Tenho protelado a leitura de A rainha do castelo de ar por um motivo bem simples: eu não quero
que a série Millenium, uma das minhas
preferidas, acabe - ao menos não para mim como leitora, já que, tecnicamente, não há como
haver uma continuação.
Comecei a ler as aventuras de Mikael Blomkvist e Lisbeth
Salander em 2011, por influência da mídia: muito se falava da adaptação
americana para os cinemas, estrelada por Daniel Craig (falei dessa versão de Os homens que não amavam as mulheres aqui e da filmada por suecos aqui). Além disso, pipocavam notícias sobre a
morte do autor, Stieg Larsson, ocorrida nas escadas do prédio onde ele morava –
sessenta cigarros e litros de café por dia durante anos cobraram seu preço.
Embora essa não seja a impressão que fique (toques do
editor, talvez?) Millenium estava
programada para ter cinco, e não três livros. Aos leitores, só resta imaginar o
que Stieg Larsson planejava e aproveitar o máximo possível os livros existentes. [A partir daqui, contém spoilers do segundo livro,
A menina que brincava com fogo.]
No início de A rainha
do castelo de ar, Lisbeth Salander (uma das personagens mais admiráveis e
tenazes com quem já me deparei) encontra-se no hospital, recuperando-se de ter
levado uma bala no ombro e outra na cabeça. No quarto ao lado, seu pai e algoz,
Zalachenko, envolvido em uma das maiores conspirações da história da Suécia, recupera-se da segunda tentativa de assasinato por parte de uma de suas filhas. Do
lado de fora, a imprensa, ansiosa para uma foto da que foi dita ser uma “assassina
lésbica satânica psicopata” nas últimas semanas.
Mesmo com sua atitude anti-social, Lisbeth, para sua própria
sorte, tem amigos: o jornalista Mikael Blomkwist, o diretor da Milton Security,
Dragan Armanjisk e seu ex-tutor Holger Palmgrem. Todos eles se empenham para
provar a inocência da hacker nos assassinatos dos quais ela foi acusada, esclarecendo
os abusos judiciários, médicos e sexuais do qual ela foi vítima.
No início, a leitura me deu um pouco de preguiça. Eram
muitos nomes e fatos envolvidos na investigação dos assassinatos supostamente
feitos por Lisbeth Salander, e mais ainda dos conspiradores que ajudavam a
esconder seu pai – eu não lembrava de muita coisa daquilo, e o fato de serem
nomes suecos não ajudava muito. Com o tempo a leitura fluiu melhor, mas se os
futuros leitores de Millenium me
permitem lhes dar um conselho, não dêem uma pausa tão grande quanto a minha
entre o segundo e o terceiro volume.
Falando em fluidez, a escrita de Larsson é a de sempre, jornalística,
limpa e bem-feita. Por alguma razão, detalhes que não me incomodavam
antes passaram a fazê-lo, como, principalmente, a mania de descrever perfeitamente o curso de ação dos personagens que Stieg Larsson tem. Sei que isso é um hábito em geral daqueles que escrevem literatura policial, mas eu não vejo lá muita
utilidade de saber o que Mikael comeu no almoço.
A série é, como um todo, feminista, mas isso fica bem mais
claro nesse terceiro livro. Choco-me com o machismo todos os dias, mas saber
que a Suécia (que está num patamar de igualdade de gênero que o Brasil ainda
demorará a alcançar) também enfrenta barreiras tão primitivas na hora de
garantir os direitos femininos me deixa meio desesperançosa. Nesse livro,
outras três personagens sofrem com o machismo: Erika Berger, que não é levada a
sério no seu novo emprego; Susanne Linden, ex-policial que não agüentava mais
lidar com casos de mulheres agredidas que perdoavam seus maridos e Rosa
Figueirola, agente da polícia secreta descriminada por ser bodybuilder.
Os erros existem, e Os
homens que não amavam as mulheres ainda é meu favorito da série. Mas mesmo
que não tenha sido isso o planejado, A
rainha do castelo de ar foi uma ótima maneira de fechar com chave de ouro a
série Millenium.
Hey, Isa!
ResponderExcluirParabéns pela resenha!
Faz tempos que eu quero ler esta trilogia, sério. Mas não tenho dinheiro e estou fazendo uma promessa para não comprar livro, então...
Desde que houve o lançamento dos livros fiquei bastante ansiosa por eles, além de capas muito bonitas a sinopse me atraiu bastante e não desistirei tão cedo de ter esses livros na minha estante!
Beijos :*
Natalia.
Olá!
ResponderExcluirGostei bastante da sua resenha! Se tem uma trilogia que quero urgentemente começar a ler, essa é Millenium. Até agora ainda não terminei minha lista de livros - e apesar da minha relutância, metade deles é YA - de modo que queria algo um pouco mais adulto pra dissolver o açúcar. Romances policiais parecem nunca sair de moda nesse meio cheio de modinhas adolescentes e com certeza vou comprar quando tiver tempo (graças a Deus a saraiva da minha cidade tem os três DVDs da versão sueca, que com certeza comprarei também).
Beijos!
http://labsandtags.blogspot.com.br/
Tenho bastante vontade de ler esta trilogia, ela parece muito interessante!
