Tenho um lado meio anti-americano, mas só de leve. Ao mesmo
tempo que suo de raiva das ações do governo dos Estados Unidos – e da
reverência de muitos quanto ao estilo de vida predatório perpetuado pelo mesmo –
não sou xenofóbica quanto a seu povo ou deixo
de reconhecer algumas das coisas fantásticas (livros, filmes, pesquisas
científicas) que são feitas por lá.
Mas para meu lado anti-americano, God Bless America – com certeza um dos melhores filmes que assisti
esse ano – foi um prato cheio: Frank, um homem de meia idade, tem poucas razões
pelas quais se apegar a vida – sua filha está se tornando uma patricinha
insuportável e mimada, seu emprego é uma porcaria e ele não sabe o que é ter um
amigo – todos seus colegas de trabalho e vizinhos só sabem falar de programas
de televisão idiotas e fofocas de celebridades, o que, claro, não agrada a
nosso protagonista.
E não é difícil para Frank achar um culpado: a tal da “indústria
de entretenimento”. Desde mulheres bonitas e sem talento que vendem milhões de
músicas no iTunes, passando por shows de calouros humilhantes até programas
cujo o único objetivo é seguir peruas que se dariam muito bem em um ataque
zumbi em busca de atenção, não há nada que faça o nosso anti-herói se
apegar a vida.
A gota d’água acontece quando (entre ligações no celular –
afinal, respeitar o paciente para quê?) Frank recebe a notícia de ser portador
de um tumor fatal. No mesmo dia, ele foi demitido por “assediar” uma colega (o
assédio, aparentemente, foi mandar flores para a mesma como forma de amenizar o
mau dia que ela disse ter tido) e ouviu sua filha, Ava, dar um escândalo de
proporções homéricas por ter ganho um BlackBerry ao invés de um iPhone –
comportamento certamente imitado de Chloe, uma “celebridade” de dezesseis anos
cujos únicos trunfos são ser rica e bonita – o que a concede permissão para dizer em rede
nacional que odeia os pais por estes terem errado a marca do carro importado
que ela desejava.
Irritado com tudo aquilo, Frank toma uma decisão drástica:
matar Chloe – um serviço a sociedade, ele diz – e depois se suicidar. Esta
última parte, porém, acaba não se concretizando graças a Roxy: a ex-colega de
Chloe faz com que Frank perceba o “bem” que ele pode fazer a seu país, matando,
a exemplo da patricinha, todos os “formadores de opinião” idiotas que
contaminam os Estados Unidos.
Soa exagerado? Sim, e é. Mas é o exagero que faz God Bless America fantástico: entre
mortes de pessoas por razões “fúteis” (falar ao celular no cinema e coisas assim)
há uma crítica ácida à tal da mídiacracia. A forma de Bobcat Goldthwait de
protestar contra o que a sociedade em que ele vive se transformou pode soar
irreal e estúpida, digna de risadas as vezes, mas é tão bem colocada – mas Frank
e Roxy estão cansados de viver com pessoas que só fazem vomitar o que ouviram
no rádio ou viram na televisão, e ao invés de uma discussão inteligente, pagam
na mesma moeda.
Dessa maneira, God bless America não se torna
complicado ou difícil de digerir – como geralmente são filmes que tratam deste
tema – e sim algo leve, sarcástico, provocador e afiado.
God bless God bless America.
Nota: 5/5
Adorei a sua resenha, ainda não havia lido nada sobre este filme. Vamos ver se consigo assistir, a premissa do filme é bem interessante! Nada como ler o seu blog pra eu me atualizar um pouco...rs
ResponderExcluirOie Isa
ResponderExcluirNão conhecia sobre o filme, mas pela sua resenha já deu pra sentir o gostinho "provocador" que o enredo do filme passa.
Vou procurar pra baixar com certeza.
bjos
UAL. Agora quer ver. Meus parabéns pela crítica, de verdade ;) Parece ser um filme arrebatador e que puxa sempre nossa atenção.
ResponderExcluirSucesso SEMPRE, beeijão :*
Ewerton Lenildo - Academia de Leitura
papeldeumlivro.blogspot.com
@Papeldeumlivro
Caramba, Isabel. Que inferno mesmo a vida desse cara, Deus me livre uma filha dessa, só Jesus, mandava logo trabalhar e pronto, que inferno. Achei super interessante e criativo o roteiro do filme, acho que nunca vi nada parecido, não que assista vários filmes e tal, mas enfim. Parabéns pela crítica MESMO, toda vez que venho aqui fico com vontade de assistir a esses filmes ou ler os livros que tu comenta. :*
ResponderExcluirOLá!
