depois da sua opinião... fiquei mais sem vontade ainda! Hahaha, apesar que conheço muitas pessoas que gostam desse filme, a história nunca me interessou!
Beijos!
Nunca fui com a cara do Selton Mello, então isso contribuiu enormemente para que eu descarte os filmes de que ele participa. Sei lá, não me atrai em nada sua atuação, então não me importo muito com os filmes dele. E depois de ler sua resenha é que nem vou me esforçar mesmo em assistir "Meu nome não é Johnny".
ResponderExcluirBeijo!
Olá! Tudo bem? AMEI o blog, obrigada pelo comentário lá no Doce Escrita ): Já estou seguindo.
ResponderExcluirHm, na época do lançamento, fiquei com muita vontade de ver esse filme e principalmente porque o autor principal é o Selton Mello haha Ainda não vi ): Mas confesso que depois dos comentários perdi um pouco a vontade haha Amei o post (: Beijos http://doceescrita.blogspot.com/ x
Oi Isabel.
ResponderExcluirEu adoro o Selton Mello, por isso tenho vontade de assistir esse filme, só não sei se irei realmente gostar, mas não custa tentar ne? E a respeito do livro Estilhaça-me o Warner é realmente interessante! /o\
Beijos.