ResponderExcluirE como eu acho o máximo vc escrevendo estas resenhas por pura diversão e hobby! Estou louca pra ler a sua resenha sincera dos contos de Tchecov, pelo menos o " Angústia" ( que faz parte dos 100 melhores contos do mundo, segundo especialistas) e " Brincadeira"
E parabéns pelo crescimento do blog!
Eu já ouvi falar MUITO nessa série
ResponderExcluirnunca vi o filme, mas me interessa muito, quem sabe um dia,
então, fiquei meio perdido, porque esse é o terceiro e nem vi as resenhas dos outros, mas como faz tempo que não olho aqui no blog, vou ali comentar na resenha de o herói perdido.. Beijos
Gostei bastante da sua resenha, e também já ouvi falar bastante dessa série, apesar de nunca ter lido nenhum livro e nem visto o filme, parece ser bastante complexa, além de interessante, por tratar de temas como o preconceito que muitas mulheres sofrem na nossa sociedade.
ResponderExcluirThoughts-little-princess.blogspot.com
Eu me jogo em coisas feministas sempre. É algo que eu aprecio pessoalmente, talvez por me sentir identificada, talvez por estar simplesmente estafada das mocinhas estilo Disney... Odeio Mary Sues.
ResponderExcluirEu comecei a ler o primeiro livro (tô bloqueada ultimamente) e já vi as duas versões do filme, e sinceramente gostei muito. Lisbeth é uma guerreira, que faz por merecer e luta contra as injustiças, o que eu admiro muito.
Beijos.
http://quemprecisaviver.blogspot.com.br/
Cara ameeeei o titulo daqui, adoro Pulp Fiction
ResponderExcluirhttp://mustachesandcats.blogspot.com.br
Bel, taí uma trilogia que quero muito ter a oportunidade de ler um dia. Acho interessantíssimo o desenrolar no enredo e as personalidades marcantes que ele possui. Espero ter a chance de conferir tudo nos mínimos detalhes em breve... só os filmes não são o bastante.
ResponderExcluirUm abraço!
http://universoliterario.blogspot.com.br
Lendo a sua resenha, criei curiosidade pela série, que antes eu não tinha a mínima vontade de ler, mas agora estou realmente considerando comprar o primeiro volume e dar uma chance para me apaixonar assim como você.
ResponderExcluirMuito boa suas resenhas, são sempre muito mais que uma simples resenha.
Beijos. Tudo Tem Refrão
Já tinha ouvido falar desses livros, mas nunca me interessei muito em ler, sua resenha me fez ficar com vontade de ler, assim que tiver uma oportunidade compro *-*
ResponderExcluirBeijos!
Oie Isabel!
ResponderExcluirEu já vi esses livros várias vezes, mas eles nunca me chamaram muito a atenção.
Só que percebi através da sua resenha que ele é bem diferente do que eu estava imaginando, e agora fiquei um pouco curiosa.
Adorei!
bjus;****
anereis.
mydearlibrary | bookreviews • music • culture
@mydearlibrary
Eu comecei a ler o primeiro livro da trilogia e cheguei na metade, mas não consegui terminar ainda, eu sinceramente não sei o porque, sendo que eu adorei a história. Mas enfim, tenho fé que vou consegui terminar HAHAHA saudades daki ;)
ResponderExcluirBeijos,
Marinah | Blog Marinah Gattuso e @blogmarinah_g
Hey Isa!
ResponderExcluirAh ainda vou começar essa série... quando tiver meu querido emprego, comprarei logo o box HAHAHAHA
Eu assisti a versão americana [meu sogro lindo e sueco está no filme HAHAHA] e adorei, a Lisbeth é uma personagem maravilhosa, tive essa opinião assistindo o filme e creio que nos livros ela seja tudo que falam e um pouco mais.
Nomes suecos são doidos né? Acho que vou finalizar meu curso de sueco no livemocha antes de começar a ler essa série HAHAHAHA
Tenha um ótimo fim de semana
Nana - Obsession Valley
Não li nenhum da série ainda, mas quero muito já que é tanto elogiada!
ResponderExcluirOi Isabel!
ResponderExcluirEu não li nenhum livro da série, mas também não tenho muita vontade... Talvez assista o filme.
Achei legal essa parte feminista que você falou. Pior que quando ouço falar dos países árabes, acho que o Brasil está bem...
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
"Os homens que não amavam as mulheres" é um filme tive curiosidade de assistir desde o dia que vi o trailer no cinema. Mas assim como todos os filmes e livros que prometi ler o ano passado, ele cedeu lugar as apostilas e exercícios de física )': . Mas nessas férias vou por tudo de literário e cinematográfico que venho adiando em dia, ah se vou!
ResponderExcluirBeijos ;*
Sou apaixonada por séries, acho que ler a sua resenha do último livro foi um erro rsrs, amei sua escrita, o problema é que devo pego pelo menos um pouquinho de spoiler,não? rs
ResponderExcluirSério, sua resenha ficou ótima, lá vou eu procurar no buscapé.
Bjokas!
Eu sempre fui curioso por essa série. Agora após sua resenha é impossivel não querer ler.
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