ResponderExcluirNão faz muito o meu tipo de filme, mas pela sua resenha me parece um filme muito empolgante HAHAH
Beijos,
Marinah | Blog Marinah Gattuso
Oi!
ResponderExcluirAdoro filmes sarcásticos, provocadores e afiados HAUSHAUSHA mesmo eu sendo "muito americanizada" eu acho que deve ser um filme que me prenderia! Adorei a dica, e quando eu poder eu irei procurar esse filme em uma locadora e assistirei (:
Agente já postou outra resenha lá, quer ler? http://falleninme.blogspot.com/ desde já obrigada!
- Mica
Olá!
ResponderExcluirAinda não tinha ouvido falar deste filme, mas lendo o seu texto eu quase chorei de tanto que gostei. Sério, gostei mesmo e fiquei com muita vontade de assistir. Vou procurar por aqui e baixar para assistir nessas férias.
Ótimo texto!
Bjins
www.dicasoutravessuras.blogspot.com
Uma pena, mas esse filme não me chamou nem um pouco de atenção
ResponderExcluirBeijos
@pocketlibro
http://pocketlibro.blogspot.com.br
Bel, que filme interessante... confesso que não o conhecia (pelo menos não estou lembrada). Parece ser mesmo muito bom, e ainda há as críticas que fazem os telespectadores pensarem a respeito, e isso é ótimo. Um verdadeiro formador de opiniões.
ResponderExcluirUm abraço!
http://universoliterario.blogspot.com.br/
Eu vi o trailer há um tempo atrás, deve ser um filme diferente. Eu não sei se me interesso em assistir, se passar na tv vejo, mas correr atrás do download... me dá preguiça. Gostei mais do que voê escreveu sobre o filme, pelos posts que leio do seu blog creio que você deve arrasar nas redações escolares.
ResponderExcluirVocê não costuma colocar o trailer, qual a razão?
ESTOU LOUCA PARA ASSISTIR ESSE FILME! Já saiu? Sério? Pensei que ainda ia sair. Vi o trailer e fiquei super empolgada, achei a história incrível, mas tinha medo de ser meio besta, sabe? Mas como você deu nota 5, pelo visto, tudo é bem orquestrado. Vou ver se acho para baixar!
ResponderExcluirNão me lembro de ter visto esse filme em nenhum lugar... estranho. Mas enfim, parece ser um filme bem interessante principalmente pelas críticas que ele traz para a mídia.
ResponderExcluirUm beijo,
Luara - Estante Vertical
OI Isabel!
ResponderExcluirNão conhecia esse filme e olhe que modéstia parte eu conheço uma quantidade legal. Parece cheios de trama..
Que bom que gostou, 5 estrelinhas..
Beijos :D
Isabel!
ResponderExcluirADORO suas indicações de filmes, normalmente são dicas que não conhecia e esse filme parece ser muito bom! Vou tentar ver nas férias!
Beijos!
Oi Isabel!
ResponderExcluirPela imagem achei que era um livro! Depois percebi que era pôster de filme.
Eu adoro filmes / séries / livros americanos, mas tem uns que não dá pra engolir. Vide os reality shows que seguem peruas, como você falou.
Vou procurar esse filme para assistir!
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Haha, tinha baixado ese filme mas ainda tinha medo de não gostar. Realmente filmes desse gênero são difíceis de acertar.
ResponderExcluirAgora, depois da sua indicação, posso assistir sem receio.
O EUA é um modelo em consumismo e coisas do tipo. Quando fui pra lá, não aguentava ter papel e plástico em tudo. Ex: fui ao McDonalds(tinha um a cada quarteirão), comprei um milkshake e recebi um copo de um tipo muito duro de papel, dentro de um outro papel, envolto por outro papel. AHH
As meninas de lá pareciam sair de um filme; usavam tanta maquiagem que nem conseguia ver o rosto direito.
Acabou o momento revolts. Bom, adorei sua resenha.
Au revoir
Resenha genial. Na semana passada, vi o trailer desse filme por um acaso, e me perguntei se iria gostar. Soava divertido, embora um tanto exagerado. Vou assisti-lo com certeza.
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