Dez metas literárias para 2013

Essa sou eu, voltando aos doze anos.

Não estabeleci metas propriamente numéricas esse ano para nada – números não mudam hábitos. Com a leitura não foi diferente: os livros já fazem parte de minha vida, não preciso dizer que lerei 10 ou 100 para provar isto a mim mesma.

Contudo, existem algumas coisas em relação a literatura que quero fazer. Geralmente, listas nesse estilo são difíceis de escrever, mas não essa – talvez porque inclui ambas metas como leitora e escritora. No final, as duas coisas acabam dando na mesma. {Sem ordem de prioridade.}

1.Comprar menos livros

É complicadinho admitir isso, mas talvez eu tenha exagerado em 2012.

OK, talvez não: eu exagerei. Algumas dezenas de livros fazem poeira no meu armário (onde guardo os não-lidos) e fico um pouco aflita só de olhar. Já estou um pouco conformada com a ideia de que provavelmente nunca lerei os livros que tenho (já que continuarei comprando-os) muito menos todos que quero, mas não comprar livros até agosto é meio que uma questão de sobrevivência: no final do oitavo mês, parto para um intercâmbio na Repúbica Tcheca. Limite de bagagem recomendado pela organização: um volume de 20 kgs. Ou seja, é comprar um Kobo ou um Kindle – e sentir saudades imensas do cheiro das páginas.

2. Ler mais clássicos

Não desprezo os livros contemporâneos – não, de jeito nenhum – mas clássicos são clássicos por alguma razão – nem que seja relevância histórica, o que já é bom. Não li tantos assim em 2012, e pretendo compensar de algum modo em 2013.

3. Participar (e ganhar) do Camp NaNoWriMo (abril e julho) e NaNoWriMo (novembro)

O Office of Letters and Lights é uma organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos que, todos os anos, organiza alguns projetos para escritores. Eles são realizados em diferentes estilos, mas a ideia principal é escrever um trabalho de ficção (contos, romances, novelas etc) de 50 mil palavras (mais ou menos cem páginas) em um mês. Parece loucura, mas é possível – ainda mais com a ajuda online de várias pessoas que estão passando pela mesma coisa. Eu já consegui, e espero conseguir mais três vezes esse ano.  {Mais sobre aqui e aqui.} 

4. Revisar o meu livro

No NaNoWriMo do ano passado, escrevi algo, hã, não muito revisável – a história é uma bagunça tão grande que sinceramente não saberia por onde começar. Porém, nos meses anteriores trabalhei em uma distopia young adult que pode parecer decente depois de um bom trato (e digitação – é, ela está escrita em um caderno).

5. Revisar os livros dos Camps NaNoWriMo

Para não repetir o “fracasso” do NaNoWriMo, me comprometerei a revisar o que escrever nos Camps de abril e julho – talvez isso me anime a não colocar no papel na tela a primeira coisa que vir na minha cabeça.

E, na real, revisar é a melhor coisa que você faz por sua escrita. Só em revisar os textos daqui do blog descobri alguns erros bem feinhos que sempre cometi, e estou começando a corrigi-los ainda no primeiro rascunho.

6. Reler mais livros

Quando eu era criança, tinha o hábito de reler livros até as páginas se soltarem, a capa se perder em algum lugar e as páginas ficarem manchadas. Decorei trechos de Harry Potter, O diário da princesa, conhecendo os meus favoritos melhor do que o quintal de minha casa.

Comecei a refletir sobre isso depois de ler este post, e o questionamento é relevante – não vamos ler todos os livros legais do mundo mesmo, então porque não aproveitar aqueles que já amamos? [A tempo: já reli Cidade da penumbra, e vem por aí 1984, Admirável mundo novo, A visita cruel do tempo e mais alguns favoritos. Stay tuned.]

7. Tomar cuidado com trilogias e sagas

Já expressei minha revolta com esse problema do mercado editorial de livros para jovens adultos mais de uma vez por aqui, mas não custa falar de novo: é impressionante como uma parte esmagadora dos livros desse gênero sejam séries. Dá até para entender que uma parte deles realmente necessite de mais de um livro para desenvolver a história (ou não assustar o leitor com uma bíblia) mas você vê que as coisas estão passando um pouquinho do limite quando uma prateleira inteirinha de sua estante é de séries inacabadas. O que me leva a...

8. Terminar/continuar trilogias e sagas

A dança dos dragões, o quinto livro de As crônicas de gelo e fogo, chegou a minha casa no final de agosto, como presente de aniversário para a minha irmã. Pandemonium, continuação de Delírio, está disponível no Book Depository há alguns meses. Já vi Travessia, continuação de Destino na promoção no Submarino algumas vezes. Como assim eu deixei de ler o que se passa em séries que gostei tanto? 

9. Prestar atenção nas pessoas e nas coisas  – e escrever sobre isso

Segundo o Gotham writers’ workshop, um personagem deve ser uma colcha de retalhos – e seus pedaços de tecido características daqueles que você conhece, misturadas a fim de criar alguém real e verossímil. Já tentei fazer isso e deu certo, portanto, pretendo registrar esse tipo de jóia do dia a dia em um diário. Minhas tentativas de mante-los vem dando errado nos últimos, sei lá, dez anos, mas com a motivação correta...

10. Mostrar o que escrevo para outras pessoas

Ah. Essa é difícil.

Não sou propriamente tímida na vida real – ao menos não muito – mas quando falamos de minha escrita, a coisa muda. Ainda lembro que quando comecei o blog, abria-o de cinco em cinco minutos, esperando algum tipo de comentário de escárnio – ou pior, nenhum comentário. O mal do escritor iniciante me atinge também: tenho medo de fazer com que ooutros percam tempo com as minhas palavras. Já consegui vencer isto com a não-ficção – resta mostrar ao resto do mundo meus universos imaginários ;)

Me contem: quais suas metas literárias para 2013?

{Esse post é parte do Top ten tuesday, meme do blog The broke and the bookish, que propõe listas temáticas as terças-feiras para blogs literários.}