[LISTA] 4 séries recentes que me decepcionaram

Como alguns devem ter percebido pelos posts do blog, ando meio viciada em séries. Sempre tive com elas uma relação de amor e ódio: adoro a maneira com que os personagens podem se desenvolve plenamente (afinal, ficamos com eles por mais tempo do que em um filme) mas a enrolação e falta de enredo de algumas (ou puro enjôo mesmo) podem me garantir um lugar no pódio de “abandonadoras de séries”.

Ando acompanhando muitas estréias e descobrindo boas séries antigas graças a blog Temporadas (única parte da revista Veja que serve para alguma coisa) e a maravilhosa rede social Banco de séries. E é óbvio que tive algumas decepções...

1. Do no Harm

Jason é um brilhante neurocirurgião que, estranhamente, não é workaholic como se espera – graças a uma suposta diabetes, o médico só trabalha entre as nove e as seis.

Suposta porque a história é bem diferente: durante a noite, o seu alter ego, Ian, toma conta, sendo o oposto de Jason em todos os aspectos e tendo lhe causado muita dor e confusão no passado. Nos últimos anos, graças a um fortíssimo sonífero, Ian foi sufocado pelos braços de Morfeu, mas aquilo não poderia durar para sempre – no aniversário de Jason, ele volta, mais destrutivo do que nunca.

Uma adaptação moderna de O médico e o monstro, Do no harm tem uma proposta é legal e um enredo decente para o primeiro episódio –  mas só isso. A escorregada na escolha dos atores foi épica: embora o interprete de Jason/Ian consiga diferenciar bastante os dois, não vai mais longe do que isso – e não posso nem começar a falar dos secundários.

O fato dos dois serem extremos também me irrita – essa coisa de bem e mal é para histórias de crianças, uma desculpa para aqueles escritores preguiçosos não dispostos a desenvolver essa coisa linda chamada complexidade. 

Basicamente natimorta, a série foi cancelada no segundo episódio.

2. Underemployed

Mesmo que de uma forma mais leve, Underemployed tem uma proposta semelhante com Girls: mostrar os romantizados vinte e poucos anos de uma forma mais real – quem disse que a juventude torna tudo perfeito tem memória fraca. Para isso, a série segue um grupo de quatro amigos um ano após a formatura na faculdade, e nada é como imaginado – Daffne ainda é uma estagiária não paga em uma agência de publicidade; Sophia não conseguiu terminar o primeiro livro e trabalha em uma loja de Donuts; o lindo Miles serve mesas ao invés de estampar outdoors como modelo da Calvin Klein. Lou e Raviva estão em uma situação mais complicada e permanente: ela está grávida de nove meses, fato escondido do namorado ativista enquanto teoricamente perseguia seu sonho de ser cantora em Los Angeles.

Não lembro de ter assistido uma série da MTV antes, e realmente gostei das piadinhas, dos diálogos e da trilha sonora. Lá pelo episódio cinco, porém, Underemployed passa a ficar cada vez mais repetitivo e chato – mais uma das provas que os americanos devem aderir ao hábito britânico de séries curtas – fato que me fez abandoná-la na sétima parte.

3. Revolution

Quase explodi de felicidade quando, depois de Jericho, consegui encontrar um seriado pós apocalíptico decente – vocês podem ver toda essa euforia aqui. A lua de mel durou três episódios, onde um mundo sem eletricidade me parecia lindo (do ponto de vista visual – quem aqui sabe acender fogueiras?) e interessante, mas a falta de enredo logo se mostrou. Sim, gostei bastante dos novos governos surgidos nos Estados Unidos, mas a valorização forçada da família por parte de Charlie e a maldade mal-calculada da milícia Monroe não me convenceram.

4. Cult

Depois de assistir The Following (comentei a estreia aqui e venho acompanhado os episódios no dia seguinte a seu lançamento na gringa e garanto: fica cada vez melhor) cultos começaram a me interessar. É curioso como pessoas se encontram tão desesperadas por conforto e aceitação que se propõem a desafiar até mesmo os níveis mais básicos da lógica e da moralidade.

A série explora algo bem comum: os fandoms, grupos de fã de um determinado trabalho que muitas vezes demonstram um nível de incrível dedicação – lembro de me maravilhar com as teorias de Lost no finado Orkut, óbvio trabalho de muitos episódios reassistidos e bastante análise.

O tal culto dentro de Cult é, estranhamente, o próprio fandom de Cult. Como dizem por aí, a vida também imita a arte, e assassinatos – exatamente da mesma maneira que na série fictícia – começam a acontecer.

Tenho medo dos fandoms do Tumblr algumas vezes, mas isso não é o suficiente para fazer  a premissa de Cult verossímil – mas vamos lá, é ficção, não é? Marquei a estréia na agenda. Depois de um piloto fraco e um segundo episódio ainda pior, desisti da série: os protagonistas não são bons atores e o enredo parece ser bem enrolado – depois da supracitada Lost, não quero nenhuma série com Deus ex machina no final.

Não se esqueçam do sorteio e do booktour, que ainda estão no ar. Além disso, uma novidade: as autoras parceiras Eleonor Hertzog e Bruna Camporezi estarão em Belo Horizonte nesse sábado com mais oito escritores para uma tarde de autógrafos! Mais informações abaixo:

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