Não desmerecendo o Word e sua tela branca que constantemente
ameaça me engolir, mas senti que deveria escrever a resenha de 21 gramas a mão. O ato de deslizar uma
caneta, lápis ou lapiseira pelo papel soa bem mais artístico do que o de tocar
as pontas dos dedos no teclado à velocidade da luz, por mais horrível que minha
letra seja. Esse é o mínimo de sentimento que posso dar a esse filme, que
evitou que eu caísse em uma ressaca cinematográfica pós Dogville. Dizem por aí que a melhor cura é continuar bebendo, e 21 gramas foi forte o bastante.
A maior parte de nós tem o hábito de acreditar que nossas
vidas são chatas, uma série de acontecimentos estúpidos, nem de longe tão
interessante como um filme ou livro. Caros amigos, estamos todos errados. Ainda
que você viva em uma redoma de vidro, seu sentimentos e pensamentos são o sonho
de qualquer ficcionista. Todo mundo tem história para contar – caso ache o
contrário, ou você não tem boa memória ou não prestou atenção.
Quanto aos personagens de
21 gramas, esses REALMENTE tem histórias para contar. Jack Jordan é um
ex-presidiário que virou pregador, grato a Deus por sua mudança de vida. As
coisas obviamente estão difíceis – não existem muitos empregos por aí para
alguém com seu histórico e tatuagens – mas para quem não está, não é mesmo?
Certamente não estão fáceis para Christina: com um passado
terrível, a moça se afoga em drogas e álcool para esquecer. Nos filmes que tive
a oportunidade de ver na minha curta vida, nenhum ator ou atriz encarnou a dor
de forma tão perfeita, intensa e comovente como Naomi Watts encarnou Christina,
de forma que evitarei outros trabalhos da atriz no futuro – será difícil de dissociá-la
a personagem. Engraçado que sua boa atuação dê este resultado, acho que não é o
objetivo de vida de nenhum ator.
E por fim temos Paul Rivers, professor universitário na
longuíssima lista para transplante de coração de quem não posso falar muito
mais sem dar spoilers. No início, aparentemente não há conexão nenhuma entre os
personagens, ideia que se prova falsa pouco a pouco. A edição é completamente
picotada, misturando diversos fatos, o que irrita um pouquinho no começo, mas
dificilmente seria de outra maneira. Ver os personagens sem uma perspectiva de
conjunto é a melhor maneira de não julgar nada (caráter ou ações) só sentir,
torcer e sofrer com eles.
Isabel, até que concordo que é bem mais "artístico" manuscrever, mas o Live Writer me permite viajar mais e, como você disse, a tempestade de dedos sobre o teclado me impede de esquecer alguma coisa.
ResponderExcluirJá ouvi falar deste filme mas não o assisti, mas como fã da Naomi Watts desde Violência Gratuita e - pasme! - Túmulo com Vista, tenho que assistir a este.
Oi Isabel, tudo bem flor?
ResponderExcluirAcredita que gosto de escrever no papel quase todas as minhas resenhas? Acho que as ideias fluem melhor.
Flor eu fiquei curiosa quanto a esse filme por causa dos seus comentários quanto aos personagens. Fiquei com vontade de conhecê-los e acredito que só vendo mesmo o filmes. Ótima resenha.
Abraços,
Amanda Almeida
Que coisa oO esse filme, fiquei curioso pra ver
ResponderExcluirAh eu tbm adoro escrever a mão, tenho guardado todos os cadernos dos meus livros que escrevi *o*
Enfim, Beijos
Já quero assistir! Adorei a resenha e com certeza já salvei o nome aqui. Que coisa esse filme, bem como eu gosto :)
ResponderExcluirMarina Alessandra do blog Maior de Idade
@mariinaale
@maioordeidade
Não assisti ao filme, mas ele me agradou. Gosto de filmes que contém drama
ResponderExcluirhttp://enfimshakespeare.blogspot.com.br/
Nossa esse filme é fantástico, confesso que sou um pouco inclinada a gostar dos filmes que o Sean Penn atua, acho ele um excelente ator, um ícone da sua geração.
ResponderExcluirBenicio del Toro, errou a mão em alguns filmes, mas tem sorte em outros como esse.
Ótima indicação!
abraços
Melissa
@decoisasporai
http://decoisasporai.blogspot.com.br/
Olá Isabel, vi que vc passou em meu blog e gostaria de agradecer pela sua visitinha e também dizer que gostei muito do seu blog. Achei o Banner dele bem legal com os livros e tudo mais. Parabens pela ideia, porque eu nem tinha pensado nisso antes (risos)
ResponderExcluirE outra, se vc quiser me linkar e ser uma de minhas seguidoras me avisa que eu faço o mesmo aqui pelo seu blog. Faço com todos que conheço nos Blogs. Mais me avisa tá ? beijinhos e se cuida Linda. Obrigada !
lovereadmybooks.blogspot.com.br
Uau! Preciso assistir a esse filme! Gosto de filmes profundos... Obrigada pela dica!
ResponderExcluirBeijos,
meumundoecolorido.blogspot.com
Não tinha ouvido falar ainda, mas já me interessei, não pela estória em si, só pelo parágrafo em que você fala que nenhuma vida é chata demais pra um ficcionista, concordo plenamente, e, inclusive, achei lindo esse comentário. "Ainda que você viva em uma redoma de vidro, seu sentimentos e pensamentos são o sonho de qualquer ficcionista."
ResponderExcluirE Preciso (PRECISO!!!!) ver Dogville. Pra ontem.
Nossa, esse filme parece ser muuuuito bom, com personagens profundos! Adoro filmes/livros assim, que a gente acaba ou se identificando com o personagem ou que acabamos "fazendo parte da vida dele". Vou assistir!